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quinta-feira, 26 de julho de 2018

90 anos de poesia – “Se a agente fosse falar de ‘Drummond’ teríamos uns dias e noites como todos falaram naquela época”, relembrou a Solange Alvarenga

44º Festival de Inverno - Sem rima e sem métrica! “No Meio do Caminho” comemora 90 anos de poesia 


Solange Alvarenga, Neide Barbosa e Jaqueline Veloso falam da importancia dos 90 anos do poema "No Meio do Caminho" (Foto/Rodrigo Ferreira)
Consagrada como a capital nacional da poesia desde 31 de outubro de 2015 do seu 116º aniversário de seu nascimento que está prestes a comemorar mais um ano de vida ainda neste ano. Com um público pequeno que ouviram muitos contos históricos do “Poeta Maior” no Memorial Carlos Drummond de Andrade (MCDA) que foi conduzido por Solange Alvarenga, Neide Barbosa e Jaqueline Veloso. Em comemoração aos 90 anos do poema “No Meio do Caminho” (1928), do poeta Carlos Drummond de Andrade que foi publicado numa revista de androfagia que causou uma grande repercussão nacional em 1930 dois anos depois em que a poesia foi revolucionada durante o golpe militar daquela época. Sendo que o poema “No Meio do Caminho” foi publicado em seu primeiro livro “Alguma Poesia” que foi uma edição independente, e com a publicação de 500 exemplares que foram custados do seu próprio bolso para fazer o seu trabalho de divulgação antes de se mudar para Belo Horizonte-Mg, e em seguida, foi morar no Rio de Janeiro-RJ. Onde o “Drummond” viveu até a sua morte em 1987 na época em que comemorou os 60 anos do poema “No Meio do Caminho”. Sendo que este poema já foi gravado e interpretado pelo ex- Titãs, o escritor, cantor e compositor Arnaldo Antunes no cd “Reunião – ‘O Brasil dizendo Drummond’” que reuniram vários artistas de todos os gêneros literários e musicais de grande expressão nacional para interpretar e declamar os poemas de “Drummond” que foi lançado em 2001. Além desses 500 exemplares publicados que foram publicados do seu próprio bolso, "Drummond" já escreveu mais de 400 críticas em forma de poesias escritas em sua carreira literária fazendo de uma poesia como uma verdadeira carta diante da arte moderna da poesia, de forma negativa e positiva. “Bom, se a agente fosse falar dele teríamos uns dias e noites como todos falaram naquela época, e foi muito comentado este poema, e inclusive o tem livro ‘No Meio do Caminho’ por causa deste poema que foi uma pesquisa em que o ‘Drummond’ fez com as criticas que ele recebeu”, relembrou a Solange Alvarenga.

Publico se emocionam com as histórias de "Drummond" (Foto/Rodrigo Ferreira) 
Durante a mesa redonda desta segunda-feira (23), a museóloga do Memorial de “Drummond”, Solange Alvarenga ainda relembrou da recepção dos alunos da Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), de Nova Era - Mg que vieram visitar o memorial de “Drummond” como se fosse hoje tivesse acontecido. Solange Alvarenga ainda pensou e analisou. E ela fez a questão de declamar o poema “No Meio do Caminho” para os alunos do “Apae/Nova Era” que foi algo muito interessante para os demais professores e alunos da instituição que estiveram presentes durante a visita no memorial de “Drummond” que agradou a todos que estiveram presentes no memorial de “Drummond”, ao ouvir a belíssima declamação poética com uma grande recepção que acabou se tornando uma grande festa para os professores e alunos do “Apae/Nova Era” durante a receptividade no memorial, e todos acabaram caindo em gargalhada durante a visita que foi algo muito inusitado na terra de ‘Drummond’, onde ele nasceu e viveu a sua infância na terra natal. Que acabou provocando um clima de muita alegria, diversão e descontração entre os alunos e professores do Apae/Nova Era, de forma muito enérgica e positiva. “Ai eu pensei, gente? O quê que a gente faz para receber essas crianças? Então, eu falei: 'Vou declamar o poema No Meio do Caminho que eu acho que será bem interessante'. E nos chegamos e declamamos o poema, e quando terminou o poema um dos alunos gritou assim: ‘Gente! Não tinha ninguém para tirar a pedra do caminho não?’. E nós rolamos de tanto rir, e achamos aquilo super legal por que é uma criança vinda e ela percebeu. Então, por que o ‘Drummond’ usou esse poema com essa repetição que causou há muitos o mesmo hojerizah: ‘Como que alguém escreve isso?’”, contou.

