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sexta-feira, 19 de novembro de 2021

Sobre os 26 mortos do “Novo Cangaço”, em Varginha – Na missa de finados! “Eram preciso tantas vidas serem ceifadas para que nós e a sociedade garantissem a sua segurança?”, questionou o dom Marco Aurélio

 

O bispo diocesano dom Marco Aurélio faz a segunda celebração da missa de finados com 30 munutos de atraso (Foto/Rodrigo Ferreira)


Itabira/Mg – Mesmo com os atrasos de 70 minutos durante a primeira missa de finados que foi celebrado pelo pároco do Santuário São Geraldo Magela, padre Ueliton Neves da Silva na manhã desta terça-feira (02) por volta das 8:20 hs com o termino as 9:21 hs, sendo que a primeira missa estava marcada para as 8 horas da manhã. O bispo da Diocese Itabira-Coronel Fabriciano, dom Marco Aurélio Gubiotti também sofreu atrasos na missa que estava marcada no horário das 9 horas, da manhã, no estacionamento do Cemitério da Paz devido ao término das instalações das tendas que foi paralisado durante as fortes pancadas de chuvas que ocorreu durante a tarde desta segunda-feira (01) para o feriado do dia dos mortos, do dia seguinte. Para dar mais conforto e mais comodidade aos fieis durante a missa de finados em decorrência do cumprimento dos protocolos sanitários na prevenção do “Covid-19”, evitando as aglomerações nas áreas internas de acesso ao Cemitério da Paz.

Primeira missa de finados foi celebrado com 80 minutos
de atrasos (Foto/Rodrigo Ferreira)
“Aqui estamos reunidos para rezar pelos nossos irmãos e irmãs finados que já partiram para a casa do Pai. A palavra de Deus hoje na primeira leitura mostra que o que fazemos é uma obra boa. Uma obra boa por que é um sinal de solidariedade, e solidariedade com aqueles que partiram. Nós acreditamos que nós podemos a auxiliar de forma espiritual esses irmãos com a nossa oração. Assim como o Judas Macabeu pediu para que se fosse oferecido sacrifícios pelos soldados mortos na guerra. Nós também rezamos pedindo e suplicando a misericórdia pelo senhor por aqueles que já partiram para a casa do Pai. Então, é uma obra de caridade, é uma obra de solidariedade. Mas, principalmente é um testemunho de fé”, disse o bispo diocesano.

Após a celebração da primeira missa de finados que foi celebrado por padre Ueliton Neves. Sem cerimonia e com improviso, dom Marco Aurélio chegou depois que o padre Ueliton Neves se ausentou do altar, e ao mesmo tempo o bispo diocesano trocou a sua jaqueta pela sua própria batina diretamente do altar na antecipação dos preparativos durante a segunda celebração da missa de finados no intervalo de 15 minutos, onde o dom Marco Aurélio celebrou a segunda missa de finados que teve o inicio as 9:35 hs com atrasos de 30 minutos. Como se fosse um personagem de um seriado infantil na tv, e revelou a sua identidade secreta aos fieis jamais revelada nos últimos tempos, sendo que nenhum dos seus super-heróis dos seriados de tv nunca jamais revelaram a sua própria e verdadeira identidade em público. Como o bispo diocesano fez a questão de revelar a sua própria identidade secreta aos fieis, ao retirar a sua própria jaqueta para vestir a sua batina do altar para celebrar a segunda missa de finados.

Fieis acompanharam a segunda celebração
da missa de finados (Foto/Rodrigo Ferreira) 
“Nós estamos aqui e a nossa presença aqui [no estacionamento do ‘Cemitério da Paz’] é um testemunho público da fé que nós temos na ressurreição. Assim, como falou a primeira leitura não teria sentido nenhum nós rezarmos por aqueles que partiram, se nós não acreditássemos que o cristo ressuscitou, e que ressuscitando. Eles nos dá a esperança de nós também para participarmos da vida eterna. Então, é testemunho de caridade, de solidariedade. Especialmente desde o tempo em que nós vivemos solidariedade tanto com quem partiu. Nós intercedemos por eles, mas, também solidariedade com os que ficaram. Sentem a dor e a ausência. Todos nós temos alguém muito querido que trazemos na nossa mente e no nosso coração, e já se foi”, comparou o bispo diocesano.                          

