segunda-feira, 7 de setembro de 2020

“26º Grito dos excluídos 2020” – Com o evento antecipado! Vale é alvo de protestos por causar danos contra os moradores próximos das barragens e pelo desabastecimento de água

 

Mesmo com as conquistas na greve de 1989 – Com o fim do turno de 6 horas! Mineradora insiste em implantar o turno de 12 horas durante a pandemia a qualquer custo

Professor Leonardo Reis assume a organização do 26º Grito dos Excluídos (Foto/Rozenilda Lemos)

Itabira/Mg - “Vale, devolva nossa água, nosso ar, nossas terras”; “Guerreiros, Terra, Trabalho, Teto e Participação”; “Nós temos o direito de decidir o que é melhor para Itabira. Não nos calarão!”; “Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios, essa luta é de todos nós. É Greve!”; “Pleno acesso pleno ao trabalho, á educação e á saúde!”; “Mineração na pandemia não! Pela saúde e segurança dos trabalhadores e nossas famílias!”; “Políticos dissimulados e mal intencionados lobby, empresários corruptos, propinas, esquemas, lavagem de dinheiro, mídia tendenciosa (educação, saúde, segurança improvisadas) E as Barragens...”; “Dignidade ás pessoas privadas da liberdade! Barragens não podem tirá-las de nós!”; “A vida em primeiro lugar! Não ao terror das barragens”; “Turno de 12 horas é pior para os trabalhadores, é pior para Itabira!”; “Hello, Hello, desperta Brasil, ‘Itabira’? Onde está a sociedade civil organizada? Quando os bons calam e os maus ocupam”; “Malditas sejam todas as cercas e a propriedade privada que nos privam de viver”; “Gritamos em defesa das nossas águas, em defesa do meio ambiente!”; “Gritamos em defesa do trabalho digno, com melhores salários e segurança!”; “Gritamos pelo respeito aos camponeses que produzem os nossos alimentos!”; “Gritamos por moradia, saneamento, segurança e transporte nos nossos bairros!”; “Gritamos por uma diversificação econômica de base popular e solidária!”; “Nós atingidos pela mineração, que temos nossa tranquilidade, saúde, territórios roubados pela Vale, gritamos em defesa da vida em primeiro lugar!”; “Nós, encarcerados de Itabira, gritamos pelo fim da lógica punitivista”.

Comitê popular da mineração e Brigadas Populares fazem os preparativos
  para a carreata devido a pandemia (Foto/Rodrigo Ferreira) 
Estas são as frases gritantes, protestantes e revoltantes que estão entre faixas e carta de manifesto que reivindicam melhorias e esclarecimentos em favor da população que sofrem com todos esses danos e transtornos causados pela Vale S/A, após dois rompimentos de barragens; de Mariana-Mg, em 2015, que resultou 19 mortes fatais que se completou 5 anos e 10 meses; e de Brumadinho que resultou 270 mortes fatais que se completou há 1 ano e 8 meses, sendo que ainda restam 10 corpos para completar o montante de óbitos que ficou paralisados por 5 meses devido aos sintomas da pandemia do coronavírus que serão retomados durante os trabalhos de resgate pela mineradora neste momento. Com a inclusão das 15 barragens de rejeito de minério e mais 3 barragens de água em Itabira dentre as barragens do; Pontal (diques 1 e 2), Itabiruçu, Rio de Peixe, Borrachudo e Santana; se encontram em “Nível 1” dentro das conformidades do Plano de Ação de Emergência de Barragens de Mineração (PAEBM), da mineradora. “Em Itabira [-Mg], terra onde nascemos ou escolhemos para viver, trabalhar e criar as nossas famílias, temos resistido cotidianamente para que a vida seja prioridade! Berço da Companhia Vale do Rio Doce [ - CVRD], mineradora estatal, hoje, privatizada [desde 1997] , Itabira sofre com os impactos ambientais e sociais da extração mineral”, disse o 1º paragrafo da carta.  

