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terça-feira, 14 de abril de 2015

PREFEITO DAMON DE SENA CORTA CONVÊNIO COM A OAB E CARENTES FICARÃO SEM ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA EM ITABIRA

Fabiano Penido (Foto/DeFato/Arquivo)
O presidente da OAB/Itabira, Fabiano Penido de Alvarenga, acaba de enviar esta preocupante carta aO TREM Itabirano:
 
"Comunicado aos itabiranos: a 52ª Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Minas Gerais (OAB/Itabira), lamenta comunicar que o Sr. Prefeito Municipal de Itabira, sem prévio aviso, decidiu não renovar o convênio firmado entre o município de Itabira e a OAB/Itabira, cuja finalidade era manter a assistência judiciária gratuita aos carentes do município.
 
Essa assistência, de forma gratuita, é prestada pelo Município há quase trinta anos e por meio de convênio com a OAB desde 1997. Lamentavelmente, de forma insensível, os carentes estarão desassistidos de qualquer prestação jurisdicional.
 
Os advogados contratados já foram orientados a devolver todos os processos sob a sua responsabilidade, fato que, inevitavelmente, acarretará a paralisação de grande parte dos processos atualmente em tramitação na Comarca de Itabira, inclusive na área criminal, com julgamentos pelo júri já designados ou com tramitação de urgência por se tratar de réu preso e, na área cível, com interesses de menores.
 
A situação é grave e, apesar da alegada crise financeira para justificar o ato, exige solução imediata.

A OAB/Itabira reitera o compromisso com a melhoria da Justiça, com a defesa intransigente da democracia e dos desassistidos economicamente e espera que a redução de despesas da máquina pública municipal não mais afete os carentes, especialmente no constitucional direito de defesa.
Itabira, 14 de abril de 2015.
Pela 52ª Subseção da OAB/MG, Fabiano Penido de Alvarenga, Presidente".
 
Comentário TREM para encerrar: justiça para os pobres neste país é mais rara que o canto do uirapuru.
 
O TREM. PARA REDES SOCIAIS E 30 MIL E-MAILS. 

 

MUDANÇAS NO PRIMEIRO ESCALÃO - Marcos Sampaio dá lugar a Milson Fernandes na Secretaria de Administração

Marcos Sampaio deixa cargo para que Milson Fernandes assuma (Foto/DeFato)
O Diário Oficial do Município trouxe nesta terça-feira, 14 de abril, a primeira mudança no secretariado do prefeito Damon Lázaro de Sena (PV) em 2015. Marcos Antônio Sampaio deixou a Secretaria Municipal de Administração e deu lugar a Milson Fernandes Júnior, que era responsável pelo cargo de Ouvidor-Geral.  

A mudança é a primeira que acontece após a entrevista coletiva do prefeito Damon. No encontro, o chefe do Executivo falou sobre a crise financeira enfrentada pelo município e anunciou que alterações aconteceriam no primeiro escalão. Segundo o pevista, a arrecadação poderá cair até R$ 185 milhões até o final do ano, indo de R$ 525 milhões previstos para R$ 340 milhões.

Marcos Sampaio ocupava a Secretaria de Administração desde março do ano passado, quando Douglas Silva de Oliveira deixou o cargo. Primeiro ele assumiu como interino, mas foi oficializado um mês depois. Segundo a publicação no Diário Oficial, Marcos, que é filiado ao PV, pediu para sair do comando da pasta.

Com a entrada de Milson Fernandes na Secretaria de Administração, a Ouvidoria Geral deve ser assumida por Gilberto Fontes, responsável pela Auditoria e Controladoria Interna. Damon havia anunciado que iria englobar as duas pastas como uma das medidas de contenção de dispensa.

Seguindo essa lógica, outras mudanças deverão acontecer. Isso porque o prefeito também afirmou que vai fundir a Secretaria de Planejamento e Gestão com a Secretaria da Fazenda, e a de Meio Ambiente com a de Agricultura e Abastecimento e a de Meio Ambiente. Dessa forma, os cargos de Paulo Henrique (Fazenda), Júlio Contador (Planejamento), Nivaldo Ferreira (Meio Ambiente) e Geraldo Véio (Agrigultura) estão a perigo. 
 
 
Fonte: Site DeFato "On Line"

Reunião ordinária: pauta contém apenas um projeto de votação em primeiro turno

A Pauta da reunião desta terça-feira (14) vai contar com apenas um projeto de lei para votação em primeiro turno. Trata-se do PL 33/2015, de autoria do Prefeito Damon de Sena (PV), que “Instaura e normatiza o ‘Sistema Municipal de Política Pública Sobre Drogas’ e o ‘Conselho Municipal de Políticas Públicas sobre Drogas de Itabira’ e dá outras providências.” A matéria traz alterações na composição do conselho, retirando uma cadeira. Em segundo turno serão votados 5 projetos. Os Projetos de Lei 27 e 28/2015, de autoria do Prefeito, trazem mudanças no Instituto de Previdência de Itabira. O primeiro “dispõe sobre a estrutura do Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos do Instituto de Previdência de Itabira – ItabiraPrev; institui tabela e vencimentos e dá outras providências” e o segundo “dispõe sobre a Reformulação da Estrutura Administrativa e funcionamento do Instituto de Previdência de Itabira – ItabiraPrev; altera a Lei n.º 4.456, de 30 de agosto de 2011 e dá outras providências”.

