Com o turno das 6 para 12 horas – Mineradora não quer dialogar com a categoria! Vale aproveita o momento de fragilidade para demitir 720 empregados com destino a “Rua da Amargura” e pro “Olho da Rua”

Greve da Vale em 1989 - “Nós estamos aqui para refrescar essa memória que não pode ser esquecida”, relembrou o André Viana

Presidente do Sindicato Metabase André Viana e a mesa diretoria confirmam o fim da mudança de turno ce 6 horas para 12 horas (Foto/Rodrigo Ferreira) 

Itabira/Mg - Em coletiva de imprensa (presencial) desta quinta-feira (28) o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Extração do Ferro e Metais Básicos de Itabira e Região (Metabase), vereador André Viana Madeira (Patriota) convocou a imprensa para falar sobre a mudança de turno de 6 horas para 12 horas, após a “live”pelas redes sociais (facebook/instagram) na noite desta terça-feira (26). “É muito importante que nós temos de ver esse tema, e o principal ataque hoje que são vários que está sendo feitos a classe e a categoria trabalhadora nas minas de Itabira [-Mg] é com a proposta desrespeitosa da Vale [S/A] que ela em feito dentro da empresa como uma forma de assédio aos trabalhadores. Fazendo e trazendo as informações que não condiz [com a realidade dos fatos], e estão falando a verdade e contando mentiras [...] É isso que nós faremos diuturnamente até que todo o ataque seja banido e excluído contra a categoria trabalhista”, disse.        

Trabaladores da Vale cercaram a linha férrea do Valério
 (Foto/Foto Silva/Hora H/Arquivo/Divulgação)

Onde o André Viana ainda relembrou da garra e ousadia dos trabalhadores que participaram da greve da Vale que aconteceu em abril de 1989 há 31 anos atrás, do qual a greve histórica foi liderada pelo ex-presidente (1986-1990/1991-1997) do Sindicato Metabase, Milton José Martins Bueno que ficou marcado na história da mineradora que ganhou a maior repercussão nacional. “O primeiro ponto desta coletiva de imprensa é que a Vale [S/A] ela vem nos últimos dias querendo implantar o turno de [de 6 horas para] 12 horas na cidade de Itabira [-Mg], e tem feito isso de uma forma muito assediosa com ameaças aos trabalhadores dentro da Vale de informar; acintosa, desrespeitosa; e aos meus amigos que atrás de nós [do cenário do Auditório José Felipe Adão] tem fotos do que representam a greve de 1989. Os senhores [da imprensa]  já escreveram matérias sobre isso [a greve da Vale de 1989] e da importância das conquistas dessa época que perdurarão até o dia de hoje”, relembrou.

“Nós temos aqui, o ato que deflagrou a greve, onde os guerreiros que nem foi por voto secreto aclamaram uma greve histórica [de 1989] que refletiu e repercutiu em todo o Brasil, e foi nesse ato aqui [em Itabira-Mg e] em 1989 no ginásio do [Valeriodoce Esporte Clube -] VEC que nós vimos esse momento acontecer histórico e inédito da história [da greve] da Vale [S/A]. Onde a Vale teve que quebrar a sua arrogância e engolir uma greve de 6 dias [...] Isso, o seu supervisor não vai te contar. Isso, o seu gerente não vai te contar. Isso, o diretor da Vale que não vai trabalhar em 12 horas não vai te contar. Isso, a diretoria executiva da Vale eles não vão te contar e nem vai estar com você as 12 horas dentro de uma área de risco grau 4 que é o maior risco da mineração. Isso, eles não vão te contar”, concluiu.

Após 21 anos longe dos holofotes ao deixar
 a presidência do Metabase,  Milton Bueno
reaparece na festa do trabalhador do ano passado
 (Foto/Rodrigo Ferreira/ Arquivo/Divulgação) 

Sem consultar a categoria para fazer a realização da assembleia para fazer a votação desta proposta que foi imposta pela mineradora. De acordo com o André Viana os empregados da mineradora que trabalham nas minas de “Brucutu” e região já estão em atividade de 12 horas, e sem a categoria ter o devido conhecimento deste devido assunto. Já na categoria dos técnicos que não pertencem à base da categoria, sendo que as votações foram feitas através do e-mail corporativo da própria mineradora. Com a inclusão do contrato de experiência de 3 meses (90 dias) com prorrogação para mais 3 meses (90 dias) totalizando 6 meses (180 dias) diante da nova reforma trabalhista que foi sancionado pelo ex-vice-presidente da república (2011/2016) e ex-presidente da república (2016/2018) Michel Miguel Elias Temer Lulia (MDB). “O que não está sendo falado dentro da Vale? De duas e três semanas pra cá a supervisão da Vale através dos; técnicos, gerentes, supervisores começou uns trabalhos nos [Diário e Diálogo sobre Segurança -] DDS´S de assédio moral. Induzindo o trabalhador a pensarem na proposta que a empresa quer, e ele pense. Que é um turno que vai diminuir duas letras”, disse.     

“Por que nós achamos totalmente inadequado em tempos de pandemia [do ‘Covid-19’]. Que nos poderíamos discutindo outras pautas como saúde e segurança do que nós estarmos discutindo o turno de [6 horas para] 12 horas [...] Não tem interesse em conversar e discutir qualquer pauta de aumento de jornada [de trabalho] com a empresa Vale, e ela tem chamado o turno de 11 e 12 horas. Mas, na verdade não é um turno de 11 horas, é um turno de 3 horas. Por quê 11 horas e mais 1 hora para o almoço, e mais 1 hora indo para ir e voltar ao serviço, então se transfora 3 horas. Detalhe, caso o implante de turno a curto e médio prazo, a empresa [Vale] iria demitir duas letras da mineração e produção o que passaria 500 demitidos diretos. Sem falar em relação a questão dos  terceirizados e dos impactos da economia local”, explicou o André Viana.

Sobre a “Live” - Antes de conceder a coletiva de imprensa, André Viana ainda relembrou na “live” pelas redes sociais que aconteceu na mesma semana, e falou sobre a garra e ousadia dos trabalhadores que participaram da greve histórica da Vale que aconteceu em abril de 1989 há 31 anos atrás, do qual a greve da mineradora foi liderada pelo ex-presidente do Sindicato Metabase, Milton Bueno que ficou marcado na história da mineradora. “No ano passado, da ‘Semana do Trabalhador’ ele recebeu essa homenagem pelo ato de bravura e pelo ato de coragem, e foi nessa gestão e nesse momento que o turno e os trabalhadores de Itabira [-Mg]. Mais de ‘1,8 Mil’ trabalhadores trabalham em turno de 6 horas que é uma conquista que custou; suor, luta, greve de 6 dias; e custou até mesmo o sangue dos trabalhadores que foram mortos e espancados na época que colocou a própria pele para que nós pudéssemos colocar o turno menos agressivo nos dias de hoje em relação aos outros locais do pais. O turno de 6 horas de Itabira [-Mg] é visto como uma pérola e como uma joia”, defendeu o André Viana.

Há 31 anos atrás, o ex-presidente do Sindicato Metabase Milton Bueno liderou a greve histórica da Vale em abril de 1989 (Foto/Eduardo Cruz/Arquivo/Divulgação)    

No ano passado, o ex-presidente do Metabase, Milton Bueno recebe a homenagem do André Viana pelo ato de bravura e coragem durante a greve histórica de 1989 que ganhou uma grande repercussão nacional  (Foto/Rodrigo Ferreira/ Arquivo/Divulgação)