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quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Vale aumenta proposta de abono em troca de aumento salarial

Presidente do Metabase, Paulo Soares (Foto/Acom Metabase)
A Vale e o Sindicato Metabase de Itabira e Região mais uma vez não chegaram a um consenso no Acordo Coletivo de Trabalho (ACT-2015). A empresa voltou a negar o reajuste salarial e aumentou a proposta de abono feito no último encontro, o que não agradou o presidente do sindicato Paulo Soares de Souza. 

Desta vez a Vale ofereceu um valor total de R$ 7.100,00 em troca do reajuste de 5% de ganho real, mais o índice da inflação, que já passou dos 10%. Esta proposta na verdade, é soma de um valor compensatório, R$ 1.200,00, mais um abono extraordinário de R$ 4.660,00,  a 13ª parcela do cartão alimentação, de R$ 620,00 e a 14ª parcela, também no mesmo valor. 
 
Um ponto desfavorável desta proposta, segundo alertou o Metabase, é que a empresa se isenta dos encargos trabalhistas, ou seja, neste valor oferecido não incide: férias, 13º salário, FGTS, INSS que serve como base de cálculo para a aposentadoria, hora extra, adicional noturno, dentre outros.
 
“Voltamos deste encontro sem novidade, é aquilo que o trabalhador já sabe: a empresa não quer reajustar o que o trabalhador perdeu, que dá mais de 10% por causa da inflação. Uma empresa que está gastando mais de R$ 300 milhões para o abono e nega o reajuste, é incompreensível isso. Parece que é uma meta rebaixar o salário ao longo dos anos. É muito forte isso, a empresa oferecer um abono, que no valor real não é isso, já que tem a tributação, é começar o ano perdendo 11% do salário, é muito agressivo isso”, disse o presidente do Metabase. 
 
Paulo Soares destacou que as negociações estão difíceis e a empresa insiste em “virar as costas para os trabalhadores”. “Nós tentamos de tudo, todo o tipo de argumento que você pensar, fomos para a reunião com os diretores de base, com nossa coordenadora jurídica e tentamos de toda forma convencer a empresa do erro que ela estava cometendo, depois de tudo que passamos este ano, ela oferece uma proposta dessas, mas a empresa é intolerante, agressiva, mas vamos conversar com os trabalhadores e tomando decisões, mas vamos tomar decisões juntos”, disse Paulo Soares.
 
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