Um simples cruzamento de dados da prestação de contas da Fundação Comunitária de Ensino Superior de Itabira (Funcesi) mostra que ela é uma das “empresas” mais lucrativas do município. A reportagem do Diário teve acesso à prestação de contas da entidade – enviada à Câmara Municipal – e os números envolvidos são enormes.
No ano de 2013, a Funcesi teve rendas operacionais, apenas com as mensalidades, de R$ 22.675.585,22. No total, as rendas operacionais da Funcesi no mesmo período são de R$ 24.971.453,89. Já as despesas operacionais foram de R$ 22.595.646,19, deixando para a instituição de ensino superior um lucro líquido de R$ 2.375.807,70, em 2013.
A prestação de contas teve de ser enviada à Câmara por exigência dos vereadores para que a Funcesi tivesse aprovada uma verba de R$ 3.628.894,28, que receberá da Prefeitura, para construção de um prédio, que terá como destino abrigar dois novos cursos: engenharia mecânica e engenharia civil.
O maior custo operacional da instituição são os salários. No total, a Funcesi gastou R$ 13.702.091,05 com o pagamento dos salários e encargos contratuais, que é o valor equivalente a 18.925 salários mínimos.
Outro dado interessante que pode ser observado na prestação de contas diz respeito ao aumento de fluxo das rendas operacionais da “empresa” de 2013, em comparação ao ano anterior. Embora apenas os dados de dois anos não sejam suficientes para apontar um crescimento sólido, a Funcesi conseguiu uma substancial melhora em sua arrecadação.
No total das rendas, enquanto em 2012 a instituição tinha arrecadado o total de R$ 22.793.873,26, o mesmo dado subiu para R$ 24.971.453,89, que representa um crescimento de 9,13%, aproximadamente.
A instituição também se mostrou eficiente na contenção dos gastos. Enquanto o total das despesas operacionais em 2012 foi de R$ 21.610.595,47, em 2013 o valor subiu “apenas” para R$ 22.595.646,19, aumento de apenas 4,36%. Interessante ressaltar que, no mesmo período, houve aumento considerável no gasto com folha de pagamento, que saltou de R$ 12.835.372,45 para R$ 13.702.091,05, aumento de 6,32%.
Outros números que chamam a atenção são relativos ao ativo circulante da instituição, que é uma referência aos bens e direitos que podem ser convertidos em dinheiro em curto prazo, englobando dinheiro em caixa, conta, movimento em banco, aplicações financeiras, contas a receber, estoques, despesas antecipadas, numerário em caixa, depósito bancário e títulos somam R$ 3.168.369,11 – é uma espécie de “reserva de caixa”.
O valor é quase o mesmo que a fundação conseguiu da Prefeitura para construir seu quinto prédio. Vale lembrar que durante a discussão do projeto na Câmara, diretores da Funcesi disseram que a fundação investirá cerca de R$ 3 milhões próprios na construção do prédio.
Além disso, ainda existe o ativo circulante realizável, que é qualquer conjunto de bens e direitos que irão realizar-se em mais do que um ano contábil, ou seja, 360 dias contados do último dia do exercício social da data de publicação do balanço a que faz parte, que soma R$ 5.874.875,49. O total do ativo circulante da instituição soma R$ 9.043.224,60.
Fonte: Jornal Diário de Itabira
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