Com o simulado do rompimento
das 18 barragens que está sem data de previsão - Mesmo construída “A Jusante” e
“Contra o Massacre da Vale”! “As barragens são uma verdadeira ‘bomba-relógio’
em nossas cabeças”, disparou a Tuani Guimarães
Durante a recepção dos
romeiros da
Arquidiocese de Mariana, e das Dioceses de Itabira-Coronel Fabriciano, Janaúba,
Caratinga e Governador Valadares, Guanhães e Colatina (ES), na Catedral
Nossa Senhora do Rosário (CNSR) que foi recepcionada Pelo Padre Márcio
Soares e pelo coordenador do “Comitê Popular dos Atingidos pela Mineração em
Itabira e Região”, professor e ativista Leonardo Ferreira Reis que
recepcionaram os romeiros e convocaram para uma passeata com várias faixas e
cartazes com frases estampadas contra a Vale S/A até o Ministério Público de
Minas Gerais (MPMG) para acompanhar de perto a entrega do requerimento judicial
(com as matérias que foram publicadas e embasadas pela imprensa local e estadual) a
promotora do Ministério Público, Drª Giuliana Talamone Fonoff para serem
protocoladas na tarde desta terça-feira (28/05). Que contou com o apoio e a
presença do vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias
de Extração do Ferro e Metais Básicos de Itabira e Região (Metabase), Carlos
Estevam Gonzaga “Cacá” durante a véspera da “4ª Romaria das Águas e da
Bacia do Rio Doce” que aconteceu na manhã deste domingo (02).
Romeiros e manifestantes chegam a porta do Ministério Público (Foto/Anna Drummond) |
“Estamos juntos e juntando forças pra dar mais um passo
importante na nossa luta. Mas, é um passo de muitos outros que ainda vamos dar.
Hoje, nós vamos protocolar no Ministério Público de Minas Gerais [-MPMG] um
documento com todas as nossas reinvindicações, e não são reinvindicações de
hoje não. São reinvindicações que vem de uma historia de luta em Itabira [-MG],
e na região de Itabira e em Minas Gerais. São reinvindicações que não vem da
voz e da cabeça de três a dez pessoas, e vem de uma região inteira, e vem de
toda uma população que de bairro em bairro; a gente conversando, fazendo aulas
públicas, ouvindo a população. Disseram de sofrer; de ansiedade, de falta de
sono e de insônia, de depressão, de medo. Por causa do risco das barragens, e
esse risco das barragens que agora se torna mais evidente”, defendeu o
ativista.
Secretária de Meio Ambiente Priscila Braga (Foto/Rozenilda Lemos/Arquivo/Divulgação) |
Para pedir posições da mineradora com relação aos
esclarecimentos das 18 barragens “A Jusante” que são cadastradas pela Agência
Nacional da Mineração (ANM), e com a inclusão das falas gravadas em áudios
durante a última reunião do Conselho Municipal do Meio Ambiente (CODEMA), da
qual a presidente do Codema, Secretária Municipal de Meio Ambiente (SMMA)
Priscila Braga Martins da Costa que se recusou a apresentar todas as
documentações com todas as informações e os detalhamentos do Plano de Ação de
Emergências para Barragens de Mineração (PAEBM) aos membros do “Comitê Popular
da Mineração” que estiveram presentes nas últimas reuniões do colegiado que
aconteceu na quinta-feira (14) de março, e na quinta-feira (04) de abril deste
ano. Para os “12 Mil” moradores dos “5,2
Mil” imóveis que ficam alojados nas Zonas de Auto Salvamento (ZAS) ou Zonas de Alto Risco de
Morte (ZARM), e embaixo das 18 barragens de água e de rejeito de minério. Onde foram
instalados os 93 pontos de encontros que foram demarcadas pela própria mineradora.
Sendo que o Paebm foi implantado pela própria mineradora, e apresentado na
última reunião do Codema durante o primeiro ano de governo do prefeito Ronaldo
Lage Magalhães (PTB), desta atual gestão.
Moradores de Brumadinhos foram atingidos pelo mar de lamas (Foto/Acom/Metabase/Arquivo/Divulgação) |
Ainda com os riscos eminentes dos rompimentos das barragens; de
fundão (que resultou 19 mortes) na mina de Bento Rodrigues da empresa Samarco
Mineração S/A que aconteceu na quinta-feira (05) de novembro de 2015, em
Mariana-Mg; e da mina do Córrego do Feijão (que resultou 395 localizados, 24
desaparecidos com 246 óbitos) que aconteceu na sexta-feira (25) de janeiro
deste ano, em Brumadinho-Mg, após 4 anos do rompimento da barragem de Mariana.
Que ainda resultou três vítimas fatais de Itabira-Mg que estavam trabalhando na
Vale S/A e nas empresas contratadas da mineradora em Brumadinho, da qual essas
vítimas morreram em pleno horário de serviço durante as atividades
profissionais que acabaram resultando em morte, após o rompimento barragem de
Brumadinho que causou uma maior tragédia com muita revolta e comoção por parte
dos seus parentes, amigos e familiares sabendo que não terão mais as vidas dos
seus entes queridos de volta após serem atingidos pela lama da barragem da
mineradora. Antes dos romeiros se organizarem para a marcha da entrega do
requerimento judicial contra a mineradora que foi protocolada no Ministério
Público pela Giuliana Talamone, eles ainda fizeram o turismo religioso dentro da
sacristia da Catedral Diocesana e tiraram fotos dentro do altar para fazer uma
boa recordação de Itabira durante a romaria no município.
Romeiros e manifestantes protestam contra a Vale (Foto/Anna Drumond) |
Com a inclusão do risco eminente da
barragem Sul Superior da Mina de Congo Soco, em Barão de Cocais-Mg, da qual abarragem subiu de “nível 2” para o “nível 3” durante a madrugada destasexta-feira (08) de fevereiro deste ano, e com a infiltração da talude da mina
de Congo Soco que sofreu a deformação de “22,6 Cm” por dia, e com a parte maispróxima da base com a velocidade de “26,5 Cm” por dia. Sendo que o talude da
Mina de Congo Soco foi se deslocando aos poucos que acabou caindo aos poucospra dentro da cava da mina do rejeito de minério durante a tarde de sexta-feira(31/05). Sendo que os moradores da comunidade Socorro, Piteiro, Tabuleiro e Vila do Congo
estão
alojados em casas alugados e hotéis que estão sendo mantidos pela mineradora
desde fevereiro deste ano, e sem ter nenhuma previsão sequer para retornar as
suas casas de origem das Zonas de Salvamento ou Zonas de Risco de Morte.
“São barragens que tem
se rompido sistematicamente. E a gente, e a própria Vale [S/A] diz; ‘vão
continuar se rompendo!’, e destruindo o nosso território, nossa história, nossa
memória, nossas vidas. Hoje, nós estamos aqui lutando por dignidade. Nós,
estamos lutando pelos nossos direitos que não conquistamos de joelhos.
Conquistamos em pé, na luta, com suor e sangue. Hoje, esse é um passo que o
Comitê [Popular dos Atingidos pela Mineração em Itabira e Região] vai dar para angariar novos aliados. O
Ministério Público [de Minas Gerais-MPMG] e o Poder Público [Municipal – PPM]
não pode ser conivente com as empresas da mineração. Não pode fechar os olhos
para os impactos e para as atrocidades que a mineração faz. Eles [o MPMG e o
PPM] tem que estar do lado do povo, e hoje, oficialmente o povo vai colocar as
suas demandas, as suas exigências. Que não são poucas, é um documento [o
requerimento] extenso de muitos messes de trabalho, muitos meses de escuta,
muitos meses de luta. E que vão continuar acontecendo até a vitória”, comemorou
o ativista.
