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quarta-feira, 29 de novembro de 2017

16 dias de ativismo! “Muitas vezes a mulher agredida não denuncia por medo de ser assassinada”, lamentou a Drª. Tatiana Gavazza

Contra a violência a mulher! “A campanha é um convite a lutar pela conscientização contra a violência!”, defendeu a Drª Amanda Machado

Comissão de Enfrentamento de Violência Doméstica e Sexual de Itabira concedem a coletiva de imprensa (Foto/Heitor Bragança)

Com o objetivo de conscientizar a população, agregar parceiros, levar informações para a população e dentro das comunidades que se encontram residentes nos bairros há mais de décadas no combate ao enfrentamento da violência contra a mulher. E a Drª Amanda Machado ainda pediu aos repórteres durante a coletiva de imprensa para que todos façam a adesão da campanha do enfrentamento da violência contra a mulher que aconteceu na manhã desta sexta-feira (24). A Comissão de Enfrentamento de Violência Doméstica e Sexual de Itabira (CEVDSI) e o Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (CMDM) anunciaram a programação oficial da campanha “16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher”, em Itabira, que acontece de 24 a 11 de dezembro com ações de mobilização como manifestações nas repartições públicas e privadas, palestras, debates, audiência pública, distribuição de panfletos informativos e encontros que celebram pelo fim da violência contra a mulher.

Drª Amanda Machado (Foto/"Itabira Por Elas"/Divulgação) 
Presentes na coletiva de imprensa, a delegada da 3ª Delegacia Regional da Polícia Civil (3ª DRPC)/Delegacia Especializada do Atendimento a Mulher (DEDM), de Itabira Drª manda Machado; Advogado e conselheiro, Dr. Leandro Abranches Martins; Tenente do 26º Batalhão da Policia Militar de Minas Gerias (26º BPMMG) e coordenadora da Patrulha de Violência Doméstica (PVD), Miriam Nascimento Guimarães; Psicóloga do Centro da Referência de Especializada em Assistência Social (CREAS), e da seção de controle do Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPSAD), vice-presidente da CEVDSI,  Drª Tatiana Silva Gavazza. Do qual a Drª. Amanda Machado que está à frente da coordenação da campanha “16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher”, em Itabira. E a Drª Amanda Machado ainda ressaltou que são 365 dias de ativismo dentre os 160 países que são poucos para o combate contra violência da mulher, de forma muito simbólica. “A violência de gênero contra a mulher impacta primeiro a família, a pessoa de autoestima, no trabalho e na saúde pública. E então, até nos precisamos realmente evitar esforços para combater o enfrentamento contra a mulher”, definiu.

Drº Leandro Abranches e a tenente Miriam Guimarães (Foto/Heitor Bragança)
Segundo a tenente Miriam Guimarães que está à frente do PVD recentemente, ela ainda afirmou que as ações que são desempenhadas pela própria instituição através do trabalho de 2ª resposta durante o monitoramento em conjunto com a Polícia Militar (PM) por meio do registro do Boletim de Ocorrência (BO), que é um trabalho de primeira resposta que é feito pelo (a) denunciante através da chamada do 190. E as visitas são feitas semanalmente nas residências das vitimas que são agredidas pelos próprios agressores, através do cadastramento das vitimas no programa do PVD, para averiguar a real situação das mulheres que são vitimas da agressão durante o relacionamento através de assistência as vitimas no tratamento psicológico para o controle emocional das vitimas das agressões. E a tenente Miriam Guimarães afirmou que foram solucionados casos que foram registrados dentro do PVD desde janeiro até quinta-feira (23) deste mês. E dentre estes casos de crimes de agressão envolvendo mulheres foram feitas 101 prisões em flagrante e em delito com o envolvimento dos homens que vivem agredindo as mulheres, de forma constante. E a tenente Miriam Guimarães ainda afirmou que foi encaminhado 314 medidas protetivas de urgência ao poder judiciário dentro do PVD, e mais 170 registros de atendimentos as mulheres que são acompanhadas e assistidas pelo programa da polícia militar desde o mês de maio deste ano. “Por que, realmente a ‘Patrulha de Violência Doméstica (PVD)’ ela vai atender aquela vitima até que o ciclo de violência seja quebrado. Então, a gente não tem tempo para atender uma vitima. E se a gente ficar um ano, a gente vai continuar acompanhando aquela mulher até que a gente consiga ter a quebra do ciclo da violência. E por que tudo isso que a Drª Amanda (Machado) falou é extremamente importante quanto ao atendimento do homem? Pode ser que eu consiga quebrar o ciclo da violência com aquela determinada vítima pelo esforço e pelo cansaço. Mas, ele pode vim a ter outros relacionamentos, e se ele não tiver um atendimento psicológico ou a mudança de comportamento, e ele vai continuar sendo um agressor”, esclareceu.  

