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Apae tem a maior preocupação com as quedas baixas de arrecadações e doações a insntituição que sempre nescessitou desta ajuda para sobreveiver (Foto/Acom Apae-Itabira) |
Itabira/Mg - O isolamento social não tem feito apenas os
comerciantes perderem receitas. Algumas instituições filantrópicas vêm sentindo
os efeitos e tem causado muita preocupação em seus diretores. Uma delas, a
Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Itabira (Apae/Itabira), vê com
preocupação o atual cenário. Ela é responsável pelo atendimento de mais de 400
usuários com deficiências intelectuais e/ou múltiplas, distribuídos entre
adultos, jovens e crianças.
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Presidente da “Apae/Itabira” , Maria Raimunda (Foto/Acom Apae-Itabira) |
No ano em que a “Apae/Itabira” completa
46 anos de fundação, a instituição vê um cenário econômico desafiador devido aos
sintomas da pandemia do coronavírus (Covid-19) e consequentemente os resultados
dela, e a arrecadação vinda das contribuições voluntárias estão diminuindo
devido a desistência de alguns colaboradores. Maria Raimunda Lacerda Sobrinho,
presidente da entidade pelo segundo mandato consecutivo, fez uma análise da
situação. “Desde que iniciamos nosso trabalho à frente da diretoria executiva,
prezamos pela austeridade e compromisso com os recursos recebidos. Projetos e
ações trouxeram boas condições para manter os serviços prestados, assim como os
convênios com o poder municipal, estadual e federal. Infelizmente os recursos
públicos chegam com uma finalidade específica, o que nos impede de utilizar em
outras ações”, analisou a presidente.
De acordo com a presidente, a verba livre
ajuda a “salvar” a “Apae/Itabira”. “Muitos compromissos da [Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Itabira -] ‘Apae [/Itabira’] não são custeados pelas receitas vindas
dos convênios. Folha de pagamento, combustíveis e manutenção dos nossos
veículos [três ônibus, duas vans e um veículo pequeno para serviços
administrativos], são exemplos de um custeio alto e pago com recursos vindos
das doações. Sem os amigos, parceiros da ‘Apae [-/Itabira’], manter o
transporte fica complicado, pois pneus, suspensão, alimentos e combustíveis são
caros e são vitais pra nós”, lamentou a presidente.
Natalia Duarte é a responsável pelo “Teleapae” da entidade. É neste setor
que passa todas as doações à entidade. “É importante ressaltar que o setor de
doações está funcionando normalmente. É neste momento que toda doação e
em qualquer valor é de grande importância. Embora não tenha aula, os gastos com
a folha de pagamento e manutenção do prédio são fixos. Para quem já é doador,
que tenha condições, deixamos um apelo para que não cancelem a doação. É
triste, mas estamos com muitos pedidos de cancelamentos devido à pandemia”,
disse a coordenadora.
A supervisora do setor financeiro da
entidade, Karine Silva também vê com preocupação. “Se as doações forem
canceladas, no próximo mês teremos um resultado que não queremos. Neste mês as
receitas são provenientes de março, o que nos dá um certo alívio. Apelo não só
para doadores pessoas físicas, mas para os doadores pessoas jurídicas, ou seja,
as empresas parceiras, amigas da Apae. Estamos passando por um momento que
necessitamos mais do que nunca dessas parcerias”, desabafou a supervisora.
Sayonara Reis, fisioterapeuta e
coordenadora da equipe da saúde, ressalta que os trabalhos não param, e ela
ainda esclareceu que toda a equipe está trabalhando, e orientando os familiares. “Os atendimentos
foram suspensos para evitar a proximidade, já que em grande parte do tempo
existe também o contato físico com nossos pacientes. Muitos deles apresentam com
morbidades associadas, ou seja, a associação de duas ou mais doenças
simultâneas em um mesmo paciente e podem ser considerados propensos a
desenvolver uma forma grave da doença [...] Se houver necessidade de algum
atendimento, os familiares ou responsáveis pelo usuário podem entrar em contato
conosco e providenciaremos o atendimento adequado”, esclareceu a fisioterapeuta.
Em atendimento também está o
departamento social, a responsável pelo setor Priscila Oliveira informa que “há
uma assistente social de plantão para orientar sobre a renda básica emergencial
e sobre a flexibilização nas contas da Cemig, beneficiados pela tarifa social”.
Priscila ainda ressalta que o atendimento é por telefone. A presidente Maria
Raimunda diz que confia na solidariedade das pessoas. “Estou na [Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Itabira -] ‘Apae [/Itabira’] há mais de vinte anos, seja como mãe ou
integrante da diretoria executiva. Sou testemunha que os itabiranos têm um
carinho especial pela ‘Apae de Itabira’. Eu já passei por muitos momentos ruins
e vencemos todos. Os últimos quatros anos a ‘Apae [-Itabira’] se manteve
estável financeiramente, pois, como disse, fizemos um bom trabalho de gestão
financeira e administrativa. Acredito que vamos passar por esta fase sempre do
jeito que passamos, com a ajuda de Deus e do povo de nossa cidade”, relembrou a
presidente.
Sobre
a Apae
A
instituição é mantenedora da Escola de Educação Especial do Centro de
Recuperação e Educação Especial Dr. Mauro de Alvarenga. Oferece atendimento nas
áreas de; terapia ocupacional, médica, fisioterapia, psicologia,
fonoaudiologia, nutricional e assistência social. Atende crianças, adolescentes
e adultos deficientes intelectuais e/ou intelectuais, sendo na maioria famílias
de baixa e baixíssima renda.