Rompimento
de barragem não tem aviso – Mineradora está totalmente despreocupada com a
população! “Elas não se importam com as vidas humanas destas pessoas”, resumiu
a parlamentar
Belo Horizonte/Mg - Durante
audiência pública da Comissão dos Direitos Humanos desta segunda-feira (08) no auditório do
plenarinho do Palácio da Inconfidência, na Assembleia Legislativa de Minas
Gerais (ALMG), no Santo Agostinho, em Belo Horizonte-Mg, da qual a audiência
pública foi presidida pela deputada estadual Beatriz da Silva Cerqueira (PT)
que iniciou todas as intervenções entre os membros das organizações populares e
sindicais junto com os demais participantes deste evento que debateram e
discutiram as situações destas 18 barragens que são cadastradas na Agência
Nacional da Mineração (ANM). Beatriz Cerqueira ainda falou das sirenes do Plano
de Ação de Emergências para Barragens de Mineração (PAEBM) que foi implantada
pela Vale S/A não foram acionadas durante o rompimento das barragens deMariana-Mg e Brumadinho-Mg que impossibilitaram os moradores destes municípios
mineiros de se evacuarem das Zonas de Auto Salvamento (ZAS) ou Zonas Auto de
Risco de Morte (ZARM). “Toda a consequência na vida de centenas e milhares de
pessoas, e com inconsequência da lama ter atingido todo numa bacia hidrográfica
[do Rio Paraopeba]”, resumiu a parlamentar.
Deptada Estaual Beatriz Cerqueira (Foto/Flavia Bernardo/ALMG) |
De acordo com a Beatriz Cerqueira, ela ainda esclareceu que o
rompimento da barragem de Brumadinho que atingiu todas as dependências
administrativas e operacionais da mineradora até o refeitório do restaurante
onde os funcionários almoçavam eram até “59 Segundos” faltando “1 Segundo” para
completar “1 Minuto” para que os funcionários da mineradora e demais empresas contratadas
da Vale se retirassem a tempo para não serem atingidos pelas lamas do rejeito
de minério, sabendo que ainda não dava tempo até que as sirenes fossem
acionadas para que os funcionários se evacuarem das “Zonas de Salvamento” ou
“Zonas de Risco de Morte” até atravessar pelas rotas de fuga para ter o acesso aos
pontos de encontro que foram demarcadas pela própria mineradora de Brumadinho
que resultou de 3 itabiranos que foram mortos em pleno horário de trabalho, e
foram enterrados as pressas para a sepultura do “Cemitério da Paz”, e evitando
ainda a decomposição dos dois corpos que ficaram soterrados dentro as lamas do
rejeito de minério, após serem atingidos durante o rompimento da barragem em
Brumadinho. Sendo que somente um itabirano morto foi velado e sepultado no
“Cemitério da Paz”.
Pousa Fazenda Nova também não escapou da rota da lama em Brumadinho (Foto/Acom/MetabaseArquivo/Divulgação) |
Ainda com a inclusão da “Pousada Fazenda Nova”, em Brumadinho,
foram 30 pessoas mortas durante a permanência na estadia na pousada já sem vida
e sem direito a escapatória do rompimento da barragem de brumadinho que eram “4
Minutos” para que os funcionários e os hóspedes se evacuarem das “Zonas de
Salvamento” ou “Zonas de Risco de Morte” pela rota de fuga para os pontos de
encontros. Já no parque da cachoeira eram “24 Minutos” para os moradores se
evacuarem pelas rotas de fugas. Sendo que não houve funcionários nas centrais
do Paebm para fazer o acionamento das sirenes que eram por volta de 12 hs em
pleno intervalo no horário de almoço. “Esses prazos era se a sirene tocasse, e
as sirenes não tocaram! Eu ouvi no outro dia de um executivo da Vale [S/A]; ‘A
sirene não tocou por que não tinha ninguém na hora para tocar a sirene!’. E no
momento em que a barragem rompeu não tinha ninguém, segundo um executivo da
Vale. Para acionar uma sirene que eram acionadas de um outro local e não na
própria região [na mineradora de Brumadinho]”, desabafou a parlamentar.
