Com
o “PAEBM” inoperante – Barragens inseguras! “Não existe ‘Zonas de Auto
Salvamento’ com um rompimento de uma barragem”, disse a Ana Gabriela
Ana Gabriela fala das ações contra a mineradora no Ministério Público e das grandes expectativas da reunião pública que acontecerá amanhã na Funcesi (Foto/Rodrigo Ferreira) |
Após o
requerimento contra a Vale S/A e o Poder Público Municipal (PPM) ter sido entreguea promotora do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), promotora GiulianaTalamone Onoff nesta terça-feira (28) durante o “Ato no Ministério Público” que
foi acompanhado por romeiros da Arquidiocese de
Mariana, e das Dioceses de Itabira-Coronel Fabriciano, Janaúba, Caratinga e
Governador Valadares, Guanhães e Colatina (ES), na Catedral Nossa Senhora
do Rosário (CNSR) durante a véspera da
“4ª Romaria das Águas e da Bacia do Rio Doce” que aconteceu neste
domingo (02). De acordo com a socióloga e membro do “Comitê Popular dos Atingidos pela Mineração em
Itabira e Região”, a professora Ana Gabriela Chaves Ferreira, ela ainda
explicou que o objetivo principal da reunião pública com a deputada estadual Andréia de
Jesus (PSOL) é de apresentar todas essas demandas que foram encaminhadas no
Ministério Público (MP) sobre as situações das 18 barragens de mineração e de
água que são cadastradas na Agência Nacional da Mineração (ANM), e sendo que as
barragens foram construídas com o material “A Jusante” durante os 77 anos de
atividades minerária no município. “Juntos com as comunidades vizinhas, ela tem
que demandar como que vai se solucionar isso. Não é a mineradora decidindo.
Sabe-se de que lugar, e esse conselho dela [da Vale] vai se reunir pra se
decidir o que vai ser feito com essas comunidades e com essas complexidades tão
grandes. As comunidades dos atingidos [pela mineração] que tem que apresentar
as suas demandas, e colocar os termos do acordo. Por que elas estão sendo
atingidas e não a Vale”, defendeu a socióloga.
Ronaldo Magalhães e Rodrigo Chaves ainda não confirmaram a presença (Foto/Rodrigo Ferreira/Arquivo/Divulgação) |
Para
que a população possa também ter o acesso às informações das documentações do Plano de Ação de Emergência de Barragens de Mineração (PAEBM) que foi recusado
pela mineradora e pelo Poder Público Municipal (PPM), e sendo que estes
assuntos sejam discutidos e debatidos dentro das conformidades do Plano-Diretor
e das legislações municipais, estaduais e federais como órgão controlador das
atividades minerárias no município. Ainda o gerente-executivo do Complexo Itabira e
Água Limpa, Rodrigo de Paula Machado Chaves, e também o prefeito Ronaldo Lage Magalhães (PTB) e demais
secretariados que compõe a sua atual gestão foram convidados a participar deste
evento para prestar mais esclarecimentos sobre as informações situacionais da
segurança destas barragens de mineração do município, e não confirmaram a
presença na reunião pública no momento. Somente a Giuliana Talanone confirmou a
presença no evento que acontecerá nesta terça-feira (24), as 18:30 Hs, no
auditório da Fundação Comunitária do Ensino Superior de Itabira (Funcesi).
Romeiros, manifestantes e ativistas comemoram a ação histórica
contra a Vale no Ministério Público (Foto/Ana Drummond)
|
Sendo
que a Andreia de Jesus ainda é membro de Comissão de Direitos Humanos (CDH), na
Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) em defesa das causas das vitimas que
foram atingidas durante os riscos eminentes dos rompimentos das barragens; de fundão
(que resultou 19 mortes) na mina de Bento Rodrigues da empresa Samarco
Mineração S/A que aconteceu na quinta-feira (05) de novembro de 2015, em
Mariana-Mg; e da mina do Córrego do Feijão (que resultou 395 localizados, 24
desaparecidos com 246 óbitos) que aconteceu na sexta-feira (25) de janeiro
deste ano, em Brumadinho-Mg, após 4 anos do rompimento da barragem de Mariana. Que resultou três vítimas fatais de Itabira-Mg que estavam
trabalhando na Vale S/A e nas empresas contratadas da mineradora em Brumadinho,
da qual essas vítimas morreram em pleno horário de serviço durante as
atividades profissionais que acabaram resultando em morte, após o rompimento
barragem de Brumadinho que causou uma maior tragédia com muita revolta e
comoção por parte dos seus parentes, amigos e familiares sabendo que não terão
mais as vidas dos seus entes queridos de volta após serem atingidos pela lama
da barragem da mineradora.
