terça-feira, 9 de setembro de 2014

VALE AJUDA BANALIZAR O TEATRO DO CENTRO CULTURAL


A empresa Vale promove hoje, terça-feira, 9, à noite, no Teatro da Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade, uma discussão sobre drogas na sociedade, com presença de jornalistas e médicos de Belo Horizonte. Até aí, boa notícia, é preciso mesmo discutir a violência gerada pelo crack, pela cocaína e pela maconha.

O problema desse evento é o local em que será realizado: no teatro do Centro Cultural. Sim, no principal palco itabirano, que deveria ser usado apenas para eventos artísticos– e de alta qualidade, evidentemente.
 
O uso indevido do teatro do Centro Cultural é chateação velha. Não há quem dê jeito nessa amolação. Faz-se de tudo lá: seminários políticos, posse de presidente de câmara, feirão de produtos Herbalife e, como é o caso hoje, palestra sobre drogas. Só falta fazer lá churrasco para gente de sindicato.
 
Parece sexo-dos-anjos, mas não é. Um teatro, repita-se, deve ser palco apenas para arte. Imagine se a comunidade artística de Belo Horizonte aceita a realização de palestra sobre drogas no Palácio das Artes. Jamais!!! No Teatro Municipal do Rio de Janeiro? Nunca!!!
 
Os equipamentos públicos são construídos para atividades específicas. A não ser por excentricidade, não se lança livro num matadouro, não se oferece coquetel de fim de ano num velório, não se faz baile num aterro sanitário, não se assina protocolo de intenções num cemitério. Da mesma forma, não convém organizar palestra sobre drogas num teatro, pois banaliza-o.
O evento da Vale merece um lugar com boa acústica, ótimo som e poltronas macias, capaz de receber bem os palestrantes e acomodar o público com conforto. Mas – senhores empresários e senhores capitães da cultura itabirana – esse local, reitere-se, não deve ser o teatro da FCCDA.
                                      
FCCDA NÃO INFORMOU QUANTO VALE PAGOU PELO ALUGUEL
  
Desde ontem, O TREM/portal O Cauê tenta obter do governo Damon de Sena o valor que a Vale pagou ao município pelo aluguel do teatro, mas, até a publicação deste texto, as assessorias de comunicação da prefeitura e da FCCDA não conseguiram passar esse dado.




INFORMOU O TREM/PORTAL O CAUÊ (breve no ar).
Para redes sociais e 20 mil e-mails cadastrados.

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