Padre Marco de Almeida (Foto/Flavia Bernardo/ALMG) |
Ainda de acordo com o pároco da Paróquia de Nossa Senhora da
Conceição, em João Monlevade, Padre Marco José de Almeida (que representou o bispo
da Diocese Itabira-Coronel Fabriciano Dom Marco Aurélio Gubiotti), e ele ainda afirmou
que nos municípios mineiros da região dentre Vale do Aço e Centro Leste de
Minas existem cerca de mais de 60 barragens dentre Itabira, João Monlevade,
Barão de Cocais, Caratinga, Conceição do Mato Dentro, Governador Valadares, Rio
Piracicaba e Mariana. Onde as Dioceses (de Itabira, Mariana, Governador
Valadares e Caratinga) respondem pelas paróquias nas regiões destes municípios
mineiros. Ainda com dois mortos durante o rompimento da barragem de Brumadinho,
em Monlevade, de forma muito catastrófica e lamentável para os familiares,
parentes, amigos e entes queridos no momento. Padre Marco de Almeida ainda
relembrou da reunião pública com a Beatriz Cerqueira que aconteceu na tarde desexta-feira (26/04) no plenário Câmara Municipal de João Monlevade (CMJM),
antes da audiência pública na Assembleia Legislativa, em Belo Horizonte.
“Hoje, esta audiência pública [da Comissão dos Direitos
Humanos] e que por sinal as coisas estão caminhando através de um encontro que
houve [em Nova Era e em João Monlevade], e assim, por que a gente acompanha
esta questão, com o cuidado da casa comum, a questão do meio ambiente. Nós nos
encontramos há dois meses, e eu fico muito feliz deputada [Beatriz Cerqueira]
que as coisas não ficaram só no papel, e na fala ou engavetadas. Hoje, esta
audiência pública é um sinal de que as coisas estão caminhando. Hoje nós somos
convidados, e hoje vimos aqui representados destes municípios que são atingidos
de forma direta ou indireta pela questão das barragens. Vocês sabem o que isso
significa para uma família? Que é a dignidade da pessoa. Nós acabamos por
adentrar nesta corrida desenfreada por lucros bárbaros, e esses lucros que
deixam os nossos municípios, a nossa terra, a nossa água tão comprometida. É ai
eu pergunto; ‘como vamos viver?’. Por que os responsáveis pelo crime nessa hora
não aparece, embora tenha nome e endereço, e eles não aparecem, e nem assumem a
culpabilidade do crime”, relembrou o pároco.
Padre Marco de Almeida e Camila Brito falam dos suicidios e depressão com os rompimentos das barragens (Foto/Flavia Bernardo/ALMG) |
Durante audiência pública a representante da “Coordenação
Estadual do Movimento dos Atingidos por Barragens”, Camila Brito e o Padre
Marco José falaram dos suicídios que levam as vidas destes jovens e seres
humanos a suicidar diante desta grande tragédia e desta catástrofe envolvendo
as barragens de Mariana (que resultou 19 mortos) e de Brumadinho (com 395
mortes, 22 desaparecidos, 248 mortos) que acabaram resultando em mortes. Ainda
com a inclusão do suposto rompimento de barragem da mina de Congo soco em Barãode Cocais-Mg que subiu de “Nível 1” para o “Nível 2”, e com a inclusão da cava
do talude que sofreu a deformação de “22,6 Cm” por dia, e com a parte mais
próxima da base com a velocidade de “26,5 Cm” por dia, e caiu dentro do rejeito
de minério. Sendo que o talude da mina de Congo Soco foi se deslocando aos
poucos que acabou caindo aos poucos pra dentro da cava da mina do rejeito de
minério durante a tarde de sexta-feira (31/05).
