Secretário de Governo enfrenta moradores indignados e adia mudança
Alguns moradores se encontravam nitidamente exaltados e ameaçavam vigorosas manifestações caso a mudança se concretizasse. Apesar das explicações e tentativas de convencimento por parte do secretário Ermiton Gomes e Vânia Maimoni de que a mudança atendia exigências de qualidade e estrutura do Ministério da Saúde e que a distância não era significativa para os moradores do bairro, já que existe uma proximidade, os moradores contestavam e tentavam demonstrar que o ato prejudicava seriamente o Juca Rosa e seus moradores. Perguntada sobre quem apoiava a mudança do PSF para outro bairro, os presentes foram unânimes em levantar as mãos em repúdio à transferência de local.
Em reunião ocorrida na última quinta-feira, 1º de outubro, às 19h30 na Escola Municipal Dona Inês Torres, na travessa João Camilo de Oliveira Torres, no bairro Juca Rosa, cerca de 110 moradores inflamados e revoltados questionaram o secretário de Governo, Ermiton Machado Gomes quanto a mudança do PSF (Programa de Saúde da Família) para a Vila Santa Rosa, que se efetivaria nesta segunda-feira, dia 5.
A reunião foi agendada pelo presidente do bairro, Sérgio Brito, com apoio do vereador Sebastião Ferreira Leite (Tãozinho), e contou também com as presenças da coordenadora do PSF Juca Rosa, Simone Teixeira e da gerente Vânia Maimoni.
O secretário de Governo Ermiton Gomes viu e ouviu vários desabafos de moradores locais questionando o por que da mudança de local, segundo eles, “em benefício de outro bairro e em detrimento do Juca Rosa”, ressaltando que tal atitude viria prejudicar a locomoção de pessoas mais idosas e deficientes.
Para entender: Pegos de surpresa, moradores do Juca Rosa ficam revoltados com retirada repentina dos móveis do PSF Juca Rosa para a Vila Santa Rosa, para localidade conhecida como Vila Marajó. Até uma faixa estendida já se encontrava estendida à porta do PSF informando que os atendimentos estavam suspensos e só retornariam na segunda- 5-, na Vila Marajó, atrás da Escola Municipal Didi Andrade. Antes disso, o presidente da Associação de bairro, Sérgio Brito e o vereador Tãozinho Leite já haviam agendado uma reunião com representantes do governo e da Secretaria da Saúde para debater com moradores sobre os efeitos da mudança.
Psf do Juca Rosa não será retirado do local até a ultima ordem da prefeitura (Foto/Ascom Ita) |
Diante do fato, enquanto o debate seguia acalorado e após ouvir sugestões, Ermiton Gomes entrou em contato com o prefeito Damon de Sena, que se encontrava em outro evento no bairro Pedreira, suspendendo a mudança do posto de atendimento por pelo menos 30 dias, até que se encontre uma casa que atenda as exigências do Ministério da Saúde em termos de estrutura e qualidade para usuários e servidores no próprio bairro. Uma das propostas dos presentes sugere que o amplo espaço gramado em frente ao Centro Comercial do bairro seja escolhido para a construção do PSF do bairro, já que aquela praça era subutilizada, com somente uma academia ao ar livre, e caberia ali, também, a construção de uma tão sonhada praça de esportes para os moradores, prometida em outros governos.
O secretário de Governo explicou que existem detalhes burocráticos que impedem uma ação imediata nesse sentido, já que essa decisão teria que passar pelo jurídico da prefeitura e câmara de vereadores para “desafetação” da área, viabilizando-a para tal finalidade. O prazo de 30 dias foi garantido pelo representante do governo para que aconteça outra reunião com os moradores e nesse meio tempo possam conseguir um imóvel que atenda provisoriamente os anseios da comunidade.
Para Sérgio Brito, a reunião mostrou mais uma vez que a união faz a força. “Forçamos o governo a rever sua posição quanto a mudança do PSF para outro local. Deveriam primeiro comunicar a intenção e ouvir os moradores para tomarem depois tal atitude. Vamos lutar com todas as nossas forças de forma que nossa comunidade não saia prejudicada”.
Para Tãozinho Leite, o bairro não está sem representatividade como alguns insinuam. Estamos envolvidos nisso há muito tempo. Trabalhamos nos bastidores, eu e o Sérgio, tentando evitar que essa mudança ocorra. A mudança estava sendo feita na “surdina” e tão logo ficamos sabendo, procuramos agir no intuito de evitar sua concretização. Agora é esperar o resultado!”
Indagado se se sentiu coagido com algumas manifestações mais duras por parte de alguns moradores, Ermiton Gomes foi enfático: “Em nenhum momento me sentido coagido. Foi uma bonita demonstração de democracia e isso prova que a comunidade mobilizada tem poder para alterar rumos de forma que lhe seja favorável. É muito bom ver uma comunidade envolvida nas questões que dizem respeito à melhoria do seu bairro!”.
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