Também de autoria do Prefeito, será votado em segundo turno o Projeto de Lei 29/2015, que “Cria o Conselho Municipal de Comunicação Social”. A matéria propõe um “conselho com competência propositiva, consultiva e fiscalizadora tendo por finalidade a supervisão da elaboração da programação do Canal da Cidadania e zelando pelo cumprimento das finalidades da programação, manifestando-se sobre os programas vinculados”, para a TV Cultura de Itabira.

 Ainda em segundo turno e também de autoria do Prefeito, será votado o Projeto de Lei 30/2015, que “dispõe sobre concessão de Passe Livre para pessoas portadoras de necessidades especiais no transporte coletivo municipal no âmbito do Município”
.
O Projeto de Resolução 3/2015, de autoria da Mesa Diretora, que “modifica a logomarca da Câmara Municipal de Itabira”, será o último projeto da pauta. A reunião começa às 14h.

segunda-feira, 13 de abril de 2015

Fccda - Palestra "A Rosa do Povo" acontece nesta terça - feira


São Gonçalo tem queda de 26% na arrecadação

A Prefeitura de São Gonçalo do Rio Abaixo continua mantendo atenção e tomando medidas para garantir o controle financeiro e orçamentário mediante a crise que causou grandes alterações no mercado mundial do minério. Na última semana foi realizada mais uma reunião gerencial com secretários municipais onde foram apresentados dados que mostram a brusca queda de receita que o município teve nos dois primeiros meses do ano.
 
Comparando a arrecadação do primeiro bimestre de 2014 com o mesmo período de 2015, os principais impostos que a Prefeitura recolhe (ISS, FPM, Cfem e ICMS) registraram queda de 26,37%, o que representou cerca de R$ 10 milhões. De acordo com a Secretaria de Planejamento, a previsão de arrecadação para este ano é de R$197 milhões. Porém, se o cenário não se recuperar ao longo deste ano e a receita continuar diminuindo na mesma proporção do primeiro bimestre, a Prefeitura arrecadará R$165 milhões, ou seja, R$ 32 milhões a menos.
 
Em matéria publicada no jornal Hoje em Dia, dia 21 de março, o banco Citi publicou relatório apontando que o minério de ferro deverá atingir a cotação de US$ 50 por tonelada no curto prazo e encerrar o ano em US$ 58. No dia 19 de março, estava precificado a US$ 54,50, o menor valor desde dezembro de 2007, antes do início do ciclo de valorização, que atingiu ápice em fevereiro de 2011, com preço de US$ 187,18 por tonelada.
 
Para que a Prefeitura feche as contas com saldo positivo e continue o trabalho para o desenvolvimento do município, várias ações estão sendo tomadas. A primeira delas é a readequação do Plano de Obras e Ações do Nova São Gonçalo que teve suspenso o projeto de construção do complexo poliesportivo e a redução do ritmo da construção do Centro Administrativo. Todas as demais obras e ações propostas no plano estão garantidas, se a crise não se ampliar. Outra medida que foi adotada imediatamente, é a redução de, no mínimo, 30% no orçamento de cada secretaria.
 
De acordo com o prefeito Antônio Carlos Noronha Bicalho, todos os secretários estão se empenhando para que esse momento seja superado. “Estamos preparados e equilibrados para enfrentar a crise. Definimos as prioridades e esses ajustes são necessários para mantermos as contas sob controle”, destaca.
 
Antônio ressalta ainda que, apesar de a Prefeitura tomar essas medidas, os serviços oferecidos à população não são afetados. Outro ponto que ele destaca é que, mesmo diante do cenário nacional de demissões, a Administração está mantendo os cargos e salários dos funcionários públicos em dia.

Vereadores do PR fazem uso da tribuna para defender Estacionamento livre para deficientes

Vereadores Hilton Magalhães e Marcela (Foto/Divulgação)
Por meio da indicação 130/2015, aprovada pela Câmara na última reunião Ordinária, o vereador Ilton Magalhães e a Vereadora Marcela fizeram uso da tribuna para apresentar a proposta de Estacionamento Livre para deficientes habilitados com dificuldade de locomoção.

De acordo com os vereadores, uma pequena classe de deficientes físicos, está sendo prejudicada, uma vez que necessitam parar seus veículos o mais próximo do seu destino. Nem todos os locais possuem rampas para cadeirantes. Aos que trabalham no centro, essa prática torna-se ainda mais difícil, uma vez que, quando o prazo do rotativo vence, são obrigados a retirarem seus veículos e o estacionarem em outra vaga. Para Ilton, o “Estacionamento Livre”, além de beneficiar diretamente o deficiente com dificuldade de locomoção, vai proporcionar sua inclusão no mercado de trabalho.

A proposta foi bem acolhida pelos vereadores presentes e bastante elogiada por todos que fizeram questão de parabenizar Ilton e Marcela pela iniciativa.

CDL: Demissões já começam a impactar o comércio

Presidente da CDL, Maurício Henrique Martins (Foto/Acom CDL/Arquivo) 
As demissões que vem ocorrendo na Vale e nas empreiteiras já surtiu um efeito negativo no comércio, segundo avaliou o presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL), Maurício Henrique Martins. O representante dos comerciantes disse que o medo das demissões e também da crise econômica têm contribuído para uma diminuição do consumo.
 
De acordo com Maurício Martins ainda não tem como mensurar os números do impacto, mas alguns lojistas têm reclamado da queda nas vendas, principalmente depois das ondas de demissões, quando mais de 2 mil trabalhadores de empreiteiras foram despedidos e mais de 60 funcionários da Vale. 
 
