Banner 728x90

quinta-feira, 9 de janeiro de 2020

Com o risco da “Plr 2020” cair de percentual no aumento - Mesmo com a alta lucratividade na produção minerária! “Infelizmente, prevemos que a Vale irá se desculpar dizendo que houve prejuízos com o acontecido em Brumadinho”, lamentou o André Viana

Presidente do Sindicato Metabase, André Viana terá que travar uma grande batalha contra a mineradora em favor dos empregados da mineradora para que eles possam obter os direitos justos no parcentual na Participação de Lucros (Foto/Acom Metabase) 

O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Extração do Ferro e Metais Básicos de Itabira e Região (Metabase) iniciou nesta terça-feira (07) as rodadas de negociações com a Vale S/A para a base de cálculo da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) dos funcionários para 2020. A Plr a ser paga este ano teve sua discussão desde o ano passado. O presidente do Metabase, vereador André Viana Madeira (Podemos) prevê uma “batalha” contra a mineradora já que ela já demonstrou que irá se basear seu balanço financeiro na tragédia de Brumadinho. “Infelizmente, prevemos que a empresa [Vale S/A] irá se desculpar dizendo que houve prejuízos com o acontecido [durante a tragédia] em Brumadinho [-Mg]. Mas, é necessário lembrar que somente Carajás e o Corredor Sudeste [região de Itabira] foram às únicas minas que não pararam de produzir”,  lamentou o sindicalista.

De acordo como André Viana, os trabalhadores da mineradora de Itabira foram os maiores responsáveis diretos pela lucratividade da empresa já que minas como Brucutu (Barão de Cocais-Mg) e Córrego do Feijão (Brumadinho-Mg) nunca pararam de produzir. “A Vale vai remunerar com [R$] ‘7,25 Bilhões’ de reais os acionistas na forma de juros sobre o capital próprio referente ao ano 2019. Isso demonstra bem o tamanho do lucro que a empresa vem ganhando. Absurdamente, ela [a Vale S/A] gastou ano passado em torno de [R$] ‘6,5 Bilhões’ de reais com reparações, indenizações e despesas com o acontecido em Brumadinho [-Mg], ou seja, os acionistas vão ganhar muito mais que os vitimados da que deixou 259 mortos, 11 desaparecidos e milhares de pessoas sem um teto pra morar”, desabafou o sindicalista.

“Em 1º de março de 2019 nós conseguimos a maior [Participação nos Lucros e Resultados-] PLR da história; 6,88 salários, uma das maiores remunerações variáveis do país. A Vale [S/A] iniciou um discurso de PLR mínima, o menor valor possível ou pior, e não ter PLR. Como foi em 2015, e isso não aceitaremos. Afinal, o último acordo coletivo [trabalhista – ACT] garante o pagamento da PLR, seja pela produção alta, lucratividade e valor da tonelada do minério. Nosso lema do acordo coletivo ainda continua; ‘Barragens essa conta não é nossa’. O mínimo que queremos é um entendimento da empresa que o trabalhador é merecedor deste prêmio. É apenas uma questão de justiça, afinal o minério está em alta. O preço do minério de ferro com teor em 62% fechou a 91 dólares e o de Carajás a 103 dólares a tonelada, na última cotação do ano. Um bom valor que nos anima a enfrentar os desafios que continuam grandes em 2020”, esclareceu o sindicalista.


Entenda 

A PLR foi regulamentada pela lei 10.101/2000, mas já havia sido citada na Consolidação das Leis Trabalhistas, de 1946 e na Constituição Federal de 1988. A lei diz que a empresa poderá implantar o programa de PLR, com o objetivo de recompensar o funcionário pelos resultados obtidos pela empresa.


Nenhum comentário: