quarta-feira, 24 de julho de 2019

45º Festival de Inverno - “Casos de Minas”! “Eu sinto uma grande emoção de ser ouvido por ‘Drummond’ sobre a sua prosa”, relembrou o Olavo Romano


De forma bem interiorana – De Oliveira para Itabira! “O livro para mim é como um filho”, comparou o Olavo Romano

Com um público bem pequeno na "Casa de Drummond" durante o bate-papo, o escritor Olavo Romano e a sua Esposa Kátia Romano falam do Livro "Casos de Minas" que foi lançado, em 1982 (Foto/Gustavo Linhares/Acom Fccda) 

Durante o segundo dia de programação, após a abertura oficial da programação do “45ºFestival de Inverno de Itabira”. O ex-presidente (2014/2015) da Academia Mineira de Letras (AML), escritor Olavo Celso Romano esteve fazendo um grande “bate – papo” com um publico pequeno que esteve presente na “Casa de Drummond” na manhã deste domingo (14). Onde o Olavo Romano esteve contando grandes “causos” mineiros acontecidos pelos cantos interioranos há mais de décadas atrás através de seu livro “Casos de Minas” que foi lançado, em 1982, dentre os seus 20 exemplares que foram lançados ao longo dos seus 54 anos de carreira em suas artes literárias. “Pois, quando eu publiquei ‘Casos de Minas’. Depois eu vou contar um pouco a história desse livro. Mas, eu não vou ficar falando muito também não, e eu quero conversar com vocês sabe; um pouco de fala minha e um pouco de diálogo, e de conversa e tal”, adiantou o escritor.      

Escritores Olavo Romano e a sua esposa Kátia Romano
(Foto/Gustavo Linhares/Acom Fcdda)   
Sendo que o “Casos de Minas” foi o tema muito relevante deste grande “bate-papo” que contou várias histórias, antes dos grandes surgimentos e dos avanços tecnológicos em que nós vivenciamos através da internet atualmente desde 1996. Que contou com um público pequeno que participaram deste encontro com o escritor. “Então, é uma alegria enorme finalmente de estar aqui com vocês nesse espaço que é um templo [‘Casa de Drummond’] cheio de memórias e de histórias, e algumas vezes a gente leu, lembra ou não lembra, ou advinha. Mas, é um lugar impregnado de memórias importantes [do Carlos Drummond de Andrade, onde ele morou], é um privilégio da gente de estar aqui hoje”, elogiou o escritor.

De forma muito bem alegre e bem humorado e interiorano, Olavo Romano contou vários “causos” que despertaram as grandes curiosidades dos participantes que também aproveitaram para contar os seus “causos” ocorridos pelos cantos interioranos de Minas. Antes de publicar “Casos de Minas”, Olavo Romano ainda contou para os participantes do “bate-papo” que ele fez 20 revisões na máquina de escrever, antes do surgimento dos grandes avanços tecnológicos através da internet. “Mas, quando eu publiquei ‘Casos de Minas’ [em 1982] você fica pensando assim; ‘pessoas com quem você queria partilhar o seu trabalho’. Um livro é feito um filho. Eu escrevi alguns livros quase 20 [exemplares], e as pessoas falam assim; ‘mas, qual que é o livro que te deu mais emoção’. O livro é igual um filho, cada um é gerado de um jeito, nasce de um jeito e vive de um jeito que não se compara com o outro. Não há dois livros com a história igual, é uma coisa bonita isso. Por que na verdade quem está escrevendo, é como se tivesse grávido”, comparou o escritor.

Leonardo Costaneto, Kátia Romano e Ana Paula lançaram os seus
livros no mesmo dia (Foto/Delly Júnior/Diário de Itabira)
 
Muito econômico com as suas palavras e nas histórias publicadas no “Casos de Minas”, Olavo Romano ainda teve um grande medo de publicar um dos seus primeiros exemplares em sua carreira de escritor nas artes literárias e acadêmicas. Correndo sérios riscos dos seus exemplares serem rejeitados pelas editoras, e sem criar nenhuma expectativa da aceitação de suas grandes obras literárias que são imortais que estão impressos em um dos seus 20 exemplares, ao longo dos seus 54 anos de carreira literária há mais de décadas. Que de tanto o Olavo Romano escreveu e reescreveu por diversas vezes os seus textos em máquinas de escrever durante as revisões, antes de serem publicados em um dos seus 20 exemplares, e antes dos grandes avanços tecnológicos que evoluíram a partir de 1996, após o surgimento da internet e das diversas plataformas digitais que atualmente permitam fazer todas as revisões e as diagramações numa maior facilidade através de um só verdadeiro toque de mágica.

“Em me lembro que eu estava numa época no original que virou dois livros, e aquela coisa de não liberar o livro enquanto não achar que está [totalmente] perfeito. Que talvez fica com um pouco com medo de compartilhar e de dar [tudo] errado, e não ficar muito bom; ‘será que vão gostar?’. E a minha Mãe foi uma mulher que ficou grávida 20 vezes e por quantos, e ela tinha uma experiência de gravidez como poucas pessoas tinham. E ela e eu ligava para ela [por telefone] toda a semana, e [ela] falou; ‘como que está o livro? Então olha Mãe;  não há nem de nascer!’ Eu fiz 23 revisões neste original na unha, e não tinha computador [e notebook naquela época] e era na unha. Eu fazia e rebatia [as revisões] na maquininha [de escrever] era aquela coisa toda, e ela [a minha Mãe] falou assim; ‘passou da hora de nascer!’”, relembrou o escritor.

Após atravessar todas as gerações antes do surgimento dos grandes avanços tecnológicos, Olavo Romano ainda contou que conheceu pessoalmente o poeta Carlos Drummond de Andrade “Poeta Maior” e leu a dedicatória que escreveu ao “Drummond” em seu primeiro exemplar que foi lançado, em 1982, em pleno golpe militar. Olavo Romano ainda relembrou que recebeu a carta de “Drummond” dizendo que o “Poeta Maior” ficou muito admirado e encantado com a sua primeira obra “Casos de Minas” que é consagrado como uma das suas grandes obras literárias imortais há mais de décadas. “Ele [Drummond] me mandou uma carta linda, e pequenininha e maravilhosa; ‘gostei muito do seu Casos de Minas e sua prosa alegre’. Isso, é uma coisa até hoje lendo de novo, e cada vez que eu leio eu sinto uma emoção que ser ouvido o ‘Drummond’ sobre a sua prosa é uma coisa muito boa”, contou o escritor.

Durante o “bate-papo”, Olavo Romano contou um pouco das suas origens de sua vida interiorana em Oliveiras-Mg que fica na região sudoeste de minas, do qual é a sua terra natal onde o escritor nasceu. Olavo Romano ainda contou para o público pequeno que participou deste “bate-papo” tão riquíssimo que acabou ganhando muito conhecimento sobre a vida no interior que não foi algo nada fácil de se viver e sobreviver para vencer e crescer nas artes literárias e acadêmicas para chegar aonde chegou com todo esse talento irreversível que atravessou varias gerações desde a ditadura militar até as eleições diretas. Sobre as dificuldades e as necessidades em sua terra natal, e em plena vida interiorana na zona rural deste interior. Olavo Romano ainda contou que no interior era tudo arcaico e não tinha telefone e luz interligada em rede elétrica naquela época. Sabendo que a vida na zona rural do interior mineiro não é nada fácil de viver para vencer e crescer na arte da vida interiorana.    

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