“Toda vez que demite é uma pessoa a menos com poder aquisitivo para comprar, então infelizmente a partir do momento que a Vale começou a demitir, alem de diminuir o número de pessoas com poder de consumo tem também a questão negativa, por que as pessoas ficam com um pessimismo, então elas regram um pouco com medo de uma demissão e possivelmente ter um descontrole financeiro, então o comércio sente um pouco com isso”, avaliou o representante da CDL. 
 
Na tentativa de frear as demissões na Vale, um grupo formado por diversas entidades itabiranas, denominado Reage Itabira está desempenhando diversas ações no município. De acordo com Maurício Martins, a participação da CDL nestes movimentos é importante para manter a movimentação comercial. 
 
“É importante a nossa participação no movimento, porque entendemos que toda demissão é prejudicial ao comércio, a medida que a Vale for demitindo o comércio vai se enfraquecendo, menos pessoas para comprar automaticamente gera uma cadeia de desemprego, então, a CDL entrou neste movimento para que a Vale se conscientize da importância em Itabira, a empresa tem um berço no município e precisa valorizar o local em que nasceu”, disse o presidente da CDL.   

'Diminuir a violência depende de todos nós'

Entrevista da semana - Jair Antônio Pontes Neto

A população pode ajudar muito na redução dos índices de violência na medida em que mudar hábitos, passar a respeitar mais as leis e o direito dos outros. A opinião é do comandante do 26º Batalhão de Polícia Militar de Itabira, tenente-coronel Jair Antônio Pontes Neto. Ele cita como exemplo o fato de, recentemente, quatro adultos terem filmado, ao mesmo tempo, a briga de duas adolescentes sem que nenhum deles tentasse apartar. A diminuição da maioridade penal é tema polêmico ao qual o comandante não se furtou: “Sou a favor”. Mas defendeu a educação de tempo integral e a saúde de qualidade como instrumentos para livrar os adolescentes das drogas e, consequentemente, do crime.
 

Diário – Qual é a sua avaliação sobre a segurança pública em Itabira?
 
Jair Antônio Pontes Neto – Nós temos que analisar a criminalidade como um contexto geral. A gente vive uma ascensão da criminalidade no país, já há alguns anos, e infelizamente isso atingiu o nosso estado e atingiu a nossa cidade de Itabira. Eu falo de Itabira, mas o batalhão representa mais 10 cidades, então tem Barão de Cocais, Santa Bárbara, cidades que pelo tamanho não eram para ser atingidas. Mas é uma questão contextual, não é um problema de Itabira, mas um problema nacional e que acabou atingindo Itabira também. 
 
 
– O índice de violência em Itabira assusta?
 
– Não assusta, preocupa. Tem dois ângulos para falar sobre isso. Primeiro, por ser uma cidade pacata, assusta os números que alcançaram. Mas se você for fazer uma análise contextual, nós vivemos em uma cidade em que proporções maiores em outras cidades foram atingidas. Nós vivemos de certa forma numa situação ainda mais tranquila que outras tantas cidades do estado. Então é uma situação que preocupa em razão do histórico da cidade, por ser uma cidade que tinha um histórico pequeno. Mas é importante que se fale: o problema da segurança não é atual. É um problema que vem ocorrendo há mais de três, quatro anos.
 
 
– Relaciona-se muito o crescimento da criminalidade aos adolescentes, e a cidade não tem lugar para interná-los. O que fazer diante desse quadro?
 
– Imediatamente, precisamos de um local de internação. Não podemos nos furtar de dizer que para resolver imediatamente é necessário ter o local de ressocialização, porque eles vêm impactando na criminalidade. Tem menores que cometem 3, 4, 5, 6, 7 roubos e que saem da delegacia antes da guarnição. Que ficam algum tempo acautelados, mas que daí a pouco estão nas ruas de novo e continuam a cometer crimes. Então, de imediato, é necessário que tenha o local de ressocialização. Isso é patente, não tem como discutir isso. 
 
 
– O quê mais é preciso?
 
– Eu quero para a nossa Itabira uma questão que se resolva para a vida toda. Não quero resolver agora. E para isso vou trabalhar em dois campos principais que estão diretamente relacionados com isso. Se você for olhar porque esses menores estão envolvidos com a criminalidade, isso é cientifico, 80% desses crimes estão relacionados com o uso e o tráfico de drogas. Eu estou falando de questões a médio e longo prazo, de imediato é o centro.
 
Eu preciso de educação de qualidade, preciso de uma escola de tempo integral, preciso tirar essas crianças da rua. Eu preciso ter uma escola que permita esse menino ter um aprendizado eficiente, de qualidade, que ele tenha prazer em estar na escola. Eu preciso que esse aluno adolescente tenha um curso profissionalizante, que vislumbre uma possibilidade de vida pra frente. Que esse menino tenha uma hora social. Todos nós precisamos disso. Então precisamos trabalhar a educação de qualidade. Eu defendo muito isso: a educação de tempo integral, tanto no ensino fundamental, quanto no ensino médio. Isso é extremamente necessário para atendermos uma situação de longo prazo. 
 
 
– E qual é o segundo campo de trabalho para solução desse problema?
 
– Junto com a educação de qualidade, eu preciso de uma saúde que vai recuperar esses menores que são viciados, porque eu tenho tráfico, porque eu tenho gente que compra. O dia que não tiver gente que compra, eu vou acabar com o tráfico. Se eu tiver uma educação de qualidade, que meus menores não vão mais usar drogas e se eu tiver uma saúde que vai recuperar os viciados, acabou. Parece utopia, mas este é o quadro que eu desenho. Esses números, com certeza vão reduzir, de maneira extraordinária.
 