De acordo com o Drº. Leandro Abranches, ele ainda afirmou que o Conselho da Mulher é um grande espaço que conta com muita objetividade na mais ampla participação de diversos segmentos da sociedade, e atuando junto com o Poder Público Municipal (PPM) para propor e incentivar na contribuição diante da elaboração de politicas públicas no combate ao enfrentamento contra a violência da mulher. “É incentivar na medida do possível um centro catalizador de movimentos de ações, e tudo em prol da defesa dos direitos das mulheres. E essa campanha, é lógico! Tem tudo haver com o objetivo do conselho (das mulheres), e com as nossas aspirações, e tem esse simbolismo do laço branco. É uma campanha que a gente tenta promover a paz, e mostrar principalmente aos homens e fazer a ver a eles que a promoção da paz no relacionamento com as mulheres vai trazer o benefício para ele e para as mulheres”, defendeu.  

Drª Tatiana Gavazza e Drª Amanda Machado (Foto/Heitor Bragança)
Ainda de acordo com a Drª Amanda Machado, a campanha “16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher” tem a maior finalidade de passar todas as informações com relação sobre a forma de denunciar, caso quando se trata de vitima de agressão e de estupro conforme o artigo do código penal considerando como crime de feminicídio consumado. E sendo eu Itabira é um dos municípios mais raros de Minas Gerais a ser beneficiado pelo PVD, da polícia militar, dentre 853 municípios mineiros que correspondem a 15,5% do total de municípios do país. “É importante lembrar que a violência doméstica ela tem em concerne relacionamentos abusivos. E então, seja no contesto familiar ou nas relações domésticas, e nas relações afetivas, há um relacionamento doentio entre vitimas e agressores, seja qual tipo de relacionamento que eles mantém entre si”, lembrou.

Em cumprimento com a sanção da “Lei Maria da Penha - Lei 11.340, de 7 de agosto de 2006” que se encontra em vigor há 11 anos desde o surgimento do artigo do código penal. Drª Tatiana Gavazza ainda esclareceu que ainda é preciso lutar muito para suprir todas as falhas cometidas durante a violência da mulher, e capacitar ainda mais os diversos profissionais da área de segurança pública, saúde e educação para atender as mulheres que são vitimas da agressão durante o relacionamento atormentado por violência moral, patrimonial e sexual, e também por ciúmes, ameaças, tentativa de homicídio, desentendimentos, pressões psicológicas, agressões físicas e verbais que são  causadas pelo homem durante o convívio casual e conjugal que compromete a saúde física da mulher. “A violência contra a mulher é sistêmica, e se apresenta de diversas formas: ‘desde a violência simbólica através da desumanização com objetivação do gênero feminino, e a violência psicológica com estupro ou feminicídio’. E se faz presentes em diversos espaços: ‘na rua, em casa, no parto e até no ambiente virtual’. E elas têm em comum as naturalizações de paz e pressões”, explicou.      

Mesmo a mulher sendo agredida pelo seu próprio marido durante o convívio no relacionamento conjugal no namoro ou no casamento, Drª Tatiana Gavazza ainda ressaltou que a naturalização da violência contra as mulheres coloca as agressões dentro de um verdadeiro descontrole psicológico do homem durante o relacionamento de forma muito conturbada, e ainda impondo a mulher numa tamanha e verdadeira vergonha imposta na sociedade. “Como se fosse um simplesmente descontrole, um mero desentendimento, um problema privado, e até mesmo como algo motivado como se a vitima tivesse culpa de ser vitima. Isso traz uma contabilização e o silêncio, ou mesmo a vergonha que a mulher tem de denunciar e legitimar como pessoa e vitimas em condições de direitos. Muitas vezes a mulher agredida não denuncia por medo de ser assassinada, dos filhos dela sofrer as agressões ou de perder a guarda dos filhos. E além do medo, a independência emocional financeira, e até mesmo a vergonha e a culpa também influenciou as mulheres a não denunciar os agressores”, lamentou.
                              
Para a Drª. Tatiana Gavazza, ela ainda afirmou que o CEVDSI é composto por pessoas que são comprometidas pelas ações que são desempenhadas no favorecimento do combate e o enfrentamento contra a violência da mulher. “Essa comissão (de Enfrentamento de Violência Doméstica e Sexual de Itabira) composta por pessoas que acreditam de verdade no trabalho que essa comissão tem para fazer o que ela já fez e o que ela já faz. Ela é comprometida com a promoção da autonomia das pessoas, prevenção e erradicação de todas as formas de violência. Através da garantia dos seus direitos, execução e implantação de politicas e serviços que assegurem a mudança efetiva do cenário atual em direção à sociedade itabirana mais justa e igualitária”, destacou.


Confira a programação:


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