segunda-feira, 30 de setembro de 2013

ACONTECEU:


Aos 81 anos, morre Dona Durce.


30/09/2013 


Valter da Etagel (esq), de branco, Dona Dulce (*18/11/1931 +29/09/2013) em 1991, desfilando em sua Escola de Samba Unidos de Itabira, na Avenida Carlos Drummond de Andrade, em seus tempos áureos. (Foto/Arquivo Familiar)

Itabira perdeu a primeira-dama de seu Carnaval. Morreu na madrugada de ontem Durcelina Camila Gomes “Dona Durce”, aos 81 anos. A causa da morte foi insuficiência respiratória, porque ela teria sofrido refluxo da alimentação líquida que vinha recebendo desde setembro do ano passado e acabou aspirando.
 
Em setembro do ano passado, Dona Durce sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) e passou a não andar mais, além de ter o lado direito de seu corpo paralisado. Ela também perdeu a capacidade de falar. A carnavalesca estava em casa quando aspirou a alimentação líquida durante a madrugada. Uma unidade do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi chamada e fez um procedimento para tentar desobstruir o pulmão, mas a mulher não resistiu e acabou morrendo.
 
O velório de Dona Durce ocorre no plenarinho da Câmara Municipal e o enterro está marcado para hoje, às 10h, no cemitério da Paz.
 
Natural de Santo Antônio do Rio Abaixo, Dona Durce chegou em Itabira aos 5 anos de idade e nunca mais abandonou a cidade, que ela sempre dizia ser sua terra natal. Em 1975, iniciou seus trabalhos com o Carnaval itabirano. Foi a fundadora da Escola de Samba Unidos de Itabira.
 
Entusiasta do Carnaval de rua, Dona Durce foi apontada por parentes e amigos como uma pessoa que “amava o povo”. “Era a maneira dela de contribuir com o crescimento das pessoas.
 
Ela acreditava que, no Carnaval, era o momento em que o anônimo, aquele que passa despercebido, poderia ocupar uma posição de destaque. Ela amava o povo e, por isso, usava o Carnaval para dar a todos uma chance de mostrar sua importância”, disse Denize Gomes, filha da carnavalesca.
 
Dona Durce deixou de realizar o desfile de sua escola de samba nos anos de 1990. “O valor do repasse da Prefeitura [para as escolas] reduziu muito antes do Jackson [Alberto de Pinho Tavares, prefeito de Itabira de 1997 a 2000] assumir a Prefeitura. Dois anos seguidos ela bancou parte do valor dos desfiles e isso criou algumas dívidas. Quando Jackson assumiu e não reajustou o valor repassado, inviabilizou o desfile mas ela não desistiu”, lembrou a filha.
 
Mesmo assim, Dona Durce não teria desistido de voltar com os desfiles das escolas de samba.
 
“Ela continuava batalhando para que as escolas voltassem para a rua. Antes de sofrer o AVC, ela esteve no Carnaval do Rio para tentar conseguir algumas fantasias depois do desfile das campeãs. Era incansável e acreditava que iria trazer o Carnaval de rua de volta para Itabira”, contou Denize Gomes.
 
 
Fonte: Jornal Diário de Itabira

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