 
– E a população, como pode ajudar no combate à criminalidade?
 
– Há quem diga que o grande problema nosso é cultural. E a gente enfrenta hoje, e aqui não vai saudosismo nenhum, mas nós, população, precisamos começar a cobrar a mudança de nós mesmos. A mudança começa por nós. Vou contar uma história que aconteceu há 30 dias atrás. Eu recebi um vídeo de duas adolescentes brigando em praça pública. E nessa filmagem que foi presenciada por essa pessoa, que é adulta, que enviou o vídeo. Enquanto filmava, ela filmou mais três adultos filmando a mesma coisa. Eram quatro adultos que ficaram filmando e ninguém entrou para apaziguar aquilo ali. Eles viram as duas adolescentes se engalfinhando, rolando no chão e eles ficaram filmando, não foram capazes de intervir como antigamente.
 
Então, a melhor maneira da sociedade ajudar é mudando comportamento. Porque se eu não mudar eu não tenho como cobrar das pessoas que erram acima de mim. Se eu estaciono em lugar proibido, em cima de faixa, se não dou passagem para o outro, se eu deixo o som da minha casa alto pertubando o vizinho, eu não vou poder cobrar do outro que estiver cometendo atos maiores aí de corrupção, seja lá o que for. 
 
Então eu penso que a melhor ajuda da sociedade, de nós, isso cabe para mim também e para todos, é uma mudança cultural. Porque se nossas crianças são interpeladas na escola e os pais no dia seguinte vão lá? Porque as crianças do Japão, que é um país de primeiríssimo mundo e que tem uma cultura completamente diferente da nossa, faz parte da educação deles, eles lavarem o banheiro da escola uma vez por semana. Aqui se fizer isso é um Deus nos acuda. Então precisa mudar comportamento. E a grande contribuição da população vai ser isso. Se eu mudo comportamento, se eu educo meu filho da maneira correta, eu vou ter um cidadão melhor para a sociedade, vou ter menos crimes, menos problemas. Obviamente, na questão da Polícia Militar nós temos o 181, onde a pessoa pode denunciar um foragido da Justiça, um crime, e terá a identidade preservada. Numa questão muito mais imediata, o 190, que funciona 24 horas por dia, sete dias por semana, é só fazer o contato e conversar com o atendente e explicar que não gostaria de aparecer.
 
 
– Outro problema é a sensação da impunidade. Como resolvê-lo?
 
– É um tipo de pergunta que deveria ser direcionado para outro profissional, mas eu não fujo da questão. A sensação da impunidade existe porque não há punição. Eu como menor, sei que posso cometer o crime porque a lei me ampara. Eu sei que naqueles crimes violentos, eu preciso ter uma vaga nos centros e que hoje o Estado não tem, então eu vou continuar livre. Não tem punição para mim. Estamos falando do menor, vamos passar para o adulto. Nós tivemos em dezembro, num período de duas semanas, nós tivemos aí mais de 10 roubos praticados por uma única pessoa em Itabira e cidades próximas. Uma pessoa que estava presa e que tinha acabado de ser liberada. Não fugiu não, ele foi liberado. A nossa Justiça colocou na rua. Não é culpa do juiz, do Ministério Público. É a Justiça, a lei. 
 
Na legislação penal diz que ele cumpriu um determinado período ele vai para a rua. Quer dizer que ele não se ressocializou e voltou cometendo crimes, impactando nessa violência de maneira absurda, sendo que se ele estivesse preso, nós teríamos evitado isso. Para melhorar o problema da impunidade é melhorando as leis. Eu não me furto de responder, porque eu tenho dito isso inclusive para os nossos representantes. Ou seja, é hora dos nossos representantes municipais buscarem os nossos representantes federais dizendo que é hora de buscar uma mudança no nosso Código Penal e precisamos urgentemente.
 
A nossa Lei de Execução Penal é totalmente antiga. Ela é obsoleta demais, já não acompanha o contexto atual. Não vou entrar aqui no mérito do que tem que mudar. Mas ela precisa mudar, porque o que está aí não dá sensação de que o criminoso será corrigido. Eu, criminoso, penso que não serei corrigido. Eu tenho a sensação de impunidade. E as cadeias estão cheias, não é por falta de prisões. Enquanto o crime sobe, as cadeias sobem [lotam] também. A gente precisa mostrar que existe uma punidade. Que se eu cometer algum crime, eu vou... A gente copia de alguns outros países que o crime é tratado como crime. No nosso país não é tratado o crime, é tratado o criminoso. Em outros países é tratado o crime. Independe de você ter dois ou 100 anos, você vai ser responsabilizado pelo crime e não pela sua idade. Eu vejo que na experiência profissional que eu tenho, uma saída poderia ser essa.
 
– Então o senhor é a favor da redução da maioridade penal?
 
– Eu deixei isso implícido na minha resposta anterior.
 
 
– Poderia falar então de forma explícita?
 
– Sendo explicido: eu sou a favor.
 
 
– Aí esbarramos no problema do sistema carcerário. O Brasil tem estrutura para isso?
 
