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segunda-feira, 27 de julho de 2020

Sobre a diversificação econômica - “Se fosse a Vale ela teria trago um grande desenvolvimento para a cidade”, destacou o Frederico Dornellas

O psicólogo e mestrado da Puc-Mg, Frederico Dornellas apresentou as propostas para a diversificação econômica pós-exaustão da mineração em 2028 (Foto/Acom CMI) 

Itabira/Mg – Convidado pelo vereador André Viana Madeira (Patriota), o psicólogo e mestrando em Administração com bolsa do Conselho Nacional Científico Tecnológico (CNPq) pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG) Frederico Dornellas Martins Quintão fez o uso da tribuna na tarde desta terça-feira (21). Para apresentar o projeto temático “José Tirando ‘A Pedra do Meio do Caminho’: Estudo sob a ótica da sociedade civil itabirana para se desvencilhar da ‘minério-dependência’ criada pela Vale”. Como o Carlos Drummond de Andrade “O Poeta Maior”, Fundo de Desenvolvimento Econômico de Itabira (FUNDESI), Condicionantes, Processos e Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI) foram os grandes assuntos temáticos que foram abordados pós-exaustão da mineração sobre o futuro dos caminhos para a diversificação econômica do município, evitando a dependência socioeconômica da mineradora. Que já foi totalmente esclarecido em 2018 pelo prefeito Ronaldo LageMagalhães (PTB) em entrevista na Rádio Itatiaia Am/Fm na tarde de sexta-feira (29), e pelo ex-gerente geral da Vale S/A Rodrigo de Paula Machado chaves na coletiva de imprensa na manhã de terça-feira (18) de julho de 2018.

Prefeito Ronaldo Magalhães e o gerente geral da Vale Rodrigo Chaves 
(Foto/Rodrigo Ferreira/Arquivo/ Divulgação) 
Caso, ocorra realmente à exaustão da mineração no município que está prevista para oencerramento das suas atividades minerárias em 2028 devido a exploração do minério desde 1942 que já se completa há 78 anos desde a sua existência. Ainda sabendo que o município ainda é dependente da mineração desde o surgimento da Companhia Vale do Rio Doce S.A (CVRD) ainda estatal desde o mandato do ex-presidente da república (1930-1945) Getúlio Dornelles Vargas “In Memoriam” (PTB), hoje, denominado Vale, da qual a empresa se encontra privatizada desde 1997, nas mãos da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), de Volta Redonda-RJ, desde o governo do ex-presidente da república (1995-1998/1999-2002) Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Entretanto, essas atividades foram se perdendo com a fundação e instalação de uma exploradora de minério de ferro chamada atualmente de Vale.

Mina Cauê (Foto/Rodrigo Ferreira/Arquivo/ Divulgação)
Segundo o Frederico Dornellas, a mineradora omitiu essas informações dos cidadãos o esgotamento da sua atividade extrativista em Itabira a partir de 2028. O fato foi descoberto por acaso pelo jornal “O Trem Itabirano” (de mídia impressa) em 2018, sendo que essa atitude revela a falta de transparência e coparticipação social nas tomadas de decisão da empresa com os seus impactos socioambientais, uma vez que junto à notícia, não havia nenhum plano de recuperação territorial em vigência. Portanto, o presente estudo tem o intuito de revisitar as impressões que alguns cidadãos têm sobre as ferramentas de independência atuais, uma vez que a sociedade mostrou-se capaz de refletir e propor com eficácia os processos de independência do território nos momentos mais difíceis como este. Após a publicação desta matéria, o assunto foi discutido na reunião pública da Vale com o Conselho Estadual de Politicas Ambientais (Copam) que aconteceu na Câmara durante a noite de quinta-feira (28) de junho de 2018. 

Vista parcial de Itabira (Foto/Rodrigo Ferreira/Arquivo/ Divulgação)
Desde a década de 2000, os cidadãos da cidade se mobilizam para que se desenvolva na cidade buscando novas alternativas de catalisador econômico, sendo que a mineradora escondeu de Itabira que encerrará suas atividades na cidade em 2028. Diante disso, como forma de explorar as alternativas econômicas e seus processos de governança na cidade. Frederico Dornellas ainda esclareceu que aplicou um questionário com atores sociais do território, abordando a participação popular, além da saúde e educação como vocação desenvolvimentista. Os resultados do questionário apontam propostas de melhorias na educação, saúde e governança, capacidade e interesse dos atores para o desenvolvimento da cidade. Além disso, o Poder Público Municipal (PPM), por outro lado, atua de forma vertical, sem clareza nas propostas apresentadas e com dificuldade em emancipar o município da “minério-dependência”.

Nascido e criado em Itabira, envolvido com os projetos sociais na cidade desde 2009. Atualmente, Frederico Dornellas trabalha com a população de Itabira e Brumadinho-Mg para criar novas formas de geração de emprego e renda que não dependam da mineração, após um ano e 7 meses do rompimento da barragem do Córrego do Feijão de Brumadinho que aconteceu na tarde de sexta-feira (25) de janeiro, do ano passado, que acabou resultando; 395 localizados, 10 desaparecidos, 260 mortes, equivalendo no total de 125 sobreviventes e mais 270 mortes fatais; de forma muito lamentável, sendo que 10 corpos ainda estão soterrados dentro do mar de lamas do rejeito de minério que acabou destruindo uma boa parte do município de Brumadinho.

Durante a pandemia dos sintomas do coronavírus (Covid-19), a mineradora ficou impossibilitada de concluir todos os seus trabalhos de resgate destes cadáveres devido ao decreto do estado de calamidade publica no 1º semestre que foi decretado pelo governador de Minas Gerais Romeu Zema Neto (Novo) devido à pandemia do Covid-19, sendo que o restante dos corpos serão resgatados após a elaboração das medidas de restrição para a prevenção destes sintomas que foi concedida pelo governo Romeu Zema neste segundo semestre que será revogado o novo decreto de calamidade publica por mais 6 meses no momento. Frederico Dornellas ainda falou sobre os estudos dos aspectos da Chapada, Pedreira do Instituto, distritos Senhora do Carmo e Ipoema, e do Barreiro e da Companhia do Distrito Industrial (CDI). Onde ele morou desde a sua infância para chegar aonde chegou com muita luta, garra e suor no polo universitário em Belo Horizonte-Mg.

“Então para encerrar com chave de ouro esse meu caminho pela graduação. Eu decidi pensar assim; ‘O que é relevante para Itabira [-Mg]?’. Durante estes cinco anos eu fiquei me perguntando, e fiquei vivendo o cotidiano da cidade e resolvi estudar o desenvolvimento, é o que mais pega no caso de norte a sul da cidade [de Itabira-Mg] [...] Então, eu resolvi estudar um pouco e lembrando também que até uma vez fui apresentar essa pesquisa pro pessoal, e questionaram a minha legitimidade como itabirano. Espero para que vocês possam aproveitar no que eu vou trazer, e lembrando que não são opiniões minhas. Foi fruto de uma conversa e de um diálogo que eu tive constantemente com alguns itabiranos [de Janeiro a Novembro] no ano passado”, adiantou.

Desde janeiro a novembro, do ano passado, após o rompimento da barragem de Brumadinho, Frederico Dornellas foi fazendo todos os estudos de trabalhos com orientador de Brumadinho, e ele ainda afirmou aos parlamentares que não é um estudo inacabado que será feito até o ano que vem. “Como o meu orientador, ele tem um trabalho e é nativo de Brumadinho [-Mg], e a gente desenvolve há dois anos um trabalho de inovação social e tecnológico, em Brumadinho [-Mg]. Eu resolvi conciliar o desenvolvimento de Itabira com a cidade de Brumadinho que também foi atingida pela Vale [S/A]. Além um retorno que eu estou dando para vocês, e o meu trabalho é contribuir pro desenvolvimento da cidade e também das cidades mineradoras. Até o ano que vem eu vou estar estudando isso, e espero que os resultados de respostas possam contribuir para o desenvolvimento da nossa cidade”, explicou.

De acordo com o Frederico Dornellas, Itabira deveria se preocupar com o “Minério-Dependência” desde a fundação da Vale. Ele ainda reclamou que a cidade e os empresários estão muito acomodados e não buscam inovação, e obtém indústria no município, sendo que 80% da prestação de serviço de mão de obra qualificada o Distrito Industrial presta serviço para a mineradora. A diversificação não é de uma hora pra outra. No apagar das luzes, eles querem resolver um problema que não será resolvido. A Vale gera “9,7 Mil (‘4,1 Mil’ Vale/ ‘5,6 Mil’ empresas contratadas da mineradora)” empregos diretos e indiretos. Quando vier o minério de fora, essa mão de obra cairá para 500 empregos diretos. A Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CEFEM) e o Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) vão cair para 10% ou menos. A maior quantidade de água é monopolizada pela mineradora em contrapartida com o Serviço de Autônomo de Água e Esgoto (SAAE), sendo que o aquífero que seria o legado está com rejeito em cima dele. Até a coleta de lixo e o Hospital Municipal Carlos Chagas (HMCC) serão prejudicados futuramente. Frederico Dornellas ainda esclareceu que a população não despertou para o fim do minério, sendo que a população são os empresários que não acreditam ou não têm espírito empreendedor.

Para o Frederico Dornellas, ele afirmou para os vereadores no plenário do legislativo que não há uma governança no município, e ele ainda afirmou que os cursos de; administração, direito e saúde; que são ministrados pela Fundação Comunitária do Ensino Superior de Itabira (FUNCESI) e pelo Centro Universitário Una são mais os que mais ajudam demandas da cidade do que os cursos superiores de engenharia que atendem mais as demandas da mineração, sabendo que o município é dependente da Vale desde 1942 ainda estatal até a privatização que aconteceu em 1997 durante o governo “FHC”. Além disso, a cidade é referência em atendimento para distritos e cidades da região como Santa Maria de Itabira, Bom Jesus do Amparo, Itambé do Mato Dentro, Nossa Senhora do Carmo, São Gonçalo do Rio Abaixo e Passabém. Cogitava-se que a Unifei abrangesse cursos de medicina, mas essa proposta não foi cumprida até o momento e não há indícios de que será executada em curto prazo pelo Ministério da Educação (MEC), assim como campanhas que surgiram com a promessa da instalação do hospital da Confederação Nacional das Unidades Médicas (UNIMED). 

“A Prefeitura [Municipal de Itabira-PMI] só busca a ação social quando ela precisa. Mas, sempre que as pessoas tentam aproximar da prefeitura, existe alguma morosidade com relação a isso. O projeto da [Universidade Federal de Itajubá-] Unifei que seria talvez o único ‘projeto zero’ em execução pro desenvolvimento da cidade ele está míope. Ele [a Unifei] tem algumas lacunas e não consegue ser executado direito, e abrange cursos de engenharia que servem a favor da mineradora. Não ajuda a gente a sair do espelho da mineração, e que ainda continua fazer a cidade ficar dependente da Vale [S/A]”, concluiu. 

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