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quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Aniversário de “Drummond” - Começa nesta sexta-feira a 15ª Semana Drummondiana

Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade [Foto/Arquivo/Divulgação]
Uma tradição no calendário cultural de Itabira, a Semana Drummondiana chega à sua 15ª edição. Esse ano, a Prefeitura de Itabira, a Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade [FCCDA] e a Vale S.A prepararam uma programação que se dedica à obra do escritor e ao fomento da literatura. 
 
Carlos Drummond de Andrade [Foto/Arquivo/Divulgação]
A programação tem início nesta sexta-feira dia [28] e apresenta atividades artísticas e literárias até o dia 31 de outubro. A abertura oficial do evento será às 14:00 hs, na galeria da fundação cultural.
 
Com o intuito de promover um diálogo sobre poetas do cotidiano, na sequencia da solenidade de abertura, acontece uma homenagem aos poetas Newton Baiandeira e Carlos Drummond de Andrade com a Mesa Redonda “A poesia do cotidiano na obra de Drummond e Newton Baiandeira”, às 15:00 hs, na galeria da Fundação Cultural. Participação especial dos itabiranos: Dadá Lacerda, Karlo Kapo e Maurício Costa.  Serão discutidas questões sobre escritores que inspiram até hoje vários poetas da cidade.
 
Encerrando as atividades do primeiro dia de evento, Edmilson Caminha ministra a palestra “Elucinando Enigmas, Aprendendo Contos”, às 19h30, na galeria da fundação cultural. O escritor comentará sobre as obras “Claro Enigma” e “Contos de Aprendiz”.
 
SOBRE AS OBRAS:

Claro Enigma 
 
Publicado em 1951, Claro Enigma nos mostra um poeta mais amargo, voltado para questões mais reflexivas sobre a condição humana. O Drummond social que se destaca na segunda geração modernista da década de 1930, engajado em questões sociais em Sentimento do Mundo [1940], dá a vez a um poeta mais introspectivo e filosófico nesta obra.
 
No final da década 1940 e início da de 1950, período de criação dos poemas de Claro Enigma, a Guerra Fria e a ameaça de uma bomba atômica atormentavam um mundo dividido em dois blocos: o capitalista, liderado pelos Estados Unidos, e o socialista, encabeçado pela União Soviética. Para o poeta Drummond, que sempre lutou pela liberdade, a percepção de regimes ideologicamente tão distintos e a imposição da necessidade de se aderir a um dos lados conduz à perplexidade e ao pessimismo. Sente, de forma angustiada, que de qualquer maneira havia a opressão e o esmagamento do ser e do indivíduo sucumbidos por ideologias tão diferentes e opositivas.


Contos de Aprendiz 

Drummond não escreveu muitos contos ao longo de sua carreira. Daí a importância de um livro como este “Conto de Aprendiz”. Publicado originalmente em 1951 [mesmo ano de Claro enigma], o livro seria a primeira investida em larga escala do autor numa obra de ficção. Antes, publicara a pequena novela “O gerente” [que faz parte do volume] em uma modesta edição. Os temas dos quinze contos giram praticamente na mesma órbita de grande parte da poesia do autor: o memorialismo, o relato da vida acanhada no interior do Brasil do início do século XX, a observação do cotidiano mais miúdo, uma ironia gentil, a observação despida de qualquer sentimentalismo da inevitável passagem do tempo. Tudo arranjado com delicadeza e inteligência. 
 
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