segunda-feira, 18 de março de 2019

Último adeus a primeira dama da cultura - “Myriam Brandão foi um grande patrimônio cultural que Itabira perdeu”, lamentou a Marta Mousinho

Assim caminha a humanidade! “A cultura e a educação são irmãs gêmeas e tem que caminhar juntos”, defendeu a Marta Mousinho

Parentes, amigos, artistas e autoridades dão o seu ultimo adeus a Myriam Brandão  (Foto/Delly Jr/Diário de Itabira)
Segundo a superintendente da Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade (FCCDA), Marta Mousinho Gomes Barbosa, ela ficou sabendo sobre o falecimento da ex-superintendente da fundação cultural Myriam de Souza Brandão que morreu aos 89 anos de idade por insuficiência respiratória por volta das 11 hs, no Hospital Nossa Senhora das Dores (HNSD) durante a sua internação para o tratamento do seu estado de saúde até o seu falecimento desta quarta-feira (13). Sendo que a informação do falecimento de Myriam Brandão foi repassada pela coordenadora da “Casa de Drummond” Neide Barbosa que era amiga muito intima da família de longa data. Sobre as ações culturais que foram desempenhadas durante a gestão ainda com vida, Myriam Brandão era muito conhecida como a grande guerreira e matriarca da cultura itabirana desde que assumiu o cargo de chefe de departamento de cultura desde os governos dos ex-prefeitos; (1973/1981, 1983) Virgílio José Gazire (MDB), (1977/1982) Jairo Magalhães Alves (MDB) e do (1983/1981) José Maurício Silva “Zé Maurício” (MDB); antes de inaugurar o centro cultural em 1982, durante o governo de Jairo Magalhães que faleceu durante o pleito eleitoral de 2016. Anos depois, o centro cultural foi consolidado oficialmente como a fundação cultural durante o segundo ano de governo “Zé Maurício” em 1985, ao assumir o cargo de superintendente da autarquia pela primeira vez na história da cultura de Itabira. Sendo que a Myriam Brandão era uma pessoa muito conhecedora e especialista que era muito ligada à cultura desde a literatura as artes cênicas e visuais. Myriam Brandãotambém foi à criadora da mais tradicional edição “Festival de Inverno”, do qual a edição atualmente é mantida ininterruptamente desde a década de 70 em plenaditadura militar que atravessou todas as gerações, após o fim do golpe militar em 85. “Ela [Neide Barbosa] que me passou a notícia e disse assim; ‘ela partiu!’, resumiu.

Superintendente da fundação cultural Marta Mousinho
(Foto/Acom Hnsd/Arquivo/Divulgação)
Marta Mousinho ainda contou durante a entrevista para “A Voz de Itabira” que já conhecia a Myriam Brandão, antes de ser vereadora (2009/2012)  por um mandato, e antes de assumir o cargo de superintendente da autarquia atualmente no segundo mandato do governo do prefeito Ronaldo Lage Magalhães (PTB), após 12 anos afastado dos holofotes da política local. “Logo em que eu me mudei para Itabira eu conheci a Myriam Brandão, e fui a casa dela com a minha cunhada. Eu já sabia do nome que ela [Myriam Brandão] tinha em Itabira, e nós fomos a casa dela logo em que eu me mudei pra cá pedindo sabe o quê? Que ela [Myriam Brandão] nos ajudasse que seriam nas bodas de ouro dos meus sogros, e a gente ia fazer uma cerimonia e uma festa. Mas, antes da festa uma benção das alianças e uma homenagem, e evidente que essa homenagem ela tem que ser muito ligada aos céus e a Deus, e também um agradecimento por um casal estar há 50 anos juntos. Então, fomos na casa de dona Myriam [Brandão], e ela foi ultra simpática e a gente não havia marcado para ir [a casa dela] e ela nos recebeu na hora. Ela não entregou um texto pra gente, e ela foi puxando [a conversa] da gente o quê que a gente achava daquele casal. Pais da minha cunhada, meus sogros. [A Myriam Brandão] Falou lindo e nos ajudou muito. Mas, assim, ela puxa da gente o que a gente tem. Sabe, sempre foi assim. Como boa professora [de educação e mestrada em letras, nas redes estadual e municipal de ensino, em seguida, na Faculdade de Ciências Humanas de Itabira - FACHI que era anexo na Fundação Itabirana Difusora do Ensino – FIDE/Colégio Comercial Itabirano - CCI] que era, ela não entregava as coisas para as pessoas, e ela deixava o que as pessoas descobrissem, e que as pessoas pusessem pra fora aquilo que está na mente e no coração. Isso que aconteceu conosco. Dai pra frente, eu vi Myriam [Brandão]”, contou.

