De
forma bem interiorana – De Oliveira para Itabira! “O livro para mim é como um
filho”, comparou o Olavo Romano
Durante
o segundo dia de programação, após a abertura oficial da programação do “45ºFestival de Inverno de Itabira”. O ex-presidente (2014/2015) da Academia
Mineira de Letras (AML), escritor Olavo Celso Romano esteve fazendo um grande “bate
– papo” com um publico pequeno que esteve presente na “Casa de Drummond” na
manhã deste domingo (14). Onde o Olavo Romano esteve contando grandes “causos”
mineiros acontecidos pelos cantos interioranos há mais de décadas atrás através
de seu livro “Casos de Minas” que foi lançado, em 1982, dentre os seus 20
exemplares que foram lançados ao longo dos seus 54 anos de carreira em suas
artes literárias. “Pois, quando eu publiquei ‘Casos de Minas’. Depois eu vou contar
um pouco a história desse livro. Mas, eu não vou ficar falando muito também
não, e eu quero conversar com vocês sabe; um pouco de fala minha e um pouco de
diálogo, e de conversa e tal”, adiantou o escritor.
Escritores Olavo Romano e a sua esposa Kátia Romano (Foto/Gustavo Linhares/Acom Fcdda) |
De
forma muito bem alegre e bem humorado e interiorano, Olavo Romano contou vários
“causos” que despertaram as grandes curiosidades dos participantes que também aproveitaram
para contar os seus “causos” ocorridos pelos cantos interioranos de Minas. Antes
de publicar “Casos de Minas”, Olavo Romano ainda contou para os participantes
do “bate-papo” que ele fez 20 revisões na máquina de escrever, antes do
surgimento dos grandes avanços tecnológicos através da internet. “Mas, quando
eu publiquei ‘Casos de Minas’ [em 1982] você fica pensando assim; ‘pessoas com quem
você queria partilhar o seu trabalho’. Um livro é feito um filho. Eu escrevi
alguns livros quase 20 [exemplares], e as pessoas falam assim; ‘mas, qual que é
o livro que te deu mais emoção’. O livro é igual um filho, cada um é gerado de
um jeito, nasce de um jeito e vive de um jeito que não se compara com o outro. Não
há dois livros com a história igual, é uma coisa bonita isso. Por que na
verdade quem está escrevendo, é como se tivesse grávido”, comparou o escritor.
Leonardo Costaneto, Kátia Romano e Ana Paula lançaram os seus livros no mesmo dia (Foto/Delly Júnior/Diário de Itabira) |
“Em
me lembro que eu estava numa época no original que virou dois livros, e aquela
coisa de não liberar o livro enquanto não achar que está [totalmente] perfeito.
Que talvez fica com um pouco com medo de compartilhar e de dar [tudo] errado, e
não ficar muito bom; ‘será que vão gostar?’. E a minha Mãe foi uma mulher que
ficou grávida 20 vezes e por quantos, e ela tinha uma experiência de gravidez
como poucas pessoas tinham. E ela e eu ligava para ela [por telefone] toda a
semana, e [ela] falou; ‘como que está o livro? Então olha Mãe; não há nem de nascer!’ Eu fiz 23 revisões neste
original na unha, e não tinha computador [e notebook naquela época] e era na
unha. Eu fazia e rebatia [as revisões] na maquininha [de escrever] era aquela
coisa toda, e ela [a minha Mãe] falou assim; ‘passou da hora de nascer!’”,
relembrou o escritor.
Após
atravessar todas as gerações antes do surgimento dos grandes avanços
tecnológicos, Olavo Romano ainda contou que conheceu pessoalmente o poeta
Carlos Drummond de Andrade “Poeta Maior” e leu a dedicatória que escreveu ao “Drummond”
em seu primeiro exemplar que foi lançado, em 1982, em pleno golpe militar.
Olavo Romano ainda relembrou que recebeu a carta de “Drummond” dizendo que o “Poeta
Maior” ficou muito admirado e encantado com a sua primeira obra “Casos de Minas”
que é consagrado como uma das suas grandes obras literárias imortais há mais de
décadas. “Ele [Drummond] me mandou uma carta linda, e pequenininha e
maravilhosa; ‘gostei muito do seu Casos de Minas e sua prosa alegre’. Isso, é
uma coisa até hoje lendo de novo, e cada vez que eu leio eu sinto uma emoção que
ser ouvido o ‘Drummond’ sobre a sua prosa é uma coisa muito boa”, contou o
escritor.
Durante
o “bate-papo”, Olavo Romano contou um pouco das suas origens de sua vida
interiorana em Oliveiras-Mg que fica na região sudoeste de minas, do qual é a sua
terra natal onde o escritor nasceu. Olavo Romano ainda contou para o público pequeno
que participou deste “bate-papo” tão riquíssimo que acabou ganhando muito
conhecimento sobre a vida no interior que não foi algo nada fácil de se viver e
sobreviver para vencer e crescer nas artes literárias e acadêmicas para chegar
aonde chegou com todo esse talento irreversível que atravessou varias gerações
desde a ditadura militar até as eleições diretas. Sobre as dificuldades e as necessidades
em sua terra natal, e em plena vida interiorana na zona rural deste interior. Olavo
Romano ainda contou que no interior era tudo arcaico e não tinha telefone e luz
interligada em rede elétrica naquela época. Sabendo que a vida na zona rural do
interior mineiro não é nada fácil de viver para vencer e crescer na arte da
vida interiorana.
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