domingo, 14 de julho de 2019

Durante a audiência pública da ALMG – “Poder Público” e a “Vale” são as grandes irresponsáveis e omissas com os moradores dos “Zas” ou “Zarm”! “Esses crimes reiterados demonstram o total desprezo pelo o que as mineradoras têm pela vida”, lamentou a Beatriz Cerqueira


Rompimento de barragem não tem aviso – Mineradora está totalmente despreocupada com a população! “Elas não se importam com as vidas humanas destas pessoas”, resumiu a parlamentar

De forma muito lamentável e catastrófica, Beatriz Cerqueira ainda contou para todos os presentes na audência pública que a Vale já sabia de tudo que iria acontecer em Brumadinho (Foto/Flavia Bernardo/ALMG)

Belo Horizonte/Mg - Durante audiência pública da Comissão dos Direitos Humanos desta segunda-feira (08) no auditório do plenarinho do Palácio da Inconfidência, na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), no Santo Agostinho, em Belo Horizonte-Mg, da qual a audiência pública foi presidida pela deputada estadual Beatriz da Silva Cerqueira (PT) que iniciou todas as intervenções entre os membros das organizações populares e sindicais junto com os demais participantes deste evento que debateram e discutiram as situações destas 18 barragens que são cadastradas na Agência Nacional da Mineração (ANM). Beatriz Cerqueira ainda falou das sirenes do Plano de Ação de Emergências para Barragens de Mineração (PAEBM) que foi implantada pela Vale S/A não foram acionadas durante o rompimento das barragens deMariana-Mg e Brumadinho-Mg que impossibilitaram os moradores destes municípios mineiros de se evacuarem das Zonas de Auto Salvamento (ZAS) ou Zonas Auto de Risco de Morte (ZARM). “Toda a consequência na vida de centenas e milhares de pessoas, e com inconsequência da lama ter atingido todo numa bacia hidrográfica [do Rio Paraopeba]”, resumiu a parlamentar.


Deptada Estaual Beatriz Cerqueira (Foto/Flavia Bernardo/ALMG)
De acordo com a Beatriz Cerqueira, ela ainda esclareceu que o rompimento da barragem de Brumadinho que atingiu todas as dependências administrativas e operacionais da mineradora até o refeitório do restaurante onde os funcionários almoçavam eram até “59 Segundos” faltando “1 Segundo” para completar “1 Minuto” para que os funcionários da mineradora e demais empresas contratadas da Vale se retirassem a tempo para não serem atingidos pelas lamas do rejeito de minério, sabendo que ainda não dava tempo até que as sirenes fossem acionadas para que os funcionários se evacuarem das “Zonas de Salvamento” ou “Zonas de Risco de Morte” até atravessar pelas rotas de fuga para ter o acesso aos pontos de encontro que foram demarcadas pela própria mineradora de Brumadinho que resultou de 3 itabiranos que foram mortos em pleno horário de trabalho, e foram enterrados as pressas para a sepultura do “Cemitério da Paz”, e evitando ainda a decomposição dos dois corpos que ficaram soterrados dentro as lamas do rejeito de minério, após serem atingidos durante o rompimento da barragem em Brumadinho. Sendo que somente um itabirano morto foi velado e sepultado no “Cemitério da Paz”.

Pousa Fazenda Nova também não escapou da rota da lama 
em Brumadinho (Foto/Acom/MetabaseArquivo/Divulgação) 
Ainda com a inclusão da “Pousada Fazenda Nova”, em Brumadinho, foram 30 pessoas mortas durante a permanência na estadia na pousada já sem vida e sem direito a escapatória do rompimento da barragem de brumadinho que eram “4 Minutos” para que os funcionários e os hóspedes se evacuarem das “Zonas de Salvamento” ou “Zonas de Risco de Morte” pela rota de fuga para os pontos de encontros. Já no parque da cachoeira eram “24 Minutos” para os moradores se evacuarem pelas rotas de fugas. Sendo que não houve funcionários nas centrais do Paebm para fazer o acionamento das sirenes que eram por volta de 12 hs em pleno intervalo no horário de almoço. “Esses prazos era se a sirene tocasse, e as sirenes não tocaram! Eu ouvi no outro dia de um executivo da Vale [S/A]; ‘A sirene não tocou por que não tinha ninguém na hora para tocar a sirene!’. E no momento em que a barragem rompeu não tinha ninguém, segundo um executivo da Vale. Para acionar uma sirene que eram acionadas de um outro local e não na própria região [na mineradora de Brumadinho]”, desabafou a parlamentar.

