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domingo, 19 de julho de 2020

Vale insiste em discutir turno de “6 horas para 12 horas” - Metabase resiste contra essa mudança que foi conquistada por Milton Bueno: “Vamos continuar a luta”, resumiu André Viana


Presidente do Sindicto Metabase André Viana vai endurecer contra a fim do turno de 6 horas  (Foto/Rodrigo Ferreira/Arquivo/ Divulgação)
Itabira/Mg - Na manhã desta sexta-feira (17) aconteceu a videoconferência entre os diretores do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Extração do Ferro e Metais Básicos de Itabira e Região (Metabase) e demais representantes da empresa Vale S/A. A reunião foi para avaliar o cenário do complexo Itabira frente a pandemia dos sintomas do coronavírus (Covid-19) e para discussão sobre a possibilidade de alteração dos horários deturno de 6 horas para 12 horas. Apesar de ser uma situação desconhecida, em uma breve análise, confirmou-se que as medidas adotadas pela mineradora foram satisfatórias. O gerente de relações trabalhistas da mineradora, Rubens Alves reconheceu a importância do Sindicato Metabase no processo de construção das medidas protetivas.

Gerente de relações trabalhistas da Vale, Rubens Alves
(Foto/Rodrigo Ferreira/Arquivo/ Divulgação)
“Hoje temos um complexo seguro, que passou por avaliações de órgãos oficiais como Ministério Público e Superintendência do Trabalho. Essas instituições querem Itabira [-Mg] para servir de modelo para outras minerações. Tudo isso nasceu na primeira reunião que tivemos com o sindicato. Era tudo muito obscuro sobre essa pandemia e as sugestões que trouxeram (sindicato) foram aproveitadas e ajudou Itabira a tornar um site seguro. O [Sindicato] Metabase teve uma participação muito clara, e foram os primeiros a conversar e fazer propostas concretas a serem aplicadas. Isso é muito importante pra todo mundo, seja empresa, sindicato e trabalhadores [da categoria]”, disse o Rubens Alves.

O presidente do Sindicato Metabase, vereador André Viana Madeira (Patriota), falou sobre cerca de 300 pessoas afastadas por estarem no grupo de risco e a garantia do emprego diante do isolamento social em “home office” diante desta pandemia do Covid-19 neste momento. “Recebemos a informação que a empresa [Vale S/A] não tem nenhuma ação que visa à demissão de quem quer que seja, o que atende nossa solicitação de manutenção dos quadros de trabalho. Hoje, somando o pessoal de quarentena preventiva, grupo de risco e pessoal em análise, estamos com cerca de 900 a ‘1 Mil’ trabalhadores”, esclareceu o sindicalista.


Alteração da jornada de trabalho

Ex- presidente do Sindicato Metabase Milton Bueno que
 foi o pai da implantação do turno das 6 horas diante da conquista
histórica durante a greve da Vale em 1989
(Foto/Rodrigo Ferreira/Arquivo/ Divulgação)
As discussões sobre a troca do horário do turno foram iniciadas quando a empresa apresentou a proposta para aumentar a jornadadiária dos trabalhadores da área de produção de 6 para 11 horas. A mineradora alegou falta de mão de obra devido ao afastamento de diversos trabalhadores do grupo de risco e a necessidade do aumento de produtividade e por consequência, tornar o complexo minerário de Itabira “mais produtivo”. Já que houve uma queda de 20% do esperado na produção. “Itabira tem se tornar mais atrativa para investimentos da Vale [S/A]”, resumiu o Rubens Alves.

O diretor de comunicação do Metabase Bruno Gomes alegou a queda na produção aos crimes ambientais e sociais provocados pela empresa por ocasião de Brumadinho, intervenção das barragens da empresa e falta de investimentos. “Depois de Brumadinho, as barragens de Itabira (Pontal e Itabiruçu) tiveram seu nível de alerta elevado de 0 para 1 e a empresa decidiu parar de depositar lama e rejeitos nestas barragens. A produção requer local para estes rejeitos, com as barragens paralisadas a empresa tem de secar os rejeitos e sabemos que nunca houve investimentos nestas ações. A empresa [Vale S/A] está, obrigatoriamente, fazendo investimentos para secagem dos rejeitos, mas, o resultado não será rápido. Enfim, a queda de produção não é falta de pessoal, e sim, falta de investimentos para secar os rejeitos que não têm onde colocar. Por isso, a usina para duas, três vezes por dia e essa instabilidade faz com que a empresa não consiga produzir”, concluiu o Bruno Gomes.

André Viana alerta que a mineradora apresentou a proposta em outras unidades o turno de 11 horas, porém, não contempla a operação de minas, já em Itabira, todos os trabalhadores farão a alteração no horário. Haverá uma discussão da diretoria para avaliar essas medidas.


Entenda

A mineradora apresentou a proposta da jornada de 11 horas diárias, em dois dias seguidos, com folga nos próximos dois dias. O aumento da jornada semanal será 36 para 40 horas, aumento de “11%” no horário laboral. De acordo com a Vale, essa diferença será compensada com um adicional temporal de “20%” no salário. A alteração no horário será de três meses, prorrogáveis para mais três meses. 


Empregados da mineradora comemoraram satisfeitamente pela da conquista histórica que foi liderada pelo ex-presidente do Sindicato Metabase Milton Bueno durante a greve da Vale em 1989 (Foto/Eduardo Cruz/Arquivo/ Divulgação)


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