O psicólogo e mestrado da Puc-Mg, Frederico Dornellas apresentou as propostas para a diversificação econômica pós-exaustão da mineração em 2028 (Foto/Acom CMI)
Itabira/Mg
– Convidado pelo vereador André Viana Madeira (Patriota), o psicólogo e
mestrando em Administração com bolsa do Conselho Nacional Científico
Tecnológico (CNPq) pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
(PUC-MG) Frederico Dornellas Martins Quintão fez o uso da tribuna na tarde
desta terça-feira (21). Para apresentar o projeto temático “José Tirando ‘A
Pedra do Meio do Caminho’: Estudo sob a ótica da sociedade civil itabirana para
se desvencilhar da ‘minério-dependência’ criada pela Vale”. Como o Carlos
Drummond de Andrade “O Poeta Maior”, Fundo de Desenvolvimento Econômico de
Itabira (FUNDESI), Condicionantes, Processos e Universidade Federal de Itajubá
(UNIFEI) foram os grandes assuntos temáticos que foram abordados pós-exaustão da mineração sobre o futuro dos caminhos para a diversificação econômica do
município, evitando a dependência socioeconômica da mineradora. Que já foi totalmente
esclarecido em 2018 pelo prefeito Ronaldo LageMagalhães (PTB) em entrevista na Rádio Itatiaia Am/Fm na tarde de sexta-feira
(29), e pelo ex-gerente geral da Vale S/A Rodrigo de Paula Machado chaves na coletiva de imprensa na manhã de terça-feira (18) de julho de 2018.
Prefeito Ronaldo Magalhães e o gerente geral da Vale Rodrigo Chaves (Foto/Rodrigo Ferreira/Arquivo/ Divulgação) |
Mina Cauê (Foto/Rodrigo Ferreira/Arquivo/ Divulgação) |
Vista parcial de Itabira (Foto/Rodrigo Ferreira/Arquivo/ Divulgação) |
Nascido
e criado em Itabira, envolvido com os projetos sociais na cidade desde 2009. Atualmente,
Frederico Dornellas trabalha com a população de Itabira e Brumadinho-Mg para
criar novas formas de geração de emprego e renda que não dependam da mineração,
após um ano e 7 meses do rompimento da barragem do Córrego do Feijão de
Brumadinho que aconteceu na tarde de sexta-feira
(25) de janeiro, do ano passado, que acabou resultando; 395 localizados, 10 desaparecidos, 260 mortes,
equivalendo no total de 125 sobreviventes e mais 270 mortes fatais; de forma
muito lamentável, sendo que 10 corpos ainda estão soterrados dentro do mar de
lamas do rejeito de minério que acabou destruindo uma boa parte do município de
Brumadinho.
Durante a pandemia dos sintomas do coronavírus (Covid-19), a mineradora
ficou impossibilitada de concluir todos os seus trabalhos de resgate destes
cadáveres devido ao decreto do estado de calamidade publica no 1º semestre que
foi decretado pelo governador de Minas Gerais Romeu Zema Neto (Novo) devido à pandemia
do Covid-19, sendo que o restante dos corpos serão resgatados após a elaboração
das medidas de restrição para a prevenção destes sintomas que foi concedida
pelo governo Romeu Zema neste segundo semestre que será revogado o novo decreto
de calamidade publica por mais 6 meses no momento. Frederico Dornellas ainda falou sobre os estudos dos
aspectos da Chapada, Pedreira do Instituto, distritos Senhora do Carmo e
Ipoema, e do Barreiro e da Companhia do Distrito
Industrial (CDI). Onde ele morou desde a sua infância para chegar aonde
chegou com muita luta, garra e suor no polo universitário em Belo Horizonte-Mg.
“Então
para encerrar com chave de ouro esse meu caminho pela graduação. Eu decidi
pensar assim; ‘O que é relevante para Itabira [-Mg]?’. Durante estes cinco anos
eu fiquei me perguntando, e fiquei vivendo o cotidiano da cidade e resolvi
estudar o desenvolvimento, é o que mais pega no caso de norte a sul da cidade
[de Itabira-Mg] [...] Então, eu resolvi estudar um pouco e lembrando também que
até uma vez fui apresentar essa pesquisa pro pessoal, e questionaram a minha
legitimidade como itabirano. Espero para que vocês possam aproveitar no que eu
vou trazer, e lembrando que não são opiniões minhas. Foi fruto de uma conversa
e de um diálogo que eu tive constantemente com alguns itabiranos [de Janeiro a
Novembro] no ano passado”, adiantou.
Desde
janeiro a novembro, do ano passado, após o rompimento da barragem de
Brumadinho, Frederico Dornellas foi fazendo todos os estudos de trabalhos com
orientador de Brumadinho, e ele ainda afirmou aos parlamentares que não é um
estudo inacabado que será feito até o ano que vem. “Como o meu orientador, ele
tem um trabalho e é nativo de Brumadinho [-Mg], e a gente desenvolve há dois
anos um trabalho de inovação social e tecnológico, em Brumadinho [-Mg]. Eu
resolvi conciliar o desenvolvimento de Itabira com a cidade de Brumadinho que
também foi atingida pela Vale [S/A]. Além um retorno que eu estou dando para
vocês, e o meu trabalho é contribuir pro desenvolvimento da cidade e também das
cidades mineradoras. Até o ano que vem eu vou estar estudando isso, e espero
que os resultados de respostas possam contribuir para o desenvolvimento da
nossa cidade”, explicou.
De
acordo com o Frederico Dornellas, Itabira deveria se preocupar com o
“Minério-Dependência” desde a fundação da Vale. Ele ainda reclamou que a cidade
e os empresários estão muito acomodados e não buscam inovação, e obtém
indústria no município, sendo que 80% da prestação de serviço de mão de obra
qualificada o Distrito Industrial presta serviço para a mineradora. A
diversificação não é de uma hora pra outra. No apagar das luzes, eles querem
resolver um problema que não será resolvido. A Vale gera “9,7 Mil (‘4,1 Mil’ Vale/ ‘5,6 Mil’ empresas
contratadas da mineradora)” empregos diretos e indiretos. Quando vier o
minério de fora, essa mão de obra cairá para 500 empregos diretos. A Compensação Financeira pela Exploração de Recursos
Minerais (CEFEM) e o Imposto Sobre
Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) vão cair para 10% ou menos.
A maior quantidade de água é monopolizada pela mineradora em contrapartida com
o Serviço de Autônomo de Água e Esgoto (SAAE), sendo
que o aquífero que seria o legado está com rejeito em cima dele. Até a
coleta de lixo e o Hospital Municipal Carlos Chagas (HMCC) serão prejudicados futuramente.
Frederico Dornellas ainda esclareceu que a população não despertou para o fim
do minério, sendo que a população são os empresários que não acreditam ou não
têm espírito empreendedor.
Para o Frederico Dornellas, ele afirmou para os vereadores no plenário do legislativo que não há uma governança no município, e ele ainda afirmou que os cursos de; administração, direito e saúde; que são ministrados pela Fundação Comunitária do Ensino Superior de Itabira (FUNCESI) e pelo Centro Universitário Una são mais os que mais ajudam demandas da cidade do que os cursos superiores de engenharia que atendem mais as demandas da mineração, sabendo que o município é dependente da Vale desde 1942 ainda estatal até a privatização que aconteceu em 1997 durante o governo “FHC”. Além disso, a cidade é referência em atendimento para distritos e cidades da região como Santa Maria de Itabira, Bom Jesus do Amparo, Itambé do Mato Dentro, Nossa Senhora do Carmo, São Gonçalo do Rio Abaixo e Passabém. Cogitava-se que a Unifei abrangesse cursos de medicina, mas essa proposta não foi cumprida até o momento e não há indícios de que será executada em curto prazo pelo Ministério da Educação (MEC), assim como campanhas que surgiram com a promessa da instalação do hospital da Confederação Nacional das Unidades Médicas (UNIMED).
“A Prefeitura [Municipal de Itabira-PMI] só busca a ação social quando ela precisa. Mas, sempre que as pessoas tentam aproximar da prefeitura, existe alguma morosidade com relação a isso. O projeto da [Universidade Federal de Itajubá-] Unifei que seria talvez o único ‘projeto zero’ em execução pro desenvolvimento da cidade ele está míope. Ele [a Unifei] tem algumas lacunas e não consegue ser executado direito, e abrange cursos de engenharia que servem a favor da mineradora. Não ajuda a gente a sair do espelho da mineração, e que ainda continua fazer a cidade ficar dependente da Vale [S/A]”, concluiu.