Luciano do Valle destacou uma curiosidade de cada uma das Copas que esteve presente
Luciano do Valle durante a cobertura de 2010 na África do Sul (Foto/ Eliane Leme/Portal da Band) |
Luciano do Valle morreu neste sábado a 54 dias de narrar sua 11ª Copa do Mundo, que teria um sentimento diferente das demais por acontecer no Brasil.
Em conversa com o Portal da Band durante a Copa de 2010 na África do Sul, Luciano comentou fatos que marcaram sua locução nos Mundiais. Ele ainda incluiu a Copa de 2002, a do penta, que ele não narrou. Confira:
Backenbauer de tipoia, em 1970: A primeira Copa foi em 70, no México. Eu ainda trabalhava em rádio, estava na Rádio Globo, antiga Rádio Nacional. Eu fiz um dos maiores jogos da Copa que foi Alemanha e Itália, era um gol atrás do outro, e o Backenbauer jogou com o braço na tipoia. Pra mim isso foi o mais marcante daquela Copa.
A 1ª na tevê, em 1974: Na Copa de 74, na Alemanha, eu já fiz por televisão, mas fazia os jogos de menor importância, que eram transmitidos à noite pela Globo. O titular era o Geraldo José de Almeida e o comentarista era o João Saldanha. Também fazia aquele intervalo que depois o Léo Batista fez. A frase daquela Copa foi uma infelicidade do Geraldo José de Almeida.
O brasileiro Luiz Pereira foi expulso e o Geraldo acabou achando que havia um certo racismo do árbitro. Ele não quis dizer bem isso, mas acabou dizendo. Isso complicou a vida dele.
Frio terrível em Mar Del Plata, em 1978: Na Argentina, aquele frio terrível de Mar Del Plata, úmido. Aliás, a frase daquela Copa foi do presidente da CBF, na época CBD se não me falha a memória, Heleno Nunes. Ele disse: “nós precisamos ganhar o jogo e eu quero que jogue o Roberto (Dinamite), centroavante”. E o Roberto entrou e nós ganhamos da Áustria. O Brasil, inclusive, ficou invicto em 78. Só não jogou a final porque o número de gols favoreceu a Argentina que ganhou do Peru, fez 6 gols, naquele episódio estranho. Muita gente não sabe se foi o presidente da CBF que escalou o Roberto ou se foi o Coutinho, treinador. Eu acho que foi o Coutinho.
O quase gol do Oscar, em 1982: Na Espanha, um lance do Oscar me marcou. Quando a Paolo Rossi fez o terceiro gol e a Itália estava classificada, o Oscar cabeceou uma bola no chão, aos 44 minutos e o Zofi fez uma defesa extraordinária. Se não fosse aquela defesa, o Brasil teria empatado e teria se classificado.
La mano de Dios, em 1986: No México, o que me vem à memória é o gol do Maradona com a mão contra o Inglaterra, né?
Itália eliminada em casa, em 1990: Na Itália, nós tivemos tanta coisa... Mas eu fiz o jogo em que a Itália foi desclassificada pela Argentina no estádio San Paolo, e foi uma coisa que não dá pra descrever porque o Maradona jogava naquele estádio pelo Nápoli. Ele e o Careca. E foi exatamente naquele estádio que a Argentina acabou tirando a Itália da final. Se você tivesse a oportunidade de ver a forma como o italiano saiu daquele estádio... Napoli que é uma cidade alegre, barulhenta, ficou silenciosa. Foi uma visão impressionante.
Gol do Branco, em 1994: Em 94, nos EUA, o gol do Branco de falta contra a Holanda foi uma coisa que até hoje é inesquecível. Narrando, a gente estava sentindo que o Brasil ia perder para a Holanda.
Taffarel pega pênalti, em 1998: E aproveitando, em 98, a mesma Holanda, em Marseille, foi um jogão com o Taffarel defendendo os pênaltis.
Ronaldinho salva em 2002: Destaco o gol marcado pelo Ronaldinho contra a Inglaterra. Ele chutou do meio do campo e o goleiro aceitou. Estava feia a coisa...
A organização alemã, em 2006: Na Alemanha, gostaria de ressaltar a organização deles, mas independente disso, lá, o time do Brasil, quando perdeu pra França, a gente estava esperando desde o primeiro jogo que o Brasil fosse tropeçar. E quando a gente começou a acreditar que isso não aconteceria mais, ele tropeçou. Foi exatamente contra a França. Foi a sensação da maioria dos jornalistas.
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