Contra a epidemia - HNSD promove treinamento sobre febre amarela para médicos e enfermeiros

Reforço no combate a “Categoria 3” - Dr. Marcello Fontana capacita todos os profissionais de saúde contra a doença que vem se alastrando na cidade

Depois de confirmar o contágio de febre amarela em macacos, a Secretaria Estadual de Saúde (SES-MG) reclassificou Itabira para a ‘Categoria 3’, que é considerado o nível máximo de risco da doença. Diante desse quadro, o Hospital Nossa Senhora das Dores (HNSD) promoveu na quarta-feira, 15 de março, treinamento sobre a enfermidade para médicos e enfermeiros da instituição e do Pronto Socorro Municipal de Itabira (PSMI).

Médico infectologista, Dr. Marcello Monteiro [Foto/Acom HNSD]

A atualização foi ministrada pelo médico infectologista do HNSD, Dr. Marcello Fontana Monteiro, que abordou aspectos técnicos sobre a febre amarela, formas de tratamento e as ações de prevenção que devem ser tomadas para evitar a propagação da doença. “A Febre Amarela é uma doença que está presente nos últimos meses e com um surto na região. Tivemos a confirmação de casos em macacos e Itabira passou para a ‘Categoria 3’ e, por isso, decidimos capacitar a equipe do 'Nossa Senhora das Dores' e do 'Pronto Socorro' para lidar com essa situação”, destacou.

Com o treinamento e atualização dos profissionais da saúde, é possível melhorar o atendimento e a prestação de serviço para a população, sobretudo nas unidades responsáveis pelo primeiro contato com os pacientes, que são o 'Pronto Socorro ' e o Pronto Atendimento (PA). Com isso, é possível instruir melhor as pessoas e dar os encaminhamentos necessários a possíveis casos de febre amarela.

“Capacitando a mão de obra médica vamos ter um ganho no atendimento. Primeiro com o clínico, que está na ponta de atendimento, que é o 'Pronto Socorro' e o 'Pronto Atendimento', e, em segundo, com enfermeiros e áreas afins, que atualizam a sua forma de atendimento e passam a conhecer mais a doença. Além disso, essas pessoas são disseminadoras de conhecimento, então ajudam a passar as questões de prevenção”, ressalta Marcello Monteiro.

A principal forma de enfrentamento da doença é a prevenção. A vacinação é um mecanismo necessário para assegurar a saúde da população e evitar a disseminação da enfermidade, pois, o ser humano que possui a febre amarela pode contaminar o mosquito transmissor, o que aumenta o ciclo de contágio.

Também é necessário tomar outros cuidados devidamente. Atualmente o principal transmissor da febre amarela é o Aedes aegypti que é o principal responsável pela disseminação de outras doenças, como dengue, Chikungunya e Zica vírus. Portanto, é necessário limpar casas e terrenos para eliminar os focos do mosquito. Além disso, é importante evitar áreas de mata, que são centros de risco, e realizar ações de educação continuada junto à população.

Histórico

A febre amarela é uma doença que vinha ocorrendo apenas em sua versão silvestre, sendo que o último caso registrado em Minas Gerais ocorreu em 2009, no município de Ubá. Os casos urbanos não eram registrados desde 1942. Porém, no início de 2017, a SES-MG foi notificada sobre casos suspeitos de febre hemorrágica nas regiões de Teófilo Otoni, Coronel Fabriciano, Manhumirim e Governador Valadares.

Recentemente, Itabira e São Gonçalo do Rio Abaixo tiveram a confirmação de morte de primatas infectados com a febre amarela. Para o enfretamento da doença, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Itabira oferece gratuitamente a vacina por meio do Calendário Nacional de Vacinação nas unidades do Programa de Saúde da Família (PSF).