sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

Exposição do 40º aniversário do “O Cometa Itabirano” – Contra a ditadura militar e a liberdade de imprensa! “Há 40 anos o ‘Brasil em Itabira’ vivia outros momentos”, relembrou a Marta Mousinho

Antes de ser superintendente da fundação cultural, Marta Mousinho fala da importância sobre a existência do jornal 'O Cometa Itabirano' durante a ditadura militar em plena abertura comemorativa da exposição dos 40 anos do periódico (Foto/Heitor Bragança)


Inspirado nos tabloides do jornal semanário “O Pasquim” (1969/1991) que foi fundado pelos cartunistas Sérgio de Magalhães Gomes Jaguaribe “Jaguar” e Ziraldo Alves Pinto, e pelos jornalistas Tarso de Castro e Sérgio de Oliveira Cabral Santos durante o golpe militar no combate contra; a repressão, a censura, a liberdade de imprensa, e também a ditadura militar que era imposta pelo governo militar daquela época. Dez anos depois da criação do semanário “O Pasquim” com 1.072 edições em 22 anos de existência, do qual “O Pasquim” teve as suas atividades encerradas em 1991. Em dezembro de 1979 foi criado o jornal tabloide periódico “O Cometa Itabirano”, em Itabira-Mg, na terra natal onde nasceu o poeta Carlos Drummond de Andrade “O Poeta Maior” da cidade, do qual o “Drummond” foi colaborador deste periódico até o seu falecimento em 1987 que hoje se completa 32 anos de sua morte.

Nilo Brugnara é presença marcante na abertura deste evento
(Foto/Rodrigo Ferreira)
“O Cometa Itabirano” foi criado por seus sócios fundadores; Carlos Alvarenga Cruz, Altamir Barros, Genin Guerra, Lúcio Sampaio e Paulo Aussero Vaz Sampaio “Lelinho”. Que tiveram uma inteligência brilhante de colocar o humor e a irreverência no jornalismo dentro do formato tabloide “O Pasquim” daquela época. Onde o “Drummond” foi o maior colaborador oficial do “O Cometa Itabirano” (1979-2013) onde ele escreveu as suas crônicas e poesias que foram estampadas nas páginas do tabloide que ficou marcado na história de Itabira, do qual o periódico “O Cometa” explorou todos os moldes do semanário “O Pasquim” envolvendo todo o humor e a irreverência em suas matérias que foram publicadas nos exemplares ate o encerramento das suas atividades em 2013. Que completou 40 anos de sua existência na noite deste sábado (21), na galeria da Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade (FCCDA).

Durante a abertura da exposição comemorativa dos 40 anos do “O Cometa Itabirano”, do qual o jornalista e artista plástico Genin Guerra é curador desta exposição que levou cerca de 2 meses para selecionar os exemplares deste tabloide que foram estampados nos murais que estão expostos nas dependências da galeria e do saguão da fundação cultural. A superintendente da fundação cultural Marta Gomes Barbosa Mousinho falou sobre a importância do periódico “O Cometa Itabirano”. Antes de ser vereadora de um mandato e antes assumir superintendência da fundação cultural, Marta Mousinho ainda relembrou que em novembro de 1979 saiu a primeira edição do “O Cometa Itabirano” que ficou marcado pelo humor e irreverência que foi a marca registrada da identidade do próprio tabloide. “Há 40 anos o Brasil em Itabira [-Mg] vivia outros momentos. O país era comandado por uma ditadura militar, e a população ainda enfrentava todos os desafios daquele período. Naquele momento um grupo de jovens [Carlos Alvarenga Cruz, Altamir Barros, Genin Guerra, Lúcio Sampaio e Paulo Aussero Vaz Sampaio ‘Lelinho’] resolveram se posicionar sobre a situação politica na qual viviam, e promover novos debates em sua cidade natal”, relembrou a superintendente.      
    
Genein Guerra falou sobre a importancia sobre o 'Cometa Itabirano'
durante a ditadura militar (Foto/Heitor Bragança)
Ainda em 1979, o periódico “O Cometa Itabirano” foi inspirado no padrão do semanário “O Pasquim” após dez anos de circulação deste periódico que combateu contra a liberdade de imprensa, a censura e a ditadura militar. “O Cometa Itabirano” tinha os mesmos ideais na terra de “Drummond” para combater todas as ações que foram impostas pelo governo militar, sendo que “O Cometa Itabirano” teve as suas capas dos exemplares ilustradas pelo sócio fundador do periódico e artista plástico Genin Guerra, do qual os exemplares do “O Cometa Itabirano” tinham as suas ilustrações coloridas e variáveis dentro dos moldes e assuntos temáticos que eram pautados na redação deste periódico para a elaboração da edição que eram distribuídos mensalmente nas bancas. 

