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Douglas Freire (Foto/Divulgação)
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Somos os protagonistas no tempo histórico em que ocorre definitivamente a transição da era industrial para a nova ordem mundial: de serviços, inovação e criatividade. Muito se fala, comenta e estuda-se sobre essa temática em relação aos incríveis fatores de exigências e praticidades que esse avançado modelo passa a agregar na vida profissional e no modo de convergir nas práticas do trabalho. Para que possamos de forma aplicável aprimorar nosso entendimento a cerca dessa questão, iniciamos essa abordagem alicerçada nos parâmetros da realidade a qual somos situados.
Nessa nova face, um dos aspectos que podemos observar, é a incoerência absurda de algumas empresas em buscarem funcionários “Superman” oferecendo salários de “Chapolin Colorado” – e ainda quererem uma qualidade e excelência na produção ou serviços com esse cenário. Como também, se torna insustentável o perfil do trabalhador que, todos os dias, já adentra o ambiente de serviço contando os minutos para ir embora – para este, certamente não haverá perspectivas de crescimento seja em qual atividade for, e, seu espaço sempre será limitado.
Os líderes e liderados devem ter em mente, ao negociar e decidir os valores de remuneração, além das funções e cargos que o colaborador irá preencher (ou já atua), a efetiva troca; prevalecendo não apenas o nível de estudo do colaborador, mas, o conhecimento e o produto final que se é alcançado observando claro, as atividades operantes e exigências – o algo a mais e diferenciado que o funcionário apresenta, que também deve ser valorizado. É bastante comum um trabalhador dentro de determinada organização, na prática, exercer funções e ter responsabilidades que precisariam de mais dois, três colaboradores. Ser polivalente dentro da instituição hoje em dia, é fator indiscutível. Entretanto, você exercer várias funções, ser capaz de desenvolver habilidades em diversos aspectos, não significa necessariamente que tem de assim o fazer, se desdobrando em três, quatro e, muitas vezes tendo o retorno financeiro de um – é o tipo de situação que tem de ser boa para as duas partes, a empresa e o trabalhador; numa relação de ganha-ganha onde ambos fiquem satisfeitos.
Um dos fatores base para o profissional ter uma boa desenvoltura nesse novo mercado e principalmente alcançar o destaque, é realizar constantemente a integração entre a tecnologia e as novidades – ler revistas, jornais, assuntos diversos e diferentes é essencial, amplia a visão e agrega conhecimento; como também, é de suma importância o contínuo esforço de buscar sempre melhorar através dos estudos em todas as instâncias. Não há mais espaço para resistências e bloqueios psicológicos no que se refere ao relacionamento interpessoal no mercado competitivo.
O “ser profissional” tem de realmente se fazer constatar dia-a-dia e de preferência sem ‘oscilação’ nos ambientes de trabalho – somos seres humanos e, passíveis das alterações de humor entre outras nuances, mas, dentro do mercado de trabalho a aderência de fatores externos e pessoais deve ser a mínima possível; vibrar com os assuntos e programas de serviço, com as possibilidades de crescimento da organização e trabalhar para ela de modo conjunto, são alicerces que certamente, de forma gradativa, credenciam o profissional ao sucesso.
Atualmente vivemos um momento ímpar no Brasil: o pleno emprego. O que não significa dizer que é fácil consegui-lo, mas, com certeza é menos difícil do que há 10 anos atrás por exemplo. As oportunidades de inicialização e crescimento no mercado de trabalho moderno são muitas, plurais, maximizadas. E nesse dinamismo, cabe também ao profissional (ou aspirante pro mercado) ser criativo, não só esperar as oportunidades baterem na porta, mas, ter visão e atitude empreendedora e a partir de cada meio que se apresenta em sua frente como vértice de possível caminho, identificar, valorizar e saber trilhar, de modo que possa absorver essa possibilidade. Para finalizar esse artigo, deixando bem claro essa última colocação, através de um exemplo, compartilho com vocês leitores, uma experiência profissional minha, que contextualiza as afirmações.
No meu segundo trabalho, aos 18 anos, comecei na função de embalador de supermercado, o qual, contava com mais de 50 funcionários ao todo. Além de precisar, eu gostava de trabalhar ali; realizava minhas atribuições com entusiasmo e valorizava o trabalho de colocar os produtos nas sacolas, caixas e nos carros dos clientes – me concentrava e buscava fazer da melhor forma, apenas. Após 4 meses nessa rotina, surgiu uma oportunidade no setor administrativo da empresa e eu fui convidado para uma nova função. Vale dizer que nesse período estava fazendo curso de técnico em administração.
Já com 1 ano no novo setor, buscando aprender e colaborar, e sempre ajudando a embalar quando preciso, a empresa teve uma nova demanda técnica em sua gestão que necessitava de conhecimento específico. Dessa forma, surgiu nova oportunidade, onde fui indicado a fazer vários treinamentos e cursos em Belo Horizonte, para retornar e cumprir as necessidades da organização. Sempre busquei compartilhar com as colegas de trabalho os conhecimentos adquiridos e realizávamos as atividades em conjunto – era sempre trabalho em equipe, cada um responsável por uma coisa mais, todos se ajudavam.
Ao término de um período, ocorreu de fato uma promoção (oficializada) na minha carreira profissional onde, passei a ser o supervisor administrativo geral da empresa, e a ter a responsabilidade sobre os 50 funcionários do supermercado, meus colegas de serviço; e também: contratar, demitir e o mais difícil, a gestão de recursos humanos – que é fazer com que pessoas de diferentes idades e pensamentos, estivessem alinhadas em um só objetivo e todos falando a mesma língua, que é o foco no trabalho e crescimento da empresa.
Bom, uma das maiores dificuldades como gestor, além de quebrar paradigmas e sobrepor resistências em relação ao jovem (o fato de ser um jovem coordenando – algumas pessoas simplesmente não aceitavam), foi aplicar as novas práticas e exigências tecnológicas e adjacentes no setor de açougue; que, para tentar atingir o objetivo, tomei a iniciativa de deixar o escritório e por 1 semana, fui trabalhar junto com a equipe no açougue. Foi ótimo, aprendi a cortar carne e até desossar. Tudo com alegria e foco na atividade. Optei em levar a equipe do açougue ao conhecimento teórico que eu já tinha, ao mesmo que, eles me passavam as dificuldades e a prática que eles dominavam.
Que bom você ter chegado até aqui na leitura, mostra que é interessado (a) e isso já evidencia seu diferencial e perfil empreendedor. Espero com esse texto ter contribuído de alguma forma. E, por hora, as dicas que deixo diretamente são: Não busque um emprego, e sim um trabalho. Saiba que qualidade é fazer bem feito quando ninguém está olhando e, não esqueça, mesmo sem perceber, você de algum modo está o tempo todo sendo observado por alguém; e as oportunidades, chances incríveis em nossas vidas surgem quando menos esperamos – temos que estar preparados quando elas, ao acaso, aparecerem.