sexta-feira, 11 de outubro de 2019

Antes localizar a 251ª vítima, em Brumadinho – Com a 250ª vítima localizada! “O caso entra e já começa o processo de extração do exame de Dna”, explicou o Thales Barcelos

Superintendente de Polícia Técnico-Científica da Polícia Civil de Minas Gerais, médico legista Thales Bittencourt de Barcelos concede a coletiva de Imprensa (Foto/Acom PCMG)

Belo Horizonte/Mg - De acordo com o Superintendente de Polícia Técnico-Científica da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), o médico legista Thales Bittencourt de Barcelos afirmou durante a coletiva de imprensa desta segunda-feira (30) que já foram encaminhados para o Instituto Médico Legal (IML) 795 casos, e foram finalizados apenas 680 casos (com segmentos de corpos completos e incompletos). Ainda com o acréscimo de 136 casos (não humanos) que estão catalogados para serem solucionados pelo Iml no momento. Sendo que ainda restam 115 casos para serem solucionados que resultou uma taxa de resolução equivalente a “86 %” dos trabalhos concluídos durante a identificação dos corpos, após o rompimento da barragem da Vale S/A, na mina Córrego do Feijão, em Brumadinho-Mg (que resultou 251 mortos, 19 desaparecidos, durante o intervalo de 10 dias após ter identificado o 250º corpo) que aconteceu durante a tarde de sexta-feira (25/01) deste ano. Com 250 corpos localizados e 20 desaparecidos para serem identificados durante o resgate do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais (CBMG), em Brumadinho.

técnico de operações, Luciano de Almeida Rocha, 40 anos,
é a 250º vítima soterrada no Mar de Lamas, em Brumadinho, 
após 8 meses de busca (Foto/Facebook/Divulgação)
Sendo que o corpo do técnico de operações, Luciano de Almeida Rocha, 40 anos, foi localizado durante a manhã deste domingo (29) por volta de 10 horas da manhã, do qual o corpo de Luciano Rocha teve o teve a sua entrada no Instituto Médico Legal (IML) por volta das 16 horas, da tarde, e foi liberado por volta das 21:30 hs, da noite, após a identificação do cadáver no Iml que teve a duração de 5 horas e 30 minutos de trabalho para a identificação. Onde o cadáver teve que passar por diversas identificações que foi feito pela odontologia forense através de determinação judicial pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) para ser liberado e entregue aos familiares da vitima dos atingidos pelo “Mar de Lamas”.

Do qual o corpo de Luciano de Almeida foi velado com o caixão lacrado durante o velório na capela do “Cemitério Municipal de Brumadinho” que contou com a presença dos familiares, parentes, amigos e entes queridos. Sendo que o Luciano de Almeida foi uma das vitimas dos atingidos pelo “Mar de Lamas” que foi causado pela própria mineradora que deixou sequelas nos familiares dos demais atingidos pela mineração. “Então, os senhores [da imprensa] vocês percebam que os casos dos segmentos maiores que chegam. Principalmente, que contém crânio e tecido ósseo, eles são muito identificados rapidamente devido à perenidade do tecido ósseo, e demora muito a se deteriorar. Então, é sempre importante quando a gente tiver certeza em segmento com o tecido ósseo. Os segmentos sem o tecido ósseo só resta atualmente que o [a impressão] digital não possibilita mais, e só resta o Llumina [um aliado no processo de identificação]”, esclareceu o Thales Barcelos.   
         
Durante a coletiva de imprensa, Thales Barcelos ainda afirmou que 21 laudos do Iml foram emitidos através sequenciador Llumina, do qual o equipamento é de ultima geração que foi doado pela própria mineradora de Brumadinho há 50 dias atrás através de acordos judiciais pós-rompimento da barragem Córrego do Feijão. “Esses 21 laudos emitidos pelo Llumina [um aliado no processo de identificação]. Ou seja, essas 20 amostras já não se prestam mais para a extração de [ácido desoxirribonucleico -] DNA, devido ao avançado estágio de contrafação das mesmas, e numa amostra foi conseguido extrair o perfil de Dna. E esse perfil deu metil, ou seja, foi compatível com o individuo já identificado anteriormente por um outro método. Nós temos 115 casos em análise no [Instituto de Médico Legal-] Iml e no instituto de criminalística qual são unidades da Policia Civil [de Minas Gerais – PCMG], e não tem nenhum caso parado. O caso entra e ele começa já o processo de extração [do exame] de Dna”, acrescentou o Thales Barcelos.

