Rapaz diz que comerciante o contratou por R$ 1,5 mil para matar a professora Delaine
O comerciante Silvano Aparecido dos Santos, 41 anos, foi preso ontem, em Ipoema, sobe a acusação de ser o mandante do assassinato da professora Delaine Maria Guerra, 50 anos. O crime ocorreu em junho do ano passado. Na época o rapaz com 17 anos, hoje maior confessou ter matado a mulher e disse em depoimento que recebeu R$ 1,5 mil do comerciante para cometer o assassinato. Hoje, com 18 anos, o jovem está preso, mas por furto.
O mandado de prisão preventiva em desfavor do Silvano foi expedido no final da tarde de ontem. Com a ordem judicial em mãos, o delegado Juliano Alencar Martins e mais cinco investigadores foram para Ipoema. O comerciante foi detido quando chegava na padaria da qual é sócio e fica na rodoviária de Ipoema. Ao ser abordado pelos policiais, ele negou participação no crime, como já havia negado anteriormente.
Sem algemas, Silvano foi escoltado até uma viatura, que o trouxe até Itabira. Ele nega participação no crime. Apesar de ter acompanhado a prisão do suspeito, Juliano Alencar informou que seu colega Paulo Henrique Moreira Campos é quem preside o inquérito.
Juliano Alencar explicou que a polícia chegou a Silvano após a prisão do rapaz réu confesso. O menor contou com requintes de detalhes, que dois dias antes do crime recebeu a proposta do comerciante para matar Delaine Guerra. Ele ofereceu R$ 1,5 mil pelo serviço.
Em conversa com nossa reportagem o delegado contou que o comerciante teria dito ao menor que era apaixonado pela professora, mas teria sido rejeitado por ela. Inconformado, o comerciante passou a persegui-la. Delaine Guerra ameaçou denunciar o caso à polícia. Foi quando ele teria decidido contratar o adolescente para matá-la.
Contou o delegado que no dia do crime, o adolescente disse que subiu num barranco próximo da casa da vítima, aguardando o namorado dela deixar o local numa picape S-10 – isso por volta das 18h30. Depois que o homem saiu, ele foi até a porta da cozinha e viu quando a mulher derramou algo no chão. Assim que Delaine Guerra abriu a porta dos fundos, o adolescente a surpreendeu e mandou que ficasse calada. Ele pediu dinheiro; ela respondeu que não tinha.
O adolescente disse que, após ouvir a resposta de Delaine Guerra – que tinha sido sua professora –, desistiu do crime e decidiu sair da casa. Mas a mulher disse que o conhecia, sabia onde morava e iria chamar a polícia. Ele retornou, pegou uma faca que estava na pia e levou a vítima para o corredor, onde tinha certeza que ninguém a ouviria gritar.
O rapaz tapou a boca da mulher com a mão esquerda e cortou o pescoço da professora com a faca na mão direita. Delaine Guerra morreu na hora. Após matar a mulher, o adolescente ainda foi ao quarto dela procurar algo de valor, mas não achou nada. Ao voltar para o corredor, ele viu que marcas de sangue e de seu tênis estavam no chão. O jovem pegou um pano e limpou as marcas. Também lavou a faca e o pano, que foi pendurado do lado de fora, em uma mureta. Depois, ele foi para casa e queimou a roupa e o tênis.
O corpo de Delaine Guerra foi encontrado pelo filho, por volta de 1h, quando ele chegava da escola.
No dia seguinte, ainda nos relatos do menor teria ido até à padaria do comerciante e disse: “Fiz o serviço”. Em seguida, recebeu R$ 1,5 mil. Ele garante ainda que um irmão do comerciante, o viu receber o dinheiro, porém o comerciante disse ao irmão que o “serviço era a manutenção em um campo”. Nos relatos do menor ele friamente disse que o pagamento foi em notas de R$ 100, R$ 50 e R$ 20. [O rapaz alegou que ter gasto o dinheiro com um primo indo à Guarapari (ES) numa excussão que partiu de Ipoema].
Na mesma época, o comerciante apareceu na lista de suspeitos da polícia, uma vez que havia sumido de Ipoema por um certo tempo.
Na segunda-feira – o crime ocorreu num sábado –, Silvano alegou ter ido para uma fazenda e depois para Belo Horizonte. Passados alguns dias, viajou para João Monlevade, onde diz que ficou em tratamento contra síndrome do pânico. Depois de algum tempo, voltou para Ipoema. Ontem, foi preso.
O rapaz está detido no presídio por furto na empresa onde trabalhava. Ele também é suspeito de abuso sexual.
Fonte: Site Atila Lemos
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