Ativista e socióloga Tuani Guimarães (Foto/Rodrigo Ferreira/Arquivo/Divulgação) |
Mesmo sem o carro de som para manter a sonorização das falas e
dos pronunciamentos dos ativistas e dos demais envolvidos que mantiveram a
passeata pela marcha ao “Poder Judiciário” que saiu da Catedral Diocesana
passando pela Avenida Doutor Pedro Guerra, no Pará, até chegar ao Ministério
Público para fazer a entrega oficial do requerimento contra a mineradora que
foi protocolada pela Giuliana Talamone. Durante a passeata que foi se
aproximando até a chegada ao Ministério Público, a socióloga e ativista a Tuani
Guimarães se reuniu com os romeiros que participaram da passeata ao Ministério
Público, e avisou aos romeiros que a mineradora está negando qualquer tipo de
informações com relação às 18 barragens que não estão sendo repassadas para os “12
Mil” moradores que residem nas Zonas de Salvamento ou Zonas de Risco de
Morte dentro das conformidades que foram propostos pelo Paebm que foi implantada
pela própria mineradora que está causando o maior pânico nestes moradores que
residem nas áreas mais próximas das barragens de mineração e de água diante do
descumprimento por parte da mineradora de não estar repassando todas as informações
aos moradores que moram nestas áreas de risco de morte.
“Esse termo aqui [no requerimento] eu juridiquei, ou melhor,
falar com o povo, e não é desse jeito não! Mas, a gente precisa de aprender
também a requerer os nossos direitos no Ministério Público [de Minas
Gerais-MPMG], e ela está falando como povo e a gente tem que falar com todas as
linguagens. Para a gente conquistar os nossos direitos, e esse é um direito
básico. O direito de saber o que é seguro e o que não é seguro. Como ai que tem
um cartaz que puder ir em; ‘Todas as Barragens são Seguras ou não Seguras’ até
não serem. A gente tem uma barragem com a mesma empresa [Vale S/A]. Aqui a
gente tem uma barragem também com a mesma empresa [alemã Tuv Sud] que atestou
também lá em Brumadinho [-MG] que atestou uma barragem [do Itabiruçu] aqui [em
Itabira-Mg] que poderá atingir ‘85 Mts’ [de percurso, caso, houver o rompimento].
Ou seja, é uma ‘bomba-relógio’ sobre as nossas cabeças. Já tem gente que não
dorme, já tem gente que não consegue viver tranquilo, já tem gente que está ai querendo
saber para onde vai correr. E a gente também tem que lembrar que a gente não
pode deixar cavar e coloque a mão em nossos territórios mais uma vez”, alertou
a socióloga.
Para entender
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De acordo com o Coordenador Adjunto da Coordenadoria Estadual Defesa Civil de Minas
Gerais, o tenente coronel da Polícia Militar (PM), Flávio Godinho Pereira
ainda não sabe a previsão da nova data para o simulado do rompimento de
barragem que iria acontecer recentemente neste sábado (06) que foi transferido para sábado (27), de Julho do mês que vem. Ainda sem previsão correta para acontecer
realmente a simulação do rompimento de barragem com os moradores das Zonas de
Salvamento próximos das barragens; Itabiruçu, Conceição, Rio de Peixe, Pontal,
Cambucal I e II, Santana, Piabas, Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig)
I e II e Quinzinho. Que contarão com mais de “2,5 Mil” pessoas envolvidas dentre
a Prefeitura Municipal de Itabira (PMI), Vale, Defesas Civil Estadual e
Municipal, Corpo de Bombeiros, Polícia Civil (PC), Polícia Militar (PM) e o Ministério
Público. Para poder dar todo o maior aporte durante a organização e no treinamento
durante o simulado do rompimento das 18 barragens do município. Sendo que ainda
terá o maior número superior de efetivos para fazer todo o sumulado de
evacuação com os “12 Mil” moradores que se deslocarão para os 93 pontos de
encontros que foram demarcados pela própria mineradora.