Ainda com a inclusão do risco
eminente da barragem Sul Superior da Mina de Congo Soco, em Barão de Cocais-Mg,da qual a barragem subiu de “nível 2” para o “nível 3” durante a madrugada desta
sexta-feira (08) de fevereiro deste ano, e com a infiltração da talude da mina
de Congo Soco que sofreu a deformação de “22,6 Cm” por dia, e com a parte mais
próxima da base com a velocidade de “26,5 Cm” por dia. Sendo que o talude da
Mina de Congo Soco foi se deslocando aos poucos que acabou caindo aos poucos
pra dentro da cava da mina do rejeito de minério durante a tarde de sexta-feira
(31/05). Sendo que os moradores da comunidade Socorro, Piteiro, Tabuleiro e Vila do Congo
estão
alojados em casas alugados e hotéis que estão sendo mantidos pela mineradora
desde fevereiro deste ano, e sem ter nenhuma previsão sequer para retornar as
suas casas de origem das Zonas Alto de Salvamento (ZAS) ou Zonas Alto de Risco de
Morte (ZARM). “Tens pessoas que estão muitas apreensivas e que estão passando por
sofrimento mental e social em razão da preensão de tudo ter acontecido. Que
querem ser remanejadas. Mas, querem ser remanejadas sem nenhum prejuízo. Em
relação às propriedades adquiridas. Então, tem que ser sedado. Mas, tem pessoas
que não tem para onde ir, e que não desejam abrir mão do local em que viveram.
Então, são dois direitos que padrem para ser conflitantes”, lamentou a
socióloga.
Questionada sobre as reuniões
itinerantes do “Comitê Popular da Mineração” que aconteceram nos bairros onde
foram ouvidas 300 pessoas, do qual os “12 Mil” moradores que residem em “5,2”
imóveis que se encontram alojados dentro das “Zonas de Salvamento” ou “Zonas de
Risco de Morte”. Que são consideradas as áreas de evacuação quando se tratam de
rompimento de barragens em cima destes moradores dos Zas ou Zarm durante o
acionamento das sirenes do Paebm que foi implantada pela própria mineradora no
ano passado, após o rompimento da barragem de Mariana (que vai se completar
quatro anos neste ano) e antes do rompimento da barragem de Brumadinho. “Nós do
Comitê Popular [dos Atingidos pela
Mineração em Itabira e Região] e dos movimentos [e organizações populares]
contra as barragens [de mineração e de água] chamamos e renomeamos estas [Zonas
de Auto Salvamento-Zas] de Zonas de Auto Risco de Morte [-ZARM]. Por que o que
de fato são. Não existe [‘Zonas de] Auto Salvamento [-Zas] com um rompimento de
uma barragem. Então, uma das demandas das comunidades atingidas [pela
mineração] é isso! Tratar com veracidade a realidade em que nós estamos
vivendo, e não ficar maquiando a situação dizendo que é uma Zona de Salvamento
com treinamento com a defesa civil [municipal e estadual durante a simulação do
rompimento de barragem]. A gente vai se salvar como? Quem vai se salvar? Quem
está a ‘30 [metros’] a ‘50 metros’ de uma barragem consegue se salvar se ela se
romper? E ela vai avisar; ‘vou romper e coloca todos os seus documentos no
envelope [de plástico] que a Vale passou e nos deu? Ai nos vai sair [se
evacuar]?’ E a primeira demanda dos atingidos pela mineração é que a Vale seja
uma empresa responsável. Que haja com responsabilidade”, concluiu.
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