Em comprometimento com a renda familiar – Absurdo,
doença não tem aviso! “Isso é uma covardia com o trabalhador, já que ninguém
quer adoecer e nunca sabe quando acontecerá”, desabafou o Carlos Estevam “Cacá”
Presidente do Metabase André Viana, e o vice-presidente Carlos Estevam "Cacá" (Foto/Rodigo Ferreira/ Arquivo/Divulgação) |
Em reunião realizada na manhã de terça-feira (15), o presidente Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Extração do Ferro e Metais Básicos de Itabira e Região (Metabase), vereador André Viana Madeira (Podemos) e diretores do Metabase se reuniram com representantes da Vale S/A para discutirem a proposta para o Programa de Participação dos Lucros e Resultados (PLR), do exercício 2019, que será paga em março de 2020.
Preisdente do Metabase André Viana (Foto/Acom Metabase/Arquivo/Divulgação) |
De acordo com André Viana, a proposta sobre a PLR que foi apresentada pela Vale não muda a essência do cálculo do programa atual, pois mantém o teto de 7 salários mínimos. “Este é um dos compromissos assumidos pela nossa diretoria durante a campanha, ou seja, sempre cobrarmos ações concretas da Vale com relação aos valores da PLR [Participação dos Lucros e Resultados]”, disse.
Na reunião, chegou-se à conclusão que o resultado da PLR de 2018 (que será paga em 1º de março do ano que vem), se manterá nos patamares do que em vista do que foi pago durante o ano de 2017, e deverá ser a melhor PLR mais paga do Brasil, acima dos 6,5 salários. “graças aos esforços em quebrar recordes de produção dos trabalhadores daquela empresa”, salientou André Viana.
Ainda segundo o André Viana, o sindicato já sinalizava que desde o início de sua gestão a manutenção da “saúde” do programa de PLR é uma de suas principais bandeiras, inclusive já vinha alertando. “Temos de ficar atentos com as Reformas, muitas pessoas estão preocupadas com [a Reforma] da Previdência, e possivelmente [ainda] uma nova Reforma Trabalhista, e estão se esquecendo da [Reforma] Tributária. A questão [da Reforma] Tributária tem de ser protagonista nesta discussão, a Vale está construindo pátios de estocagem de minério, pra quê? Porquê? Minério estocado não gera dinheiro”, alertou.
Apesar de causar estranheza sobre o assunto, André Viana afirmou que após dois meses de reuniões, estudos e conversas com sua equipe. Ele e sua diretoria chegaram a uma conclusão do futuro do mercado. “Risco de fim de subsídios de impostos, claramente afirmado pela nova equipe econômica do governo [federal] e uma mudança disfarçada na política do estoque de minérios da empresa”, confirmou.
De acordo com a análise do André Viana, estes dois itens poderão impactar a PLR no futuro. A partir disto, o Sindicato Metabase entrou em contato com a direção da empresa e questionou quanto ao futuro da PLR. Além de manter o modelo de cálculo atual, a proposta substitui indicadores para proteger a PLR futura quanto a variações proporcionadas pelo aumento de impostos/tributos e também anula o efeito de aumento nos volumes de estoques de minério nos pátios da empresa.
Ainda de acordo com André Viana, ele ainda esclareceu que o cálculo do resultado anual da Vale para efeito de PLR deixa de ser medido pelo Fluxo de Caixa Operacional (FCO) e passa a ser medido pelo indicador conhecido pela quase totalidade das empresas de capital aberto (S/A), o Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization (EBITDA). Em português; “lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização com ações negociadas em bolsa de valores”, como é o caso da Vale. “Claro que temos de ser vigilantes e não contar com a sorte, pois o mercado muda. Uma crise na China afeta todos atualmente”, comentou o vice- presidente do Metabase Carlos Estevam "Cacá".
Após longas discussões técnicas e embates. “a empresa apresentou uma proposta abaixo da expectativa do sindicato. Uma vez que a Vale vem apresentando cada vez mais ao Mercado, robustos resultados operacionais e financeiros”, afirmou o Diretor de Imprensa e Comunicação Bruno Gomes.
Outro ponto apresentado pela empresa na sua proposta foi de empregados que ficarem o ano todo em afastamento médico (excluindo as licenças maternidade e as acidentárias), deixarão de receber a PLR. “Cacá” disse que “isso é uma covardia com o trabalhador, já que ninguém quer adoecer e nunca sabe quando acontecerá, comprometendo sua renda familiar. Mas iremos discutir muito isso”, finalizou.
“O pensamento da direção do sindicato é que o fato do trabalhador estar doente no período produtivo ele merece receber uma parcela mínima a título de PLR, até mesmo para amenizar os gastos com medicamentos”, resumiu o André Viana.
"Outro ponto negativo foi a decisão da empresa em descontar meio salário na PLR dos trabalhadores devido o 'empréstimo' que a Vale fez em 2015 e acordado pela gestão passada [ex presidente -2002/2018- do Metabase, vereador Paulo Soares de Souza - PRB] . Esse acordo absurdo será aplicado e não é culpa nossa, já que a gestão anterior acordou com a empresa o desconto neste ano, que inclusive garantiu que não haveria esse desconto e não podemos fazer absolutamente nada”, disse o André Viana .
Uma assembleia com os trabalhadores da Vale será brevemente anunciada para discussão e apreciação da proposta apresentada pela empresa.
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