O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias
de Extração do Ferro e Metais Básicos de Itabira e Região (Metabase) iniciou nesta terça-feira (07) as rodadas de negociações com a Vale S/A
para a base de cálculo da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) dos
funcionários para 2020. A Plr a ser paga este ano teve sua discussão desde o
ano passado. O presidente do Metabase, vereador André Viana Madeira (Podemos) prevê
uma “batalha” contra a mineradora já que ela já demonstrou que irá se basear seu
balanço financeiro na tragédia de Brumadinho. “Infelizmente, prevemos que a
empresa [Vale S/A] irá se desculpar dizendo que houve prejuízos com o acontecido
[durante a tragédia] em Brumadinho [-Mg]. Mas, é necessário lembrar que somente
Carajás e o Corredor Sudeste [região de Itabira] foram às únicas minas que não
pararam de produzir”, lamentou o
sindicalista.
De acordo como André Viana, os
trabalhadores da mineradora de Itabira foram os maiores responsáveis diretos
pela lucratividade da empresa já que minas como Brucutu (Barão de Cocais-Mg) e
Córrego do Feijão (Brumadinho-Mg) nunca pararam de produzir. “A Vale vai
remunerar com [R$] ‘7,25 Bilhões’ de reais os acionistas na forma de juros
sobre o capital próprio referente ao ano 2019. Isso demonstra bem o tamanho do
lucro que a empresa vem ganhando. Absurdamente, ela [a Vale S/A] gastou ano
passado em torno de [R$] ‘6,5 Bilhões’ de reais com reparações, indenizações e
despesas com o acontecido em Brumadinho [-Mg], ou seja, os acionistas vão
ganhar muito mais que os vitimados da que deixou 259 mortos, 11 desaparecidos e
milhares de pessoas sem um teto pra morar”, desabafou o sindicalista.
“Em 1º de março de 2019 nós
conseguimos a maior [Participação nos Lucros e Resultados-] PLR da história; 6,88 salários, uma das maiores
remunerações variáveis do país. A Vale [S/A] iniciou um discurso de PLR mínima,
o menor valor possível ou pior, e não ter PLR. Como foi em 2015, e isso não
aceitaremos. Afinal, o último acordo coletivo [trabalhista – ACT] garante o
pagamento da PLR, seja pela produção alta, lucratividade e valor da tonelada do
minério. Nosso lema do acordo coletivo ainda continua; ‘Barragens essa conta
não é nossa’. O mínimo que queremos é um entendimento da empresa que o
trabalhador é merecedor deste prêmio. É apenas uma questão de justiça, afinal o
minério está em alta. O preço do minério de ferro com teor em 62% fechou a 91
dólares e o de Carajás a 103 dólares a tonelada, na última cotação do ano. Um
bom valor que nos anima a enfrentar os desafios que continuam grandes em 2020”,
esclareceu o sindicalista.
Entenda
A PLR foi regulamentada pela lei 10.101/2000, mas já havia
sido citada na Consolidação das Leis Trabalhistas, de 1946 e na Constituição
Federal de 1988. A lei diz que a empresa poderá implantar o programa de PLR,
com o objetivo de recompensar o funcionário pelos resultados obtidos pela
empresa.
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