– Esbarra porque hoje a cultura é essa. Eu vou ficar lá 20 dias, eu não me importo de cometer o crime. À medida que eu souber que ao cometer um homicídio vou ficar preso 20, 30 anos, mesmo tendo 14 anos, eu não vou cometer o crime mais. Então a cadeia vai ficar vazia. A superpopulação carcerária está diretamente relacionada com a nossa legislação penal, porque eu sei que aquilo ali é transitório. Eu vou ficar lá algum tempo e vou sair e dizer que eu paguei o que eu devia.
Nós abordamos alguns autores em situação suspeita e a resposta foi essa: “Eu já paguei o que eu devia”. Se foi um homicídio foram quatro anos, se foi um roubo pagou com dois anos. A minha conta com a sociedade já foi paga. E é interessante que seja assim. Só que esse período tem sido muito curto. A gente entende que poderia ser um período maior. E por isso mesmo eu acho que a redução da maioridade penal deveria existir.
 
 
– Uma Guarda Municipal pode auxiliar a PM?
 
– Em conversa com o prefeito eu disse a ele que o elogio, primeiro pela criação da pasta [Secretaria Municipal de Segurança Pública], em segundo, a escolha da pessoa, o coronel Julio Maria Abílio, e o projeto da criação da Guarda Municipal. Eu já tive a experiência de trabalhar com Guarda Municipal em outras cidades e ela faz a nossa tropa se tornar ainda maior, porque é mais alguém que vem jogar do nosso lado, fazer parte do nosso time. São olhos que o PM não está mas que a Guarda Municipal está e poderá trazer para nós. Em Betim fizemos trabalhos em conjunto.
 
 
– O que já mudou neste seu período à frente do 26º Batalhão?
 
– É muito difícil substituir um militar do nível do coronel Júlio [Maria Abílio Ferreira]. Ele é uma pessoa muito mais séria do que eu, muito mais competente do que eu, então eu tenho que correr muito para ver se consigo acompanhar os passos dele. O principal papel nosso é manter o que já estava em andamento, porque o Júlio só não está comandante mais porque ele aposentou – é uma aposentadoria obrigatória. Aí a minha preocupação maior era manter o que já vinha sendo feito, é tentar seguir os passos dele. 
 
Obviamente, estando aqui já há este tempo, eu vou dizer uma coisa com toda sinceridade, em 27 anos de serviços efetivos na PM: Itabira deveria se orgulhar do efetivo que tem aqui. Não falo de mim, porque eu vou embora, sou transitório, mas destes policiais permanentes. Eles são extremamente compromissados, percebe-se a preocupação deles nas redes sociais. Mesmo quando eles estão de folga, passeando com a familia, eles continuam trabalhando.
 
É mesmo um grupo que está dando orgulho de dizer que sou policial militar. Eu tenho trabalhado para motivá-los ainda mais. O meu trabalho é mostrar que sou mais um soldado junto com eles. Eu sou um policial de Minas Gerais, mas estou falando especificamente de Itabira. Estou feliz de estar aqui e lamentando não ter vindo antes.
 
 
– Qual o seu principal projeto para a cidade?
 
– O meu projeto é diminuir a criminalidade e vou fazer isso motivando essa tropa, que já é boa por natureza.
 
 
– O delegado regional Paulo Tavares Neto, plagiando um ex-secretário estadual de Segurança Pública, disse que “bandido bom é bandido morto e enterrado de pé, para não ocupar muito espaço”. O senhor concorda?
 
– Não. Eu respeito muito o doutor Paulo e vou até fazer uma defesa dentro do cenário que a gente mostrou em que as nossas leis penais não são cumpridas, onde os criminosos vão e voltam às vezes piores do que foram e impactam na violência e a sensação que dá é essa, de que se tivéssemos uma pena de morte... Mas o nosso sistema não é esse. O nosso sistema é de recuperação. Nós trabalhamos para preservar a vida, recuperar. Gostaríamos de continuar com a população que tem e sem crimes. Mas eu não estou contestando o doutor Paulo não.
 
 
Saiba mais sobre o entrevistado
 
Jair Antônio Pontes Neto nasceu em 1º de março de 1967, em Juiz de Fora. É filho de Arnaldo Antônio Pontes e Áurea Maria Barbosa Pontes e o mais velho de dois irmãos. Ingressou na Polícia Militar em 1987, como soldado do 2º Pelotão de Juiz de Fora. Em 1991 se formou aspirante e foi promovido a tenente-coronel em 2012. Em setembro do ano passado foi designado para o 26º Batalhão de Itabira. Trabalhou também em Ituiutaba, Teófilo Otoni, Igarapé, onde comandou a 7ª Companhia, que tem estrutura de batalhão, e em Betim, comandando a 33ª Companhia.
 
 
Fonte: Jornal Diário de Itabira 

Casa do Aprender - Dança circular e oficina de livros digitais acontecem nesta semana


 
 

Mesmo com crise, Damon aposta em investimentos para melhorar economia

Depois de anunciar uma queda na arrecadação do município em 22% nos últimos dois meses, o que impactou o orçamento em mais de R$ 18 milhões, o prefeito Damon Lázaro de Sena (PV) informou que manterá alguns investimentos em seu governo que têm como objetivo a diversificação econômica. O que segundo ele será uma das principais formas de manter a cidade mais segura para passar pela crise econômica.
 
Em matéria publicada no jornal Diário de Itabira na edição de hoje, Damon falou a respeito de investimentos em obras que poderão através de empresas para o município, assim como a construção de um sistema de abastecimento de água.
 
