Prefeito Damon Lázaro de Sena (Foto/Ascom Ita/Arquivo/Divulgação)
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De acordo com os argumentos de sua equipe econômica, a Prefeitura precisa fazer ajustes financeiros para honrar alguns pagamentos de fornecedores firmados em 2014. Somado a isso, ainda existe a incerteza do cenário econômico brasileiro. No caso específico de Itabira, existe uma grande possibilidade de haver uma retração econômica ainda no primeiro semestre, levando em consideração, principalmente, a indefinição do preço do minério comercializado pela Vale. As projeções apontam que o preço continuará instável e isso afetará, certeiramente, o Orçamento Municipal.
Em alguns estados brasileiros, o próprio Tribunal de Contas está aconselhando os municípios a não custearem o Carnaval e reservar os recursos para projetos sociais e pagamentos pendentes.
Outra preocupação é o longo período de estiagem que tem causado em todo o país a maior seca dos últimos 150 anos. Em Itabira não é diferente. Os reservatórios estão operando na sua capacidade mínima, o que obrigou o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) a estender o período de racionamento e, ainda, alugar equipamentos para bombear água. O principal sistema de abastecimento da cidade, a Pureza, já está utilizando seu volume morto – água reserva que nunca foi utilizada na história da Pureza.
O aumento do número de pessoas na cidade – já que municípios também cancelaram o Carnaval, havia a grande possibilidade de Itabira atrair ainda mais foliões – o gasto na área do Carnaval para refrescar foliões e limpeza de banheiros químicos e da área de seu entorno poderiam aumentar os transtornos do desabastecimento durante o Carnaval e agravar os problemas para a população após a folia.
A equipe de saúde também argumentou que a realização da folia poderia agravar os índices de infestação do mosquito Aedes aegypti. O último Liraa, concluído na terça-feira, apontou um índice de infestação de 4,8%, o que deixa Itabira em alerta, já que o risco de epidemia é iminente.
“Avaliamos todas as possibilidades para manter o Carnaval. Até hoje pela manhã, pensávamos até em levar a festa para o Parque de Exposições, mas ponderamos que não seria prudente. Os riscos que estávamos correndo eram maiores do que a satisfação que as quatro noite de Carnaval poderiam gerar”, ponderou o prefeito.
De acordo com Damon, diante de um cenário de incertezas, que independe de sua vontade, manter a festa e, futuramente, sacrificar toda a população. “Não sabemos ao certo quanto tempo mais esta seca vai durar e quanto ela poderá nos obrigar a investir imediatamente para minimizar seu impacto. Quanto à questão financeira, o Governo Federal já sinalizou um primeiro semestre de retração econômica. O cenário neste início de ano não está bom para município nenhum. Reconheço que Itabira é um município que tem um Orçamento razoável, mas o problema maior é a situação geral do país. Se não equilibrarmos agora, se não fizermos os ajustes necessários e não sanarmos todas as nossas pendências financeiras, corremos o risco de respondermos por isso no futuro”, salientou Damon.
Outros municípios
Até a manhã de hoje, dezenas de municípios mineiros haviam anunciado que não realizariam festejos de Carnaval, entre eles, Santa Maria de Itabira, João Monlevade, Formiga, Oliveira, Itapecerica, Arcos, São Gonçalo do Pará e Cláudio. O motivo, conforme divulgaram os municípios, são a retração econômica e, principalmente, a falta de água.
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