Considerado pelo poeta, escritor, crítico literário, musicólogo, folclorista, ensaísta brasileiro, Mário de Andrade “In Memoriam” que foi um dos grandes pioneiros da poesia moderna brasileira considerou o poema de “Drummond” muito formidável através de um esforço do fruto de um cansaço intelectual que foi pulicado no livro “Alguma Poesia”, do qual o Mário de Andrade escreveu a carta ao ‘Drummond’ em 1924, e foi incentivado por ele a publicar os seus poemas no inicio de sua carreira literária quando lançou o livro “Alguma Poesia” e dentre outros livros que o ‘Drummond’ publicou antes do seu falecimento. Sem métrica e sem rima, e sem nenhuma repetição nas palavras do poema de ‘Drummond’. Solange Alvarenga ainda esclareceu que os poemas de “Drummond” eram parnasianos no Brasil que visavam à valorização as classes baixas e o combate contra o preconceito e o racismo no país, e sem obter nenhuma solução sequer para este problema até o momento diante do mundo imaginário poético de “Drummond”, de forma muito harmônica no combate contra o preconceito e os problemas sociais no país. “Por que até então uma poesia parnasiana no Brasil, que é uma poesia com métricas e rimas. E havia alguém como um ‘Drummond’ que revolucionou essa poesia. Que até então os modernistas daquela época, o quê que eles queriam? Valorizar os negros e as classes mais baixas do Brasil. Então, vem o ‘Drummond’ o mineiro que se dizia tímido para todos: ‘Vem e faça um poema!’. Que ‘No Meio do Caminho Tinha Uma Pedra’ é um poema sem rima e sem métrica, e um poema muito repetitivo. E era o quê? E o que o Drummond fez com esse poema? ‘Drummond’ pegou e fez o poema como vocês vêm com a linguagem coloquial, e vocês lendo esse poema ele jogou o quê? Ele jogou a gramática e a normativa no lixo. Por quê quando vocês vêm este poema, é o que eu penso? Ao invés de “Drummond” de colocar ‘no meio do caminho havia uma pedra’, e os intelectuais daquela época achavam que ‘Drummond’ deveriam escrever este poema”, explicou.

Solange Alvarenga contou que o ‘Drummond’ era muito admirado por seus amigos poetas e escritores quando lançou o livro “Alguma Poesia” em sua estreia. Ao mesmo tempo ‘Drummond’ também era muito criticado do que admirado naquela época. Solange Alvarenga ainda relembrou do poeta, crítico literário e de arte, professor de literatura e tradutor brasileiro Manuel Carneiro de Sousa Bandeira “In Memoriam” disse ao ‘Drummond’ que nunca esquecerá que este poema nunca vai sair da cabeça dele. Ainda a Solange Alvarenga também relembrou do poeta e prosador brasileiro, expoente do surrealismo brasileiro, Murilo Monteiro Mendes disse que o Drummond era o ícone e entusiasta da poesia moderna. ‘Drummond’ ainda se dizia muito tímido e inexperiente para o Mário de Andrade. “Todos e o Mário (de Andrade) já falavam que o ‘Drummond’ era um poeta vindo de Minas (Gerais), é um poeta muito genial. Quando ele lançou o primeiro livro, e o Mário de Andrade ajudou muito o ‘Drummond’. Por que o ‘Drummond’ escrevia muito para ele. Por ‘Drummond’ ele teria rasgado todos estes poemas antes de alguma poesia como o ‘Drummond’ chegou a rasgar muita coisa dele e jogava no lixo mesmo achando que não serviam como poema. Por que o ‘Drummond’ era muito critico, e a gente percebe muito isso na poesia dele também que era muito cheia de humor. E o Mário (de Andrade) incentivou a publicar o livro ‘Alguma Poesia’ e como vários outros livros depois que o ‘Drummond’ publicou”, disse.

Já o escritor, poeta, crítico de arte, biógrafo, tradutor, memorialista e ensaísta brasileiro e um dos fundadores do neoconcretismo José Ribamar Ferreira “Ferreira Gullar” “In Memoriam” disse que o poema de ‘Drummond’ não é uma poesia, e depois se retratou dizendo que gostava do poema dele e não tinha entendido o poema “No Meio do Caminho” por que ele era muito jovem naquela época. “Agora, o ‘Drummond’ sacou isso bem como ele disse que queria fazer um poema bem chato e repetitivo. Mas, quem nunca encontrou uma pedra no meio do caminho? Não é mesmo? E essa pedra pode ser tudo! Todo mundo tem obstáculos na vida. Então, é um poema que além de repetitivo faz a gente pensar muito. Eu penso que até bem filosófico essa pedra, é uma pedra filosofal que o ‘Drummond’ devia lançar”, brincou.

Para a Solange Alvarenga, “Drummomd” era um homem estudioso e pesquisador, e gênio da literatura moderna brasileira. E o ‘Drummond’ sabia ainda o que ele estava fazendo e vivia muito. E ele era um autodidata e uma pessoa muito incrível com uma cabeça dessa voltada para as artes modernas da poesia que é reconhecido por todo o canto desse mundo. Sendo que a valorização da cultura de Itabira e do Brasil é muito pouca trabalhada, divulgada, incentivada. Sabendo que e necessário levar a obra do “Poeta Maior” por todo o canto dos colégios, escolas e universidades federais e estaduais por todo o canto da cidade e do mundo para prevalecer à memória de ‘Drummond’. Exercendo a função de publicitária há cerca de cinco anos sem existir a profissão e curso superior dentro das conformidades do Ministério da Educação (MEC) eda Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) sequer naquela época. Por ser a primeira mulher na história de Itabira no ramo dessa profissão, Solange Alvarenga ainda relembrou na época em que trabalhou no periódico jornal “O Cometa Itabirano” que atualmente se encontra extinto há cinco anos, e afirmou que já recebeu muitas ligações na redação, e dentre eles eram os telefonemas de "Drummond" pedindo para falar com o Lúcio Sampaio que era o editor do periódico daquela época, e a Solange Alvarenga acabava perdendo a voz quando era o ‘Drummond’ no telefone. “Isso eu guardo comigo que foi muito legal, e ele falava tão rápido ao telefone, e vocês não acreditam”, resumiu.

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