Segundo o prefeito, apesar da queda brusca na arrecadação, já existem algumas ações em andamento para diminuir os impactos. “Aceleramos muitas ações para preparar Itabira para a diversificação econômica e ela não acontece sem preparação. Então, investimos em educação para manter os nossos filhos bem formados e preparados para os desafios futuros e também na área de saúde, principalmente a saúde básica, para transformar Itabira em uma cidade atrativa para novas empresas”, destacou o prefeito.
 
 
Fonte: Site Atila Lemos

Damon descarta criar impostos

Para tentar compensar queda na arrecadação, prefeito promete intensificar fiscalização sobre devedores do Município; bancos e cartórios estão na mira
 

 
Apesar da crise financeira que, definitivamente, se instalou em Itabira, o prefeito Damon Lázaro de Sena (PV)  descartou, num primeiro momento, criar impostos. Na tentativa de compensar a Prefeitura pela queda na arrecadação, a proposta do Governo Municipal é intensificar a fiscalização sobre quem já deve ao Município. Bancos e cartórios – estes teriam dívidas de R$ 1 milhão – estão na mira de Damon. “Não estou falando de aumento de imposto mas de fazer justiça. Enquanto uma parcela da população cumpre com seu dever e paga os impostos devidamente, uma outra parcela não o faz e temos que fazer com que essa outra parcela também o faça [pague imposto]”, salientou o prefeito.
 
 
Fonte: Jornal Diário de Itabira

Crise econômica - Itabira deixa de arrecadar quase R$ 19 milhões em dois meses

 
A crise econômica que afeta estados e municípios brasileiros, principalmente os produtores de minério de ferro, reduziu em 22% a arrecadação de Itabira apenas nos dois primeiros meses do ano. Isso quer dizer que o Orçamento Municipal sofreu um baque de R$ 18.846.000 , podendo chegar a uma perda de R$ 185 milhões no final do ano.
Mês
Orçamento Previsto (R$)
Orçamento Executado (R$)
Diferença (R$)
Janeiro/2015
48.000.000,00
37.253.931,00
10.747.000,00
Fevereiro/2015
37.500.000,00
29.401.593,00
8.099.000,00
 
A principal razão pela queda da arrecadação foi a drástica redução da arrecadação da Compensação Financeira pela Exploração Mineral (Cfem). Pressionado pela queda na demanda chinesa, o preço do minério de ferro chegou a US$ 47 em 2015.
 
Principais arrecadações que compõem o Orçamento do Município nos 3 primeiros meses do ano

Imposto
Arrecadação prevista
(R$)
Arrecadação executada (R$)
VARIAÇÃO
Cfem
17.985.674,50
10.333.032,50
-42%
ICMS
41.868.983,50
35.535.973,01
-15%
ISSQN
14.723.100,00
11.062.106,65
-24%
 
 
 
 
 
Receita mensal de janeiro a março de 2015
MESES
PREVISÃO
ARRECADADO
Janeiro
Fevereiro
Março
45.326.366,34
37.691.035,67
35.232.588,26
37.246.938,16
31.678.148,09
28.986.246,77 *
DIFERENÇA
-8.079.428,18
-6.012.887,58
-6.246.341,49
%
-17%
-15%
-17%
 
No cenário apresentado nos dois primeiros meses do ano, a projeção é de que o Orçamento Municipal caia dos R$ 525 milhões previstos para R$ 425 milhões.
 
Isso representa uma perda de R$ 100 milhões no Orçamento, mas se situação não se estabilizar, esta perda poderá chegar a R$ 185 milhões no final do ano.
 
 
Apesar da crise, investimentos serão mantidos
 
O prefeito Damon Lázaro de Sena assegura que, apesar da queda da arrecadação do Município, os investimentos em andamento, como construções de Unidades de Pronto Atendimento, Unidades Básicas de Saúde, projetos em captação e distribuição de água e vários outros, serão mantidos. Ele, porém, alerta que os contratos poderão ser adaptados, realizado um novo planejamento e não descarta a possibilidade de haver atraso na execução das obras.
 
Para não parar a máquina administrativa e manter investimentos, obras e serviços essenciais, Damon Lázaro de Sena diz que várias medidas já foram tomadas e outras estão em andamento, para assegurar o equilíbrio e manter o controle financeiro e orçamentário, como:
 
- Cancelamento de todos os contratos de consultoria;
 
- Redução média de 30% dos valores dos principais contratos;
 
- Bloqueio provisório de um terço dos gastos administrativos das 20 secretarias municipais, da Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade, do Saae e da Itaurb;
 
- Suspensão temporária de novos contratos;
 
- Suspensão temporária de novas nomeações e contratações de mão de obra;
 
- Rescisão contratual de imóveis alugados e não ocupados e impedimento de reajustes de aluguéis;
 
- Suspensão por prazo indeterminado de serviços de buffet, lanches, refeições, cursos, viagens e hospedagens;
 
- Suspensão e redução orçamentária de todo tipo de evento;
 
- Concessão de maior autonomia e poder de decisão à Junta de Controle Financeiro (Jucof);
 
- Proibição por tempo indeterminado de execução de horas extras a servidores efetivos e trabalhadores terceirizados;
 
- Redução do número de secretários – três secretários vão acumular a responsabilidade de seis pastas e  redução de 30% do número de cargos comissionados.
 
 
Ainda:
 
Ações para melhoria da arrecadação:
 
- Regularização de impostos, sem rejustá-los;
 
- Implantação do programa de nota fiscal premiada para incremento da arrecadação de ISS;
 
- Aprimoramento da cobrança da dívida ativa;
 
- Promoção do recadastramento imobiliário no município para incremento da arrecadação de IPTU;
 
- Acompanhamento mais efetivo das informações do Valor Agregado Fiscal (VAF) para incremento da arrecadação de ICMS;
 
- Maior rigor na cobrança de ISSQN
 
- Fiscalização mais eficiente para evitar a evasão fiscal e leiloar bens móveis inservíveis e terrenos inadequados para uso público.