Padre Marco de Almeida (Foto/Flavia Bernardo/ALMG)
Ainda de acordo com o pároco da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, em João Monlevade, Padre Marco José de Almeida (que representou o bispo da Diocese Itabira-Coronel Fabriciano Dom Marco Aurélio Gubiotti), e ele ainda afirmou que nos municípios mineiros da região dentre Vale do Aço e Centro Leste de Minas existem cerca de mais de 60 barragens dentre Itabira, João Monlevade, Barão de Cocais, Caratinga, Conceição do Mato Dentro, Governador Valadares, Rio Piracicaba e Mariana. Onde as Dioceses (de Itabira, Mariana, Governador Valadares e Caratinga) respondem pelas paróquias nas regiões destes municípios mineiros. Ainda com dois mortos durante o rompimento da barragem de Brumadinho, em Monlevade, de forma muito catastrófica e lamentável para os familiares, parentes, amigos e entes queridos no momento. Padre Marco de Almeida ainda relembrou da reunião pública com a Beatriz Cerqueira que aconteceu na tarde desexta-feira (26/04) no plenário Câmara Municipal de João Monlevade (CMJM), antes da audiência pública na Assembleia Legislativa, em Belo Horizonte.

“Hoje, esta audiência pública [da Comissão dos Direitos Humanos] e que por sinal as coisas estão caminhando através de um encontro que houve [em Nova Era e em João Monlevade], e assim, por que a gente acompanha esta questão, com o cuidado da casa comum, a questão do meio ambiente. Nós nos encontramos há dois meses, e eu fico muito feliz deputada [Beatriz Cerqueira] que as coisas não ficaram só no papel, e na fala ou engavetadas. Hoje, esta audiência pública é um sinal de que as coisas estão caminhando. Hoje nós somos convidados, e hoje vimos aqui representados destes municípios que são atingidos de forma direta ou indireta pela questão das barragens. Vocês sabem o que isso significa para uma família? Que é a dignidade da pessoa. Nós acabamos por adentrar nesta corrida desenfreada por lucros bárbaros, e esses lucros que deixam os nossos municípios, a nossa terra, a nossa água tão comprometida. É ai eu pergunto; ‘como vamos viver?’. Por que os responsáveis pelo crime nessa hora não aparece, embora tenha nome e endereço, e eles não aparecem, e nem assumem a culpabilidade do crime”, relembrou o pároco.

Padre Marco de Almeida e Camila Brito falam dos suicidios e depressão 
com os rompimentos das barragens (Foto/Flavia Bernardo/ALMG)
Durante audiência pública a representante da “Coordenação Estadual do Movimento dos Atingidos por Barragens”, Camila Brito e o Padre Marco José falaram dos suicídios que levam as vidas destes jovens e seres humanos a suicidar diante desta grande tragédia e desta catástrofe envolvendo as barragens de Mariana (que resultou 19 mortos) e de Brumadinho (com 395 mortes, 22 desaparecidos, 248 mortos) que acabaram resultando em mortes. Ainda com a inclusão do suposto rompimento de barragem da mina de Congo soco em Barãode Cocais-Mg que subiu de “Nível 1” para o “Nível 2”, e com a inclusão da cava do talude que sofreu a deformação de “22,6 Cm” por dia, e com a parte mais próxima da base com a velocidade de “26,5 Cm” por dia, e caiu dentro do rejeito de minério. Sendo que o talude da mina de Congo Soco foi se deslocando aos poucos que acabou caindo aos poucos pra dentro da cava da mina do rejeito de minério durante a tarde de sexta-feira (31/05). 

