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terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Grupo da Água realiza primeira reunião do ano na Câmara Municipal

 
O Grupo da Água, uma mobilização socioambiental para tratar do abastecimento da água em Itabira, que reúne representantes de vários setores da comunidade, realizou nesta quinta-feira, 5 de fevereiro a primeira reunião de 2015. O encontro entre representantes e a população serviu para alinhar informações sobre as ações realizadas pelo grupo no ano anterior e o que será necessário fazer este ano para minimizar a crise de abastecimento de água no município. Poucas pessoas compareceram ao plenário da Câmara Municipal para acompanhar e discutir as informações apresentadas pelas lideranças do Grupo. A reunião foi importante para informar e conscientizar a comunidade sobre a crise hídrica que assola Itabira.  

O vereador Solimar Silva (SD), representante da Câmara Municipal no grupo, falou da importância da colaboração e conscientização da população no consumo racional da água. Solimar lembrou que dados do Saae, Serviço Autônomo de Água e Esgoto, apontam que a precipitação de chuva em 2015 é a pior dos últimos 105 anos.
 
Eugênio Muller, vice-presidente da Acita, Associação Comercial Industrial de Serviços e Agropecuária de Itabira e representante da entidade no Grupo, mostrou as ações realizadas para diminuir os efeitos da crise da água. Ele apresentou dados estatísticos que mostram o atual cenário de Itabira, que tem uma demanda de água hoje de 450 litros por segundo. Número bem acima da outorga. Eugênio disse que a falta de planejamento deixou a cidade em uma situação crítica e que medidas precisam ser tomadas com urgência. “A gente capta além da outorga e não consegue atender a demanda”, lembrou Eugênio.
 
As ações do Grupo da Água que serão realizadas este ano também foram apresentadas por Eugênio Muller. Entre elas estão a continuidade do monitoramento dos projetos e obras em curso das 3 estações de tratamento – Rio de Peixe, Barragem de Santana e Rio Tanque – e  incrementar o Programa de Uso Racional da Água. O estímulo a adoção de uma agenda de reaproveitamento da água, inclusive com implantação de leis municipais e o incentivo à criação de um programa para diminuir as perdas físicas e não físicas na rede de abastecimento de água.
 
Eugênio destacou a participação da Acita no Grupo da Água e ressaltou que atualmente a falta de abastecimento de água é um dos principais fatores limitantes ao desenvolvimento sustentável de Itabira, inclusive inibindo a instalação de empresas e indústrias no município enquanto a questão do abastecimento e captação de água não for resolvida.
 
O diretor Presidente do Saae, Jacir Primo falou como a autarquia está administrando a crise hídrica e mostrou um estudo da evolução da população e a demanda de água em Itabira. Também foram apresentadas estratégias que serão tomadas a curto, médio e longo prazos.
 
Jacir fez um comparativo de produção e captação da água em diversos momentos da cidade, inclusive, neste período de crise. Alguns projetos emergenciais estão sendo desenvolvidos para aumentar a captação de água e atender a população. Segundo Jacir após 43 dias seguidos sem chuva o SAAE precisou intensificar o racionamento de água e interromper o fornecimento diário de 8 às 18h. Ele apresentou também algumas formas da população contribuir para diminuir o consumo de água. Para Jacir a responsabilidade é de todos, “não é justo cobrar somente da população, temos que cobrar dos agricultores, das indústrias, todos tem que contribuir”.
 
A possibilidade de cobrança de taxas e multas em caso de aumento de consumo de água em comparação aos últimos 12 meses, também não foi descartada. Segundo Jacir esta medida pode se tornar necessária se o consumo de água não for reduzido. Mas a ação depende dos vereadores, que tem que criar leis e da Arsae – Agência Reguladora de Serviços de Água e Esgotamento Sanitário de Minas Gerais. Tais medidas podem conter o abuso no uso da água em Itabira.

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