O jornalista itabirano Marcos Caldeira Mendonça foi convidado para palestrar na Semana Drummondiana sobre a importância da leitura e dos livros, mas se recusou, sob alegação de que está “na hora mais de fazer que de falar”. O convite partiu da superintendente da Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade (FCCDA), Sônia Alves (Kiki).
“Prezado Marcos”, escreveu Kiki: “conforme telefonema, reitero o convite para que você participe de nossa Semana Drummondiana. Como jornalista de um veículo de comunicação que há muito defende a literatura, uma palestra comandada por você seria indispensável em nossa programação. A ideia é fomentar a discussão sobre o acesso à literatura e quais os meios que podem ser adotados para que esse seja um tema de interesse do itabirano. Entendemos que, enquanto moradores da cidade de um dos maiores poetas do país, esse tipo de discussão deva ser sempre colocado em pauta. Estamos nos empenhando para que essa programação discuta a obra de Carlos Drummond de Andrade e sua importância, mas que, também, possibilite atrair a curiosidade pela literatura nacional e instigue o gosto da leitura em nossos expectadores. Além disso, sabemos que todos esses são temas largamente abordados nO TREM”.
O jornalista se recusou a palestrar, mas não a contribuir com o processo, mais que necessário, de transformar Itabira em uma cidade fortemente literária. Marcos Caldeira Mendonça sugeriu ao governo Damon de Sena, via FCCDA, três ações para promover a leitura na cidade. Ei-las:
JARDINEIRA DA LEITURA E DA ALEGRIA
Pimeira sugestão: Jardineira da Leitura e da Alegria. A rica prefeitura compra uma jardineira, pinta-a ludicamente, lota-a de livros, contrata boa contadora de histórias e põe o veículo para rodar pelos bairros e zona rural, esculhambando a rotina fútil, levando boa literatura, casos divertidos, brincando com a criançada, mostrando que leitura é também diversão, gostosura, prazer. Carro estacionado, arapuca do bem armada: a criançada se aproxima e entra no mundo ilimitado da literatura. Claro que as pessoas gostarão. Se gostam de novela da TV Globo, que é literatura ruim, imagine se conhecerem a literatura boa... Com a Jardineira da Leitura e da Alegria, as crianças perceberão que o mundo é maior, que é muito mais que drogas, pais bêbados e violentos, Luciano Huck, Datena, poses no Facebook, banda Calypso e traficante de 22 anos caído num beco, com a cabeça estourada por tiros e uma poça de sangue ao lado.
FEIRA LITERÁRIA ANUAL
A segunda ideia é Itabira criar uma feira literária anual – ou festa, fórum, jornada, simpósio, seja lá que nome tenha – de altíssimo nível, que entre para a agenda nacional e ainda dê umas beliscadas internacionais. Assim, a cidade passará a conviver frequentemente com poetas, romancistas, cronistas, jornalistas, biógrafos, críticos, editores e professores universitários e se beneficiará enormemente com esse contato, não só com ideias, conhecimento e inteligência, também economicamente, pela via do turismo.
CONCURSO
A terceira ideia é um concurso literário. Tudo, evidentemente, com grandeza nacional, pois a cidade que teve a sorte de parir o imenso Carlos Drummond de Andrade não tem o direito de ser pequena quando o assunto é livro, literatura, leitura.
“Jardineira da Leitura e da Alegria, feira e concurso anuais de literatura. Aí estão, para início de conversa, três sugestões para fazer de Itabira uma cidade literária, vocação que nos foi presenteada por um dos maiores escritores da língua portuguesa, cuja obra é uma riqueza maior que todo o minério tirado e por tirar no solo itabirano”, argumentou o jornalista.
Agora, é com o governo Damon de Sena.
INFORMOU O PLANTÃO O TREM/SITE O CAUÊ.
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