O presidente do Metabase, Paulo Soares, voltou a falar em greve, proposta que chegou a ser aprovado nas discussões do Acordo Coletivo do ano passado, mas que não foi colocada em prática, porque não houve adesão dos operários
Em assembleia realizada ontem na sede do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Extração do Ferro e Metais Básicos de Itabira e Região (Metabase), operários da Vale aprovaram o valor de Participação nos Lucros e Resultados (PLR) para este ano. A proposta foi aprovada com 377 (76,17%) votos a favor. Votaram contra 118 (23,83%). Ao todo, participaram 495 funcionários.
Os primeiros ônibus a chegar para a assembleia da manhã foram da mina Conceição, quatro veículos com trabalhadores. Os que saíram das minas Periquito e Cauê chegaram, juntos, em seguida. Com a assembleia iniciada, cerca de 500 pessoas já aguardavam o início das discussões.
Os primeiros ônibus a chegar para a assembleia da manhã foram da mina Conceição, quatro veículos com trabalhadores. Os que saíram das minas Periquito e Cauê chegaram, juntos, em seguida. Com a assembleia iniciada, cerca de 500 pessoas já aguardavam o início das discussões.
Durante a assembleia, o presidente do Metabase, Paulo Soares de Souza, voltou a atacar a política de divisão da PLR na empresa. “Vocês recebem esse valor minúsculo enquanto os gerentes recebem R$ 150 mil, R$ 200 mil... E são vocês que trabalham debaixo de sol enquanto eles assinam papéis”, disparou o sindicalista. Ele também disse que a empresa adota um dos menores patamares de PLR de todas as grandes empresas do país.
“Se tiverem dúvida sobre isso é só ver o que é feito na Petrobras. Lá, os trabalhadores já recebem PLR e o valor é muito maior do que a Vale está oferecendo. E as duas empresas são as maiores desse país”, comparou Paulo Soares.
“E nós podemos dizer mais. Um gerente lá de Periquito teve coragem de dar pontuação de 5.31 para a equipe. São as pessoas do transporte pesado. Ou seja, os que mais trabalham pesado naquela empresa, em um trabalho perigoso, vão receber quase o valor mínimo porque um gerente resolveu dar uma nota baixa. Por que ele daria nota alta? Ele já vai receber mais de R$ 100 mil”, acusou ele.
Novamente, o sindicalista falou em greve, caso a Vale não mude a política de remuneração. “Os donos da Vale já sabem. Os trabalhadores já não aguentam mais trabalhar de sol a sol, se dedicar na empresa, quebrar recordes atrás de recordes na produção e venda de minério e não serem remunerados de maneira justa. Essa indignação irá gerar uma greve em breve se a Vale não mudar o modo que vem tratando os trabalhadores”, alertou Paulo Soares.
Apesar da proposta ter sido aprovada, Paulo Soares disse que não existe satisfação com o que foi oferecido. “Muitos deles já estavam com compromissos feitos para o dinheiro. As pessoas compram carro, pagam escola dos filhos e usam esse dinheiro para melhorar um pouquinho as condições de vida. Eles só aprovaram porque não têm outra alternativa. Na verdade, eles já nos disseram que não estão satisfeitos e que a empresa não está sendo justa”, declarou Paulo Soares.
Logo após as discussões, as urnas foram abertas para a votação, que foi feita por voto secreto. Duas longas filas se formaram na rampa do Metabase e chegaram até o outro lado da rua Mestre Emílio, onde fica o sindicato. Funcionários do Metabase organizaram as filas para evitar tumulto próximo às urnas, abertas por volta das 21h.
Fonte: Jornal Diário de Itabira
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