Que deixaram muitas marcas e sequelas nos parentes e familiares e entes queridos que não terão as vidas destas pessoas de volta durante os momentos de dores, de angustia e de tristeza aos familiares durante os momentos de percas a cada momento e a cada segundo quando se perde um alguém ou uma parte dos nossos corpos. Que envolvem as famílias durante as tragédias do rompimento das barragens de Mariana e de Brumadinho que foi uma grande e verdadeira catástrofe irresponsável durante o crime cometido pela própria mineradora, de forma irresponsável. “Cercada por cavas enormes e barragens maiores ainda, itabiranos e itabiranas são submetidos aos caprichos da empresa Vale [S/A], responsável pela dependência econômica, que nos transforma em reféns dos interesses empresariais. Assim ela tira o nosso direito a terra e suas águas, ao trabalho digno, a um teto que nos acolha e, principalmente, a participação nas decisões sobre o destino da nossa região”, lamentou o 2º paragrafo da carta. 

     

Padre Francisco Neto inicia a abertura oficial defendendo
as causas sociais (Foto/Rzenilda Lemos)
Com a inclusão dos fatores sociais em nível municipal, estadual e nacional que são repercutidos em mídia nacional. Envolvendo as gestões dos governos do presidente do Jair Messias Bolsonaro (PSL) e do governador de Minas Gerais Romeu Zema Neto (Novo) que também foi alvo de protestos durante a antecipação do “26º Grito dos Excluídos” com o tema “Vida em primeiro lugar! Queremos Terra, Trabalho, Teto e Participação” deste sábado (05) em plena carreata que se deslocou da igreja Paróquia Santo Antônio, do Gabiroba (de cima), passando pela igreja Nossa Senhora de Conceição Aparecida, do João XXIII, chegando até a igreja Nossa Senhora da Piedade, no bairro Campestre, com a ultima passagem avenida João Pinheiro, no Centro. Onde teve o seu encerramento pela substituição da passeata por carreata durante o trajeto, evitando as aglomerações devido aos sintomas da pandemia do Covid-19. Que foi liderado e organizado pela Diocese Itabira-Coronel Fabriciano, Comitê Popular dos Atingidos pela Mineração em Itabira e Região e Brigadas Populares.

Durante a abertura do “26º Grito dos Excluídos”, o Padre Francisco César Cruz Neto falou sobre a importância das pastorais sociais, sindicatos, movimentos populares e sociais, entidades civis organizadas no envolvimento deste manifesto contra as causas sociais no município. Padre Francisco Neto também defendeu a geração de emprego e renda, diversificação econômica. Sobre o auxilio emergencial de “R$ 600,00” que teve uma baixa redução em 4 parcelas “R$ 300,00”, sabendo que são míseros benefícios que são pagos pelo governo Jair Bolsonaro, de forma muito lamentável com a sociedade brasileira. O “26º Grito dos Excluídos” se divide nos seguintes eixos, grito; pela terra, pela democratização da terra, contra a privatização da terra, reforma agraria, terra para todos. Para o Padre Francisco Neto: O racismo, violência urbana, homicídio, feminicídio, justiça social, machismo, preconceito, discriminação, igualdade de gênero, respeito, direitos civis sociais e econômicos, dignidade, fraternidade e união devem ser todos combatidos e respeitados o direito da sociedade que passam por este enorme constrangimento, de forma muito constante lamentável no momento.  Foi um dos assuntos temáticos em que o Padre Francisco Neto interagiu com os ativistas e participantes durante o evento simbólico contra as causas sociais que são celebradas anualmente.   

Participantes dão prosseguimento na carreata com destino João XXIII, Campestre e Centro (Foto/Rozenilda Lemos) 

Leia a carta de manifesto destas causas sociais da Diocese Itabira – Coronel Fabriciano, na íntegra:   


   


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