quarta-feira, 19 de junho de 2019

Com a entrega do requerimento ao “Ministério Público” - Contra a mineradora “terrorista, criminosa, assassina, omissa e irresponsável”! “E a própria Vale diz: ‘Vão continuar se rompendo’”, resumiu o Leonardo Reis


Com o simulado do rompimento das 18 barragens que está sem data de previsão - Mesmo construída “A Jusante” e “Contra o Massacre da Vale”! “As barragens são uma verdadeira ‘bomba-relógio’ em nossas cabeças”, disparou a Tuani Guimarães

Antes de se deslocar ao Ministério Público, o Coordenador do Comitê Popular da Mineração as autoridades religiosa se reunem com os romeiros e manifestaentes para falar sobre a entrega do requerimenro ao Poder Judiciário (Foto/Anna Drumond)
Durante a recepção dos romeiros da Arquidiocese de Mariana, e das Dioceses de Itabira-Coronel Fabriciano, Janaúba, Caratinga e Governador Valadares, Guanhães e Colatina (ES), na Catedral Nossa Senhora do Rosário (CNSR) que foi recepcionada Pelo Padre Márcio Soares e pelo coordenador do “Comitê Popular dos Atingidos pela Mineração em Itabira e Região”, professor e ativista Leonardo Ferreira Reis que recepcionaram os romeiros e convocaram para uma passeata com várias faixas e cartazes com frases estampadas contra a Vale S/A até o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) para acompanhar de perto a entrega do requerimento judicial (com as matérias que foram publicadas e embasadas pela imprensa local e estadual) a promotora do Ministério Público, Drª Giuliana Talamone Fonoff para serem protocoladas na tarde desta terça-feira (28/05). Que contou com o apoio e a presença do vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Extração do Ferro e Metais Básicos de Itabira e Região (Metabase), Carlos Estevam Gonzaga “Cacá” durante a véspera da “4ª Romaria das Águas e da Bacia do Rio Doce” que  aconteceu na manhã deste domingo (02).

Romeiros e manifestantes chegam a porta do Ministério Público
 (Foto/Anna Drummond)
“Estamos juntos e juntando forças pra dar mais um passo importante na nossa luta. Mas, é um passo de muitos outros que ainda vamos dar. Hoje, nós vamos protocolar no Ministério Público de Minas Gerais [-MPMG] um documento com todas as nossas reinvindicações, e não são reinvindicações de hoje não. São reinvindicações que vem de uma historia de luta em Itabira [-MG], e na região de Itabira e em Minas Gerais. São reinvindicações que não vem da voz e da cabeça de três a dez pessoas, e vem de uma região inteira, e vem de toda uma população que de bairro em bairro; a gente conversando, fazendo aulas públicas, ouvindo a população. Disseram de sofrer; de ansiedade, de falta de sono e de insônia, de depressão, de medo. Por causa do risco das barragens, e esse risco das barragens que agora se torna mais evidente”, defendeu o ativista.  

Secretária de Meio Ambiente Priscila Braga
 (Foto/Rozenilda Lemos/Arquivo/Divulgação)
Para pedir posições da mineradora com relação aos esclarecimentos das 18 barragens “A Jusante” que são cadastradas pela Agência Nacional da Mineração (ANM), e com a inclusão das falas gravadas em áudios durante a última reunião do Conselho Municipal do Meio Ambiente (CODEMA), da qual a presidente do Codema, Secretária Municipal de Meio Ambiente (SMMA) Priscila Braga Martins da Costa que se recusou a apresentar todas as documentações com todas as informações e os detalhamentos do Plano de Ação de Emergências para Barragens de Mineração (PAEBM) aos membros do “Comitê Popular da Mineração” que estiveram presentes nas últimas reuniões do colegiado que aconteceu na quinta-feira (14) de março, e na quinta-feira (04) de abril deste ano. Para os “12 Mil” moradores dos  “5,2 Mil” imóveis que ficam alojados nas Zonas de Auto Salvamento (ZAS) ou Zonas de Alto Risco de Morte (ZARM), e embaixo das 18 barragens de água e de rejeito de minério. Onde foram instalados os 93 pontos de encontros que foram demarcadas pela própria mineradora. Sendo que o Paebm foi implantado pela própria mineradora, e apresentado na última reunião do Codema durante o primeiro ano de governo do prefeito Ronaldo Lage Magalhães (PTB), desta atual gestão.      