Prefeitura de Monlevade, através do CAT/SINE, informa vagas de emprego abertas

· Ajudante de Obras - para Fábrica de Tijolos
 
· Auxiliar Administrativo (Def. Físico)
 
· Borracheiro com experiência (masc.)
 
· Doméstica com referência
 
· Fisioterapeuta com experiência
 
· Garçom com experiência (masc.)
 
· Téc. de Informática com experiência em TI (masc.)
 
· Vendedor CNH “B” com experiência (masc.)
 
Interessados devem comparecer ao CAT/SINE munidos de todos documentos. A entrevista será no dia 09/04/15 (quinta-feira), no CAT/SINE às 12 horas. O endereço é Rua Bernardino Brandão, 139, bairro Rosário. Mais informações podem ser obtidas pelos telefones 3851-7882 / 3852-1247.


Sem perspectiva na Prefeitura, Lifa pede ajuda a deputado

Futebol itabirano - Realização do Amador e a participação de Itabira na Copa Estrada Real sub-20 são incógnitas
 
Presidente da Lifa "a esq." ao lado de Jose Antônio (Foto/Heitor Bragança/facebook "Diário de Bordo"/
Arquivo)  
O presidente da Liga Itabirana de Futebol Amador (Lifa), Samuel Carlos de Pádua, se reuniu anteontem com o deputado estadual Mário Henrique “Caixa” (PCdoB), locutor esportivo da rádio Itatiaia, com o objetivo de “buscar uma parceria” e, no futuro, a instituição receber recursos de emendas parlamentares.
 
Samuel Carlos disse que esteve na Assembleia Legislativa junto com Paulo Nova Era, que é uma das pessoas que representa o deputado em Itabira. O presidente da Lifa buscou apoio num deputado estadual em um momento delicado para o futebol amador. A realização do Campeonato Amador e a participação de Itabira na Copa Estrada Real sub-20 são incógnitas.
 
O presidente da Lifa ainda não recebeu uma resposta da Prefeitura sobre patrocínio aos clubes de Itabira no Amador e a seleção local na Copa Estrada Real. As informações não são as melhores. Ontem, numa coletiva de imprensa, o prefeito Damon Lázaro de Sena (PV) anunciou a fusão de secretarias e cortes de 30% em contratos do Município com prestadores de serviços.
 
“Ele [Mário Henrique] é uma pessoa diretamente ligada ao esporte e como deputado tem dado apoio a este segmento. Eu fui até lá ontem [anteontem], já havia esta possibilidade desde o mandato anterior do deputado. Nessa visita, nossa pauta foi abrir as portas para que a Lifa possa receber recursos do Estado. Para que isso seja viável, levamos até o deputado esse nosso anseio, essa nossa necessidade, principalmente agora que o Município vive um momento delicado na sua economia. Itabira está tendo uma redução considerável na sua arrecadação em função da quedado preço do minério”, informou o presidente da Lifa.
 
Segundo Samuel Carlos, Mário Henrique se dispôs a apresentar um projeto para que a Lifa ganhe o “título” de utilidade pública estadual, o primeiro passo para que a instituição esportiva consiga recursos do Governo do Estado. “É necessário que a Lifa receba a condição de utilidade pública estadual, a entidade já tem esse título em âmbito municipal, e ele [o deputado] se propôs a viabilizar essa condição da Lifa, através da votação na plenária estadual [reunião da Assembleia] e, posteriormente, a Lifa estaria apta a receber a emenda parlamentar”, afirmou o dirigente.
 
“Mário Henrique, em ato contínuo, se propôs a fazer essa indicação da emenda parlamentar à instituição. O valor não foi determinado, nem reivindicado, nós queremos num primeiro momento abrir mais essa porta para a entidade e acredito que a partir de ontem [anteontem] surgiu aí mais uma parceria para a Lifa que vai servir para captação de recursos, desta vez vem a nível estadual. O próximo passo será buscar também essa condição de deixar a Lifa apta a receber recurso da União”, acrescentou ele.
 
Samuel Carlos disse ainda que o deputado comunista já conhecia a Lifa. “Mário Henrique, como é parceiro de outras ligas, outras instituições ligadas ao esporte, não houve muita necessidade de apresentar a nossa realidade, nem muito menos a nossa necessidade. Ele, em breves palavras, disse que já conhece a Lifa, através de pessoas ligadas a ele, conhece o nosso trabalho, nossa equipe, a seriedade com que desenvolvemos o trabalho frente à Lifa”, afirmou o presidente.
 
“Segundo o deputado, a Lifa tem um perfil que vai ao encontro do trabalho dele junto a entidades esportivas. Então, na soma geral de tudo isso, o deputado já deixou claro para nós que vai sim estabelecer essa parceria, que vai culminar com a apresentação dessa emenda parlamentar”, disse Samuel Carlos.
 
 
Fonte: Jornal Diário de Itabira

domingo, 12 de abril de 2015

Medo da crise afasta consumidor do comércio

Crescimento do número de lojas disponíveis para locação no Centro é outro indicador de que investidores estão temerosos quanto às perspectivas da economia do município
 
Enquanto centenas de postos de trabalho estão sendo cortados nas empresas terceirizadas da Vale e também na mineradora, o comércio de Itabira fecha lojas e os consumidores reduzem as compras e evitam crediários, por medo de endividamento. Os impactos da crise econômica do país já são visíveis, literalmente, nas ruas itabiranas.
 