Ainda na abertura da segunda missa de finados, o bispo diocesano recordou sobre as percas amigos, parentes e entes queridos na família durante a pandemia que acabou resultando 367 vitimas fatais do “Covid-19” que resultaram em mortes desde em que a pandemia foi instalada na cidade desde fevereiro de 2020, e já se completa há quase 2 anos de convivência com um “novo normal” em plena pandemia dos sintomas do coronavírus. “Mas, já nos sentimos reunidos, convocados para essa celebração eucarística. Mas, como nós estamos em ambiente aberto. Sempre bom lembrar e temos que fazer, e criar ambiente em primeiro lugar no interior do nosso coração. Para que a gente possa participar desse momento tão importante que é a celebração da Santa Missa. Nesse momento também eu alerto vocês que quando eu enunciar o oremos, e fizer um instante de silêncio. Você traga para a sua memória os seus entes queridos que já partiram para a casa do Pai, e também o nosso momento de oração por aqueles irmãos tão numerosos que perderam a sua vida até agora nesta pandemia, e por nós que temos pessoas queridas que perdemos durante esse tempo e por todas as famílias enlutadas”, recordou o bispo diocesano.                          


Mesmo com atrasos, os organizadores conseguiram levantar
todas as estruturas da cobertura da tenda para abrigar os fieis
durante a celebração da missa de finados (Foto/Rodrigo Ferreira) 
Durante a celebração da missa de finados, dom Marco Aurélio aproveitou a homilia e falou sobre os 26 bandidos mortos durante a operação do novo cangaço que foi batizado pela própria Polícia Militar (PM), em Varginha-Mg deste domingo (31/10) durante as vésperas do dia dos mortos. Que envolveu a Polícia Rodoviária Federal (PRF), Polícia Civil (PC) e a Polícia Federal (PF) que formataram a “Força-Tarefa” juntamente com a polícia militar para o combate contra a criminalidade, em Varginha. “Nós temos acompanhado recentemente aqui no nosso estado [de Minas Gerais-Mg] uma ação da Polícia [Militar-PM] que resultou na morte de 26 pessoas que perderam a vida. Eram pessoas que estavam fazendo o mal, eram pessoas que estavam atentando contra a segurança, e estava espalhando o verdadeiro terror. Era uma quadrilha segundo consta, uma quadrilha. Então, era preciso reprimir: ‘Que bom?’. E nós tivemos a repressão, agora fica a nossa pergunta: ‘Eram preciso tantas vidas serem ceifadas para que nós e a sociedade garantissem a sua segurança?’. Em nenhuma situação nós temos o direito de nos sentirmos os donos da vida do outro, e mesmo que a pessoa não se der ao respeito. Nós não podemos omitir de respeitar a vida, e a sociedade ela se deve se organizar de tal forma e exercendo o seu justíssimo direito da preservação da ordem social, da paz e da segurança”, defendeu o bispo diocesano.

“Ela [a sociedade] deve lutar essa defesa, e que ela implique no número mínimo de mortes. A morte nunca pode ser visada como o meio de se conseguir a preservação da segurança. Mas, somente a defesa da própria vida, é que permite a atentar mesmo que não seja essa  intenção de atentar contra a vida alheia. Nós, por isso por quê somos gratos ao dom da vida nos colocamos a disposição. E a pandemia só mostrou para a gente que nós não temos outro recurso, e a gente precisa realmente preservar a vida dos irmãos em momentos de dificuldade. Que isso faz, e é da nossa natureza. Isso é principalmente, é expressão da fé que temos. Nós somos chamados a reconhecer presença do cristo morto e ressuscitado, e entregou a nossa vida para a sua salvação na pessoa dos irmãos necessitados que são muitos nos tempos atuais. É por isso rezar pelos fieis de vultos faz a gente reconhecer que é preciso levar a vida, promover a vida em todas as situações, a defesa da vida ela não admite nenhum tipo de exceção, seja a minha vida e seja a vida dos irmãos”, concluiu o bispo diocesano. 

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