Sobre os 115 casos restantes que ainda estão em analise para serem solucionados no Iml que ainda estão em andamento, após o rompimento da barragem de Brumadinho. Ainda sabendo que não é algo nada fácil contornar toda a situação dos familiares, parentes, amigos e entes queridos das vitimas dos atingidos pelo “Mar de Lamas” diante desta tragédia catastrófica em Brumadinho que chocou o Brasil e o mundo, de forma muito vexatória e vergonhosa. Thales Barcelos ainda esclareceu que 115 casos estão ainda em analise de processo de extração odontológica do Dna. “Nenhum caso que dá entrada no [Instituto Médico Legal-] Iml não fica parado. Então, todos os casos quando eles entram no Iml, ele [o corpo] já começa processamento. Seja pra antropologia e pra odontologia. Ou extrair também amostra para o exame de [ácido desoxirribonucleico -] Dna”, explicou o Thales Barcelos.     

Que causou muitos transtornos e revoltas por parte dessas pessoas (citadas acima) que são vitimas dos atingidos pela mineração, do qual o rompimento da barragem de Brumadinho gerou inúmeras manifestações organizadas pelos movimentos populares contra a mineradora “assassina, terrorista, omissa e irresponsável” que acabou arcando com todas as assistências (médica, técnica e financeira por meio de acordos extrajudiciais) aos moradores que são os maiores atingidos pelo “Mar de Lamas” da barragem de Brumadinho que ficou marcada na historia da segunda maior tragédia do país e do mundo, sabendo que não vão trazer as vidas destas pessoas aos familiares e entes queridos de volta, de forma muito lamentável e com muita tristeza para os familiares das vitimas dos atingidos pela mineração.

Questionado sobre a chegada do corpo do funcionário da mineradora Luciano de Almeida no Iml, Thales Barcelos ainda esclareceu durante a coletiva de imprensa que o corpo do funcionário da Vale estava parcialmente esqueletizado com fortes pancadas de lamas do rejeito de minério que causou maiores impactos durante o rompimento da barragem de Brumadinho, após 8 messes de decomposição dos corpos que estavam soterrados no “Mar de Lamas” junto com os demais atingidos durante o rompimento da barragem de brumadinho que aconteceu na ultima semana do fim de semana trágica e catastrófica que aconteceu em janeiro deste ano. Hoje, completa 9 messes de trabalhos de resgate por parte do Corpo de Bombeiros e pela Coordenadoria Estadual Defesa Civil de Minas Gerais (CEDEC-MG), Coordenadoria Municipal de Proteção e Defesa Civil (COMPDEC), de Brumadinho.

“Era um corpo que a gente fala parcialmente esqueletizado, e tinha umas partes [do corpo] danificadas e outra parte [do corpo] já esqueletizada que parecia somente o esqueleto. Infelizmente, o crânio estava parcialmente preservado, e foi possível então radiografar o crânio nomeadamente a arcaria dentária e a mandíbula, e comparar com uma radiografia antiga que as famílias levaram para a gente naquelas entrevistas, em que a gente fazia com as famílias para coletar o [exame de] Dna, e também para coletar [todo] o material radiográfico justamente para esse momento. Que a comparação da radiografia do cadáver que chega no [Instituto Médico Legal-] Iml, e com a radiografia que aquela vítima tirou no passado no tratamento dentário por exemplo”,  exemplificou o Thales Barcelos.


Entradas no Iml

Ainda de acordo com o Thales Barcelos, ele ainda esclareceu que os casos apareceram diariamente desde abril até agosto chegou 1,56 casos por dia, e foram solucionados 0,93 casos por dia; em setembro chegou 1,3 casos por dia, e foram solucionados 1,06 casos por dia. Ainda com fluxos continuo de entradas e segmentos, e contínuos de resolução e de liberação de laudas do Iml. “Infelizmente, de segmentos já identificados anteriormente por outro método”, resumiu o Thales Barcelos.   
    

Três itabiranos mortos em Brumadinho

Com a inclusão de mais três trabalhadores da mineradora e demais empresas contratadas da Vale que são de Itabira-Mg também foram mortos durante o rompimento da barragem de Brumadinho em pleno horário de trabalho. Com os corpos seguindo em direção ao destino ao “Cemitério da Paz”, e sendo que dois corpos não houve nem o velório sequer devido decomposição do “Mar de Lamas” por longo tempo, em Brumadinho. Que não permitiu nem fazer o velório sequer dentro da capela do cemitério. Ainda com os dois corpos que foram encaminhados diretamente às pressas para serem enterrados e sepultados no cemitério, e sendo que *apenas um corpo do funcionário da mineradora de Brumadinho foi velado e sepultado no Cemitério da Paz, em Itabira.



1-Roliston Teds Pereira, 38 anos, localizado 28/01

Roliston Teds Pereira (Foto/Facebook/Divulgação)


2-Ricardo Eduardo Silva, 41 anos, localizado 29/01

Ricardo Eduardo Silva (Foto/Facebook/Divulgação)


3- *Carlos Roberto da Silva, localizado 01/02


Carlos Roberto da Silva (Foto/Facebook/Divulgação)

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