“Se você observar, vai ver várias portas fechadas na João Pinheiro, avenida que é a principal do comércio itabirano”, aponta o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Itabira (CDL), Maurício Henrique Martins. “O problema é nítido”, acrescenta.
 
O líder empresarial avalia que, apesar da alta da inflação e do dólar, que encarece mercadorias e serviços, o maior problema em Itabira são as demissões na mineração. “As pessoas estão com medo de comprar, de fazerem compromisso e depois ficar desempregadas”, afirma.
 
Maurício Martins cita como exemplo das dificuldades da economia itabirana o fato de a Fenacouro – feira itinerante que é “o terror” dos comerciantes locais – não ter prorrogado sua permanência na cidade, ao contrário das outras vezes. “Sem movimento, eles [os feirantes] desistiram de manter a concorrência”, destaca.
 
Ainda segundo o presidente da CDL, devido à forte dependência da mineração como principal atividade econômica, cada emprego perdido na Vale ou nas terceirizadas acarreta o fechamento de, pelo menos, um posto de trabalho no comércio. “Se um é demitido na Vale, aqui fora também as  empresas terão que se ajustar”.
 
Apesar do cenário pouco animador, Maurício Martins aposta na chegada da coleção de inverno para aumentar as vendas do comércio local. “O momento não é bom, mas está chegando a nova coleção de mudança de estação”, diz ele.
 
Automóveis - As revendas de veículos usados também estão sentindo o impacto da crise econômica. O setor registrou breve aumento de vendas após o pagamento da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) da Vale e agora passa por fase de retração acentuada.
 
O empresário Sebastião Silva, dono de uma agência de seminovos, admitiu que o movimento está em queda e também atribui o problema “ao fato de o consumidor estar mais inseguro em relação ao seu emprego e ao futuro, o que reflete na intenção de compras”.
 
Os aumentos da tarifa de energia elétrica, e dos combustíveis e da inflação, de um modo geral, são fatores que contribuem para essa insegurança dos consumidores, avalia o empresário. Além disso, o setor sente o impacto do aumento das taxas de juros.
 
“Tudo está subindo e, para piorar, tem aí essa série de demissões para todo lado. O consumidor está ficando acuado e com o pé no freio”, enfatiza Sebastião Silva.
 
Cuidados pessoais - Segundo Maria Augusta Feira, proprietária de salão de beleza, a crise está atingindo a todos, sem distinção. As reclamações dos fregueses de maior poder aquisitivo e as daqueles de menor renda, avalia, são as mesmas. “O dinheiro está curto, as contas altas e quase não está sobrando para os tratamentos pessoais”, destaca.
 
Os reflexos disso, afirma Maria Augusta, são sentidos diretamente no caixa. “Desde que começaram as demissões na Vale, o faturamento do salão teve queda média de 30%”.
 
Geralda Ambrósio, Luiz Carmelo Freitas e Ivone Santana, todos profissionais do setor, reforçaram as informações de Maria Augusta. “Até o final do ano passado era preciso marcar horário no salão com pelo menos três dias de antecedência, agora está faltando cliente, inclusive aos sábados, dia normalmente de casa cheia”, diz Luiz Freitas.
 
Imóveis -  No setor imobiliário, os profissionais preferem não tocar no assunto e dizem acreditar que a crise é passageira. Entretanto, tornaram-se comuns as casas e lojas vazias com placas de aluguel espalhadas por toda a cidade, o que há pouco tempo era quase impensável.
 
Entre as lojas de materiais de construção os impactos da crise ainda não foram sentidos em toda a intensidade, avalia José Antônio Reis Lopes, proprietário da Lopes Lar e ex-presidente da Associação Comercial, Industrial, de Serviços e Agropecuária de Itabira (Acita).
 
A situação, entretanto, não é motivo para otimismo. “Eu costumo dizer que para o material de construção a crise chega de forma retardada”, afirma. E a explicação é simples: uma pessoa que está construindo uma parede não para sua obra por causa da crise, para não perder o que já foi feito.
 
“Não tem como ter otimismo com esse cenário aí e todo indicativo econômico e não esperar uma recessão brava pela frente”, admite o empresário. A preocupação aumenta, segundo José Antônio, se for levado em conta que o minério de ferro – principal produto da economia itabirana – está com o preço cada vez menor no mercado internacional.
 
“Se a recessão durar muito tempo vamos ver muita loja fechando, desemprego e com isso a queda da arrecadação. O governo precisa das empresas para arrecadar e sem a arrecadação o governo não tem como manter os programas [sociais, de educação, saúde e desenvolvimento]”, avalia José Antônio.
 
Tudo bem - Já os supermercados, pelo menos por enquanto, parecem fazer parte dos setores menos afetados. O Diário telefonou para cinco deles, localizados no Centro e bairros, e em todos obteve a resposta de que o volume de vendas está se mantendo “equilibrado”.
 
A mudança observada, na maioria dos supermercados, nos útimos dias, foi em relação ao comportamento do consumidor. “Diante da insegurança, as pessoas estão dando preferência ao consumo de produtos de maior necessidade, estão comprando, como dizem, o grosso, como arroz, feijão, açúcar e outros”, disse a gerente Maria Auxiliadora Lage.
 
 
Fonte: Jornal Diário de Itabira