Sabendo que ainda os nossos
jovens e seres nossos humanos não tem nenhuma perspectiva de vida sequer no
momento diante desta tragédia envolvendo as barragens da mineradora que acabam
gerando suicídios e depressão que sempre resultam e mortes diante desta catástrofe
que envolve o rompimento das barragens de Mariana e de Brumadinho, e com a
inclusão da barragem de Barão de Cocais. “Então, com algumas lideranças que tem
ainda a Vale [S/A] como uma Mãe, em Itabira [-Mg]. E a gente fica
perguntando-se, e eu pelo menos me perguntava; ‘Qual é o sentimento de um
funcionário da Vale que sai para trabalhar em regiões que tem cidades de ameaça
de rompimento de barragem?’, ‘Qual é o sentimento deste trabalhador que sai
muitas vezes sem a esperança de voltar?’, ‘Qual é o sentimento da família?’. Alguém e este funcionário sai
as vezes sem nenhuma motivação para trabalhar”, questionou o pároco.
Camila Brito (Foto/Flavia Bernardo/ALMG) |
Camila Brito ainda disse que esteve acompanhando todas as
simulações do rompimento de barragem em Barão de Cocais (com 32 minutos de
duração) que aconteceu na tarde de segunda-feira (25/03), e a segunda simulação
do rompimento de barragem em Barão de Cocais (com 43 minutos de duração/com o
acréscimo de 11 minutos) que também aconteceu durante a tarde de sábado (18/05). Sendo
que Itabira será a próxima cidade a receber o maior simulado do rompimento de
barragem da história do Brasil que acontecerá no próximo sábado (17), de agosto,
com os moradores das “Zonas de Salvamento” ou “Zonas de Risco de Morte” que
ficam muito bem próximos das barragens; Itabiruçu, Conceição, Rio de Peixe,
Pontal, Cambucal I e II, Santana, Piabas, Companhia Energética de Minas Gerais
(Cemig) I e II e Quinzinho. Onde os moradores do Ribeira de Cima, Nossa
Senhora das Oliveiras “Aprígio”, Campestre, Eldorado, Rio de Peixe, Gabiroba,
Santa Ruth, João XXIII, Bela Vista, Nova Vista, Bethânia, Pará, Machado, Fênix,
Abóboras, Bálsamos, Conceição, Praia, Belvedere e Hamilton participarão
do maior simulado do rompimento de barragem do país que será promovido pela
Defesa Civil do Estado de Minas Gerais.
Que contarão com mais de “2,5 Mil” servidores efetivos; da
Prefeitura Municipal de Itabira (PMI), Vale, Defesas Civil Estadual e
Municipal, Corpo de Bombeiros, Polícia Civil (PC), Polícia Militar (PM) e
Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). Para dar todo o maior aporte durante
a organização e no treinamento do simulado do rompimento das 18 barragens do
município. Sendo que o município ainda terá o maior número superior de efetivos
para fazer todo o sumulado de evacuação com os “12 Mil” moradores que se
deslocarão dos “5,2 Imóveis” para os 93 pontos de encontros que foram
demarcados pela própria mineradora. Antes de dar o início na audiência pública
da comissão dos direitos humanos na Assembleia Legislativa, a ativista Camila
Brito foi informada pela A Voz de
Itabira sobre o simulado do rompimento de barragem que acontecerá emItabira a partir do mês que vem. Camila Brito ainda contou que em Barão de
Cocais-Mg os moradores não escutaram os carros de som da Defesa Civil Estadual passando pelos bairros do município devido ao volume baixo do veiculo quando anunciava a evacuação para os pontos
de encontro durante os dois simulados que aconteceu em Barão de cocais, e os
moradores ainda falaram sobre a mancha do rejeito de minério não eram reais. “Por
que a simulação [as duas simulações do rompimento de barragem] em Barão de
Cocais [-Mg] gerou um problema sérios durante a simulação [do rompimento] de
barragem, e quem está lá [em Barão de Cocais-Mg] sabe o quê que acontece numa simulação. Um grau de impacto psicológico
naquela população, e ainda mais a percepção de que as alternativas de caso de um
rompimento [de barragem] não estão certas”, contou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário