Contra o processo de descomissionamento - “Então, não adianta
falar; ‘não queremos mais barragens!’”, lamentou a Drª Giuliana Talamone
De
acordo com a promotora do Ministério Público de
Minas Gerais (MPMG) Drª Giuliana Talamone Fonoff, ela ainda esclareceu que
a empresa (sem citar o nome) que está prestando serviços de inspeção e
auditoria interna para o Ministério Público, ela é diretamente dos Estados
Unidos da América (EUA) e tem uma vasta experiência em território americano com
todos os tipos de evacuações nas Zonas de Auto Salvamento (ZAS) como o caso do
furacão Catrina e dentre outras ações na prestação de serviços assistenciais ao
resgate para a população americana. Sendo que esta empresa está participando do
plano de evacuações através do Ministério Público (MP) para poder acompanhar de
perto todas as atuações desta empresa dentro da área da mineradora. Para que
esta empresa possa prestar todos os esclarecimentos ao Ministério Público sobre
as 18 barragens de mineração e de água “A Jusante” que são cadastradas na
Agência Nacional da Mineração (ANM). “Ela é uma empresa renomada internacionalmente,
e ela é uma empresa americana que trabalha lá nos planos de evacuação nos
Estados Unidos [-da América – EUA], e trabalha em evacuação como o furacão
Catrina e dentre outras coisas. Então, ela tem muita especialização nisso”,
esclareceu a promotora.
Manifestantes escrevem a faixa com protesto contra a mineradora (Foto/Ana Drummond) |
Sabendo que ainda é impossível fazer a toda a retirada das
lamas do rejeito de minério destas 15 barragens de mineração, do qual os
moradores da região do João XXIII queriam que a Vale S/A retirasse todo o
rejeito de minério para evitar os futuros rompimentos da barragem Itabiruçu
para quem mora dentro das Zonas de Salvamento ou Zonas de Auto Risco de Morte
(ZARM). Como foi discutido e debatido durante a reunião do “Comitê Popular dos
Atingidos pela Mineração em Itabira e Região” que aconteceu na última segunda-feira (01/04), no auditório da igreja Nossa Senhora de Conceição Aparecida, do
João XXIII, após o acionamento errôneo das sirenes do Plano de Ação de
Emergências para Barragens de Mineração (PAEBM) que também aconteceu na última quarta-feira(27/03), de forma muito gravíssima que apavoraram os moradores das “Zonas deSalvamento” ou “Zonas de Risco de Morte” que tiveram que se deslocar das suas
casas sem ter nenhuma necessidade sequer no momento.
“Então, é um trabalho que está se iniciando agora, e que o
Ministério Público [de Minas Gerais-MPMG] vai acompanhar isso, e imagino eu.
Que é um trabalho que vai durar mais de anos, e as estruturas e as [18]
barragens [de mineração e de água] estão ai, e não tem como a gente agora ou
simplesmente falar; ‘tira tudo!’. Elas são barragens de estruturas muito
grandes de difícil de até da gente conseguir entender; o volume de rejeito [de
minério] de que tem ali. Então, não a gente adianta falar; ‘não queremos mais
barragens!’. Elas vão ficar aqui por muito tempo. Tem a legislação agora para
descomissionar [as 18 barragens]. Que isso vai ser feito e fiscalizado. Mas, a
gente ainda tem um tempão com elas ai. Não tem jeito. Então, o que a gente tem que
fazer é fiscalizar e exigir que elas estejam realmente seguras, e mais do que
isso. Preparar a toda a população, e colocar junto com a população de Itabira
[-Mg] essa realidade. Por que as barragens estão ai, e que a população tem que
sim saber como agir numa emergência. Então, são esses dois caminhos em que o
Ministério Público [MP] está trabalhando, e eu entendo que nós estamos
caminhando bem”, explicou a promotora.