Itabira/MG - O inquérito instaurado pela Polícia Civil de Itabira e a investigação envolvendo a fraude na prova de legislação que está em andamento e há suspeita de um quarto participante no caso. A hipótese é que seja pontual, mas caso apareça a suspeita de outros candidatos, a prova pode ser cancelada.
Isso atingiria ao menos 250 candidatos a motorista que faziam a prova na ultima segunda-feira (9), quando o inspetor Célio Lana desconfiou e prendeu um homem que fez a prova no lugar de um candidato.
Durante a aplicação da prova de legislação na última segunda-feira, a Polícia Civil flagrou o esquema de fraude denominado “Duble, envolvendo Antônio Marcelo Godinho, ex-policial militar, que fez a prova no lugar de Vandeilson Mônica. Sendo detido também o instrutor de autoescola Cláudio Henrique como mediador da negociação.
O delegado regional da Polícia Civil de Itabira, Paulo Tavares Neto (Foto/Átila Lemos)
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O delegado regional da Polícia Civil de Itabira, Paulo Tavares Neto, fez questão de frisar que o caso é uma fraude e não uma facilitação para se obter a Carteira Nacional de Habilitação (CNH).
Parte do pagamento feito ao ex - pm Antônio Marcelo Godinho, para ser dublê do Vandeilson Inácio Mônica no exame de legislação (Foto/Atila Lemos)
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"Quando se fala em facilitação, você induz um pensamento que é uma coisa interna e logo é aqui da polícia, como se tivessem funcionários nossos facilitando de alguma forma a tirar a carteira. O que existe realmente é um esquema de fraudadores utilizando meios ilícitos para tentar facilitar os exames de outras pessoas”, explicou ele.
O caso ainda está sendo investigado e parte será realizada em sigilo para não atrapalhar as investigações. De acordo com o investigador que realizou as prisões, Érico Matos Mendonça, esse pode ser um caso de célula única, que atua só em Itabira, ou pode ser uma célula compartilhada que atua nas cidades próximas.
Para os policiais, o caso de segunda-feira foi “pontual”, mas ainda está sendo apurado se há outros. Também há mais um suspeito. “Tem mais um que está sendo investigado, um segundo intermediário de Belo Horizonte”, disse o investigador. De acordo com Érico Mendonça, se for comprovado que há outros casos na prova de segunda-feira, o cancelamento da prova será automático.
O delegado explicou que nessa situação todos os candidatos terão que ir à delegacia prestar depoimento. “Se durante a investigação, nós esbarrarmos em uma situação que nos induza a perceber que dentro daquele contexto existia a possibilidade de outros fraudadores, então vamos ter que chamar todo mundo [que fez a prova], conferir assinatura e foto”, explicou Paulo Tavares.
“Isso pode ser agora, daqui 30 dias ou 60. A pessoa já pode estar com a carteira [de habilitação] na mão, que ela vai ter que fazer outro exame”, acrescentou o delegado.
Os suspeitos já presos podem ser denunciados por falsidade ideológica, fraude e formação de quadrilha.
Fonte: Jornal Diário de Itabira