Sabendo que ainda os nossos jovens e seres nossos humanos não tem nenhuma perspectiva de vida sequer no momento diante desta tragédia envolvendo as barragens da mineradora que acabam gerando suicídios e depressão que sempre resultam e mortes diante desta catástrofe que envolve o rompimento das barragens de Mariana e de Brumadinho, e com a inclusão da barragem de Barão de Cocais. “Então, com algumas lideranças que tem ainda a Vale [S/A] como uma Mãe, em Itabira [-Mg]. E a gente fica perguntando-se, e eu pelo menos me perguntava; ‘Qual é o sentimento de um funcionário da Vale que sai para trabalhar em regiões que tem cidades de ameaça de rompimento de barragem?’, ‘Qual é o sentimento deste trabalhador que sai muitas vezes sem a esperança de voltar?’, ‘Qual é o sentimento  da família?’. Alguém e este funcionário sai as vezes sem nenhuma motivação para trabalhar”, questionou o pároco.

Camila Brito (Foto/Flavia Bernardo/ALMG)
Camila Brito ainda disse que esteve acompanhando todas as simulações do rompimento de barragem em Barão de Cocais (com 32 minutos de duração) que aconteceu na tarde de segunda-feira (25/03), e a segunda simulação do rompimento de barragem em Barão de Cocais (com 43 minutos de duração/com o acréscimo de 11 minutos) que também aconteceu durante a tarde de sábado (18/05). Sendo que Itabira será a próxima cidade a receber o maior simulado do rompimento de barragem da história do Brasil que acontecerá no próximo sábado (17), de agosto, com os moradores das “Zonas de Salvamento” ou “Zonas de Risco de Morte” que ficam muito bem próximos das barragens; Itabiruçu, Conceição, Rio de Peixe, Pontal, Cambucal I e II, Santana, Piabas, Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) I e II e Quinzinho. Onde os moradores do Ribeira de Cima,  Nossa Senhora das Oliveiras “Aprígio”, Campestre, Eldorado, Rio de Peixe, Gabiroba, Santa Ruth, João XXIII, Bela Vista, Nova Vista, Bethânia, Pará, Machado, Fênix, Abóboras, Bálsamos, Conceição, Praia, Belvedere e Hamilton participarão do maior simulado do rompimento de barragem do país que será promovido pela Defesa Civil do Estado de Minas Gerais.

Que contarão com mais de “2,5 Mil” servidores efetivos; da Prefeitura Municipal de Itabira (PMI), Vale, Defesas Civil Estadual e Municipal, Corpo de Bombeiros, Polícia Civil (PC), Polícia Militar (PM) e Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). Para dar todo o maior aporte durante a organização e no treinamento do simulado do rompimento das 18 barragens do município. Sendo que o município ainda terá o maior número superior de efetivos para fazer todo o sumulado de evacuação com os “12 Mil” moradores que se deslocarão dos “5,2 Imóveis” para os 93 pontos de encontros que foram demarcados pela própria mineradora. Antes de dar o início na audiência pública da comissão dos direitos humanos na Assembleia Legislativa, a ativista Camila Brito foi informada pela A Voz de Itabira sobre o simulado do rompimento de barragem que acontecerá emItabira a partir do mês que vem. Camila Brito ainda contou que em Barão de Cocais-Mg os moradores não escutaram os carros de som da Defesa Civil Estadual passando pelos bairros do município  devido ao volume baixo do veiculo quando anunciava a evacuação para os pontos de encontro durante os dois simulados que aconteceu em Barão de cocais, e os moradores ainda falaram sobre a mancha do rejeito de minério não eram reais. “Por que a simulação [as duas simulações do rompimento de barragem] em Barão de Cocais [-Mg] gerou um problema sérios durante a simulação [do rompimento] de barragem, e quem está lá [em Barão de Cocais-Mg] sabe o quê que acontece  numa simulação. Um grau de impacto psicológico naquela população, e ainda mais a percepção de que as alternativas de caso de um rompimento [de barragem] não estão certas”, contou. 

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