“Já sabia e não sabia que era tão rico, e não tinha essa ideia de quanta coisa eu poderia. Eu iria tirar esse acervo dos jornais amarelos e das coleções, e mostrar para o pessoal o quê que já foi feito aqui em Itabira [-Mg], e eu acho que valeu a pena. Na verdade daria para fazer 3 exposições dessa [dos 40 anos do ‘O Cometa Itabirano’]. Eu estou constando cada um dos colegas da redação, e alguns me deram opiniões e outros me deram carta branca e nem falaram nada. Então, vocês vão sentir falta de muita coisa, mas, não tinha jeito! É um resumo e um garimpo mesmo. Mas, vai dar a ideia mesmo da importância que é, e foi ‘Cometa Itabirano’ desse acervo. Não foi só pro [Carlos] ‘Drummond’ de Andrade, mas, para a história da cidade. Eu acho que essa exposição veio numa hora muito boa já que estamos vivendo os tempos tão estranhos”, comemorou o Genin Guerra.      

Genin Guerra recebe lembranças da Marta Mousinho durante o
evento histórico e comemorativo do tabloide (Foto/Heitor Bragança) 
Em contrapartida com o extinto semanário “O Pasquim” que também teve o encerramento das suas atividades 1991, que hoje se completou 50 anos de sua existência em novembro durante a exposição no Serviço Social do Comércio de São Paulo (Sesc-Sp/Ipiranga), na Zona Sul de São Paulo-Sp. Com diferença de 10 anos da edição comemorativa dos 40 anos do “O Cometa Itabirano” que circulou após dez anos do semanário “O Pasquim”, sendo que “O Cometa Itabirano” ainda teve uma contribuição muito histórica na importância da construção da nova sede dafundação cultural que foi inaugurado no dia 22 de maio de 1982 durante o governo do ex-prefeito (1977/1982) Jairo Magalhães Alves (MDB), ainda na ditadura militar. Marta Mousinho ainda falou sobre a importância da existência do “O Cometa Itabirano” que foi criado ainda por estes jovens que são veteranos e com as idades avançadas e de forma bem maduras atualmente, sendo que o “Drummond” foi resgatado por estes jovens fundadores do “O Cometa Itabirano” que estimularam a cultura local até o falecimento do “O Poeta Maior”, em 1987. “Inclusive, tiveram um papel importante na construção dessa casa de cultura [Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade-Fccda]”, resumiu a superintendente.    

Que teve um final feliz após o senador Tancredo de Almeida Neves (MDB) ter sido o ultimo presidenteda república que foi eleito pelos militares durante a ditadura militar, e colocou o fim do voto indireto em 1985, antes de ser empossado como o presidente da republica e antes do seu falecimento. Para que a imprensa possa ter livre e o arbítrio acesso pela liberdade de expressão de se manifestar e de se opinar livremente o seu ponto de vista com a população. Diante deste contexto dos tempos de ditadura militar em que a imprensa não podia se manifestar contra repressão do golpe militar que foi minimizando durante o governo do ex-presidente da república militar (1979/1985) João Batista de Figueiredo “In Memoriam” (PDS).

Na contrapartida da homologação das leis constitucionais que foi sancionado em 1988 durante o governo do ex-presidente (1985/1990) da República, senador José Ribamar da Costa “José Sarney” (MDB), dentre elas a lei nº 5.250/1967 que consolida a liberdade de imprensa que também se encontra em vigor nos autos dos artigos da constituição de 1988. Que facilitou todos os trabalhos dos jornalistas e demais profissionais de imprensa, sabendo que o Brasil lidera o 4º ranking de agressões aos demais profissionais de imprensa dentre repórteres, jornalistas, fotógrafos e cinegrafistas dentre a imprensa falada e escrita, de forma muito lamentável. Por parte de certos cidadãos agressores que não sabem que os órgãos de imprensa também tem os mesmos direitos pela liberdade de expressão perante as leis constitucionais. Quando se tratam da liberdade de imprensa desde em que os profissionais desta área de comunicação estejam em espaços e em locais públicos e não em locais privados para não comprometer a invasão de privacidade no patrimônio particular.      

O curador da exposição Genin Guerra, Altamir Barros, Paulo "Lelinho" e Carlos Cruz são os fundadores do tabolide 'O Cometa Itabirano' que compareceram na abertura oficial da exposição do periódico (Fotos/Heitor Bragança)

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