Moradores de Brumadinhos foram atingidos pelo mar de
lamas (Foto/Acom/Metabase/Arquivo/Divulgação)
Ainda com os riscos eminentes dos rompimentos das barragens; de fundão (que resultou 19 mortes) na mina de Bento Rodrigues da empresa Samarco Mineração S/A que aconteceu na quinta-feira (05) de novembro de 2015, em Mariana-Mg; e da mina do Córrego do Feijão (que resultou 395 localizados, 24 desaparecidos com 246 óbitos) que aconteceu na sexta-feira (25) de janeiro deste ano, em Brumadinho-Mg, após 4 anos do rompimento da barragem de Mariana. Que ainda resultou três vítimas fatais de Itabira-Mg que estavam trabalhando na Vale S/A e nas empresas contratadas da mineradora em Brumadinho, da qual essas vítimas morreram em pleno horário de serviço durante as atividades profissionais que acabaram resultando em morte, após o rompimento barragem de Brumadinho que causou uma maior tragédia com muita revolta e comoção por parte dos seus parentes, amigos e familiares sabendo que não terão mais as vidas dos seus entes queridos de volta após serem atingidos pela lama da barragem da mineradora. Antes dos romeiros se organizarem para a marcha da entrega do requerimento judicial contra a mineradora que foi protocolada no Ministério Público pela Giuliana Talamone, eles ainda fizeram o turismo religioso dentro da sacristia da Catedral Diocesana e tiraram fotos dentro do altar para fazer uma boa recordação de Itabira durante a romaria no município.

Romeiros e manifestantes protestam contra a Vale (Foto/Anna Drumond)
Com a inclusão do risco eminente da barragem Sul Superior da Mina de Congo Soco, em Barão de Cocais-Mg, da qual abarragem subiu de “nível 2” para o “nível 3” durante a madrugada destasexta-feira (08) de fevereiro deste ano, e com a infiltração da talude da mina de Congo Soco que sofreu a deformação de “22,6 Cm” por dia, e com a parte maispróxima da base com a velocidade de “26,5 Cm” por dia. Sendo que o talude da Mina de Congo Soco foi se deslocando aos poucos que acabou caindo aos poucospra dentro da cava da mina do rejeito de minério durante a tarde de sexta-feira(31/05). Sendo que os moradores da comunidade Socorro, Piteiro, Tabuleiro e Vila do Congo estão alojados em casas alugados e hotéis que estão sendo mantidos pela mineradora desde fevereiro deste ano, e sem ter nenhuma previsão sequer para retornar as suas casas de origem das Zonas de Salvamento ou Zonas de Risco de Morte.   

“São barragens que tem se rompido sistematicamente. E a gente, e a própria Vale [S/A] diz; ‘vão continuar se rompendo!’, e destruindo o nosso território, nossa história, nossa memória, nossas vidas. Hoje, nós estamos aqui lutando por dignidade. Nós, estamos lutando pelos nossos direitos que não conquistamos de joelhos. Conquistamos em pé, na luta, com suor e sangue. Hoje, esse é um passo que o Comitê [Popular dos Atingidos pela Mineração em Itabira e Região]  vai dar para angariar novos aliados. O Ministério Público [de Minas Gerais-MPMG] e o Poder Público [Municipal – PPM] não pode ser conivente com as empresas da mineração. Não pode fechar os olhos para os impactos e para as atrocidades que a mineração faz. Eles [o MPMG e o PPM] tem que estar do lado do povo, e hoje, oficialmente o povo vai colocar as suas demandas, as suas exigências. Que não são poucas, é um documento [o requerimento] extenso de muitos messes de trabalho, muitos meses de escuta, muitos meses de luta. E que vão continuar acontecendo até a vitória”, comemorou o ativista.           