Myriam Brandão morre aos 89  anos de idade por insuficiência
repiratória (Foto/Diário de Itabira/Arquivo/Divulgação)
Como boa gestora cultural na autarquia desde os governos do Jairo Magalhães ao “Zé Maurício”, e excelente professora de educação em seu mestrado no ensino educacional nas redes de ensino estadual, municipal e particular. Nas horas vagas, Myriam Brandão tocava piano durante as apresentações musicais na confeitaria que aconteciam semanalmente perto de sua própria residência, do qual a Marta Mousinho tinha aquele prazer imenso de frequentar confeitaria para ver de perto as apresentações musicais. Sendo que a Myriam Brandão tinha as mãos totalmente livres e soltas na hora em que ela tocava o piano durante a execução das canções instrumentais. “Tinha uma moça aqui em Itabira que tinha pertinho da casa dela um café e uma confeitaria, e com o piano. Essa moça toca piano, e a filha toca piano. Então, dona Myriam [Brandão] nas tardes que iria, e ela [Myriam Brandão] ia nessa confeitaria e nos brindava com a sua música maravilhosa que saia do piano. Ou melhor dizendo; ‘saia das mãos dela’; e eu adorava  sempre que o piano que estava lá [na confeitaria] eu ouvia dona Myriam [Brandão] tocando, e eu gostava, e eu falava; ‘me avisa quando ela for tocar que eu quero estar lá junto. Eu fui acompanhado a trajetória de dona Myriam [Brandão] e cada dia mais encantada. Quando eu soube que dona Myriam [Brandão] ficou viúva com 36 anos de idade com quatro filhos [pequenos]. Até então ela era uma Mãe e dona de casa, e ela não fazia trabalhos fora [de Itabira]. Soube também que nessa época e com filhos pequenos ela se inscreveu na [Faculdade de Ciências Humanas de Itabira-] Fachi que existia em Itabira, e ela fez o curso [superior] de letras. Saiu-se brilhantemente e trabalhou”, relembrou.


Por ser a primeira dama da cultura itabirana que ficou marcada na historia diante das ações culturais que foram desempenhadas durante a sua gestão no departamento de cultura e também na autarquia. Desde que exerceu o cargo de chefe de departamento de cultura desde o governo Jairo Magalhães e antes das instalações da nova sede da fundação cultural. Após ser a primeira superintendente da autarquia que deixou marca registrada na história da cultura local e na terra de “Drummond”, onde nasceu o “Poeta Maior” da cidade. Marta Mousinho ainda relembrou que mesmo a Myriam Brandão estando aposentada como professora de educação e mestrada em letras na Faculdade de Ciências Humanas de Itabira(FACHI), antes de se tornar Fundação Comunitária de Ensino Superior de Itabira (FUNCESI). De forma muito incansável, Myriam Brandão permaneceu defendendo em prol de todas as classes artísticas e culturais por ser uma mulher muito guerreira e ousada naquilo em que ela faz, e também contribuiu muito com a cultura itabirana mesmo com o “Drummond” ainda vivo e morando no Rio de Janeiro-Rj durante o governo Jairo Magalhães até o governo “Zé Maurício”, antes do seu falecimmento. “Eu penso que até o resto da vida dela. Por que mesmo aposentada a dona Myriam [Brandão] recebia pessoas, dava entrevistas [a imprensa], gravava poemas e declamava nas festas [de aniversário], e inclusive no próprio aniversario. Então, é uma pessoa que é um baluarte pra gente, e assim um patrimônio que Itabira perdeu. Mas, eu acho que o legado dela fica. Ela fez escola em Itabira e ela deixa o legado imenso”, lamentou.   

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