Ativista e socióloga Tuani Guimarães
(Foto/Rodrigo Ferreira/Arquivo/Divulgação)
Mesmo sem o carro de som para manter a sonorização das falas e dos pronunciamentos dos ativistas e dos demais envolvidos que mantiveram a passeata pela marcha ao “Poder Judiciário” que saiu da Catedral Diocesana passando pela Avenida Doutor Pedro Guerra, no Pará, até chegar ao Ministério Público para fazer a entrega oficial do requerimento contra a mineradora que foi protocolada pela Giuliana Talamone. Durante a passeata que foi se aproximando até a chegada ao Ministério Público, a socióloga e ativista a Tuani Guimarães se reuniu com os romeiros que participaram da passeata ao Ministério Público, e avisou aos romeiros que a mineradora está negando qualquer tipo de informações com relação às 18 barragens que não estão sendo repassadas para os “12 Mil” moradores que residem nas Zonas de Salvamento ou Zonas de Risco de Morte dentro das conformidades que foram propostos pelo Paebm que foi implantada pela própria mineradora que está causando o maior pânico nestes moradores que residem nas áreas mais próximas das barragens de mineração e de água diante do descumprimento por parte da mineradora de não estar repassando todas as informações aos moradores que moram nestas áreas de risco de morte.

“Esse termo aqui [no requerimento] eu juridiquei, ou melhor, falar com o povo, e não é desse jeito não! Mas, a gente precisa de aprender também a requerer os nossos direitos no Ministério Público [de Minas Gerais-MPMG], e ela está falando como povo e a gente tem que falar com todas as linguagens. Para a gente conquistar os nossos direitos, e esse é um direito básico. O direito de saber o que é seguro e o que não é seguro. Como ai que tem um cartaz que puder ir em; ‘Todas as Barragens são Seguras ou não Seguras’ até não serem. A gente tem uma barragem com a mesma empresa [Vale S/A]. Aqui a gente tem uma barragem também com a mesma empresa [alemã Tuv Sud] que atestou também lá em Brumadinho [-MG] que atestou uma barragem [do Itabiruçu] aqui [em Itabira-Mg] que poderá atingir ‘85 Mts’ [de percurso, caso, houver o rompimento]. Ou seja, é uma ‘bomba-relógio’ sobre as nossas cabeças. Já tem gente que não dorme, já tem gente que não consegue viver tranquilo, já tem gente que está ai querendo saber para onde vai correr. E a gente também tem que lembrar que a gente não pode deixar cavar e coloque a mão em nossos territórios mais uma vez”, alertou a socióloga.


Para entender


 Tenente Coronel Flávio Godinho 

(Foto/Heitor Bragança/Arquivo/Divulgação)


De acordo com o Coordenador Adjunto da Coordenadoria Estadual Defesa Civil de Minas Gerais, o tenente coronel da Polícia Militar (PM), Flávio Godinho Pereira ainda não sabe a previsão da nova data para o simulado do rompimento de barragem que iria acontecer recentemente neste sábado (06) que foi transferido para sábado (27), de Julho do mês que vem. Ainda sem previsão correta para acontecer realmente a simulação do rompimento de barragem com os moradores das Zonas de Salvamento próximos das barragens; Itabiruçu, Conceição, Rio de Peixe, Pontal, Cambucal I e II, Santana, Piabas, Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) I e II e Quinzinho. Que contarão com mais de “2,5 Mil” pessoas envolvidas dentre a Prefeitura Municipal de Itabira (PMI), Vale, Defesas Civil Estadual e Municipal, Corpo de Bombeiros, Polícia Civil (PC), Polícia Militar (PM) e o Ministério Público. Para poder dar todo o maior aporte durante a organização e no treinamento durante o simulado do rompimento das 18 barragens do município. Sendo que ainda terá o maior número superior de efetivos para fazer todo o sumulado de evacuação com os “12 Mil” moradores que se deslocarão para os 93 pontos de encontros que foram demarcados pela própria mineradora.   

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