Contra o racismo! “Ás
vezes tínhamos vergonha e sofríamos por ser negros!”, disparou o Padre Eugênio
Durante as comemorações da “Semana Itabirana da Consciência Negra” com o tema “Construindo Itabira sem racismo”,
juntamente com o projeto “Educando Itabira sem Racismo” em plena semana da
comemoração do “Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra”. O Padre Eugênio Ferreira
de Lima celebrou a missa na noite desta segunda-feira (20) na Igreja Nossa
Senhora do Rosário “Rosarinho” que contou com pouco público durante a
celebração da missa comemorativa no combate contra o racismo e o preconceito
racial, onde aconteceram as congadas com danças que foram executadas pelos
grupos de marujos e congadas durante a comemoração histórica que é muito
importante na cidade para prevalecer à igualdade racial diante da desigualdade
social no país.
Marujeiros e congadeiros celebram o “Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra” (Foto/Delly Jr./Diário de Itabira) |
Padre Eugênio de Lima (Foto/Delly Jr./Diário de Itabira) |
Do qual o “Zumbi dos Palmares” defendeu os negros com unhas e dentes contra as forças imperiais e hostis para prevalecer o favorecimento à liberdade dos negros durante a escravidão, e também na derrubada do “Quilombo dos Palmares”, de forma muito estratégica diante da organização para o aquecimento da diversificação econômica da nação. “Ele (Zumbi dos Palmares) conseguiu organizar economicamente, e não era sozinho e tinha sob a sua liderança. E ele era um grande líder capacitado que reorganizou o quilombo (dos palmares) militarmente, e tinha uma capacidade muito estratégica. E (o Zumbi dos Palmares) também organizou economicamente tornando o ‘Quilombo dos Palmares’ que era um dos quilombos mais importante que acabou se tornando autossustentável até de comercializar com as comunidades vizinhas. Então, é aquilo que os historiadores falam que é a primeira experiência de uma república livre dentro do Brasil, e é claro que os poderosos não podiam aceitar isso!”, contou.
Filho de casal negro e
branco, padre Eugênio de Lima ainda desabafou com os fieis que estiveram
presentes durante a missa no “Rosarinho”, e comparou a comunicação entre a
radio, tv, internet e redes sociais (twiiter, facebook, whatsapp) diante do
mundo tecnológico e da era digital em que nós vivemos atualmente, e com fácil
acesso desde o surgimento da internet que permitiu a facilidade de se comunicar
com os seres humanos nos tempos de hoje. E sendo que nas décadas passadas
diante do mundo arcaico não existia comunicação sequer como hoje diante dos
avanços tecnológicos que vão se avançando e evoluindo cada vez mais, onde os
negros moravam nas senzalas das fazendas separadamente das suas famílias
evitando visitas e contatos das suas próprias famílias na época que não havia e
nem existia comunicação sequer, antes do surgimento internet e da era digital.
E os negros eram todos misturados com os escravos estrangeiros sem entender os
idiomas sequer por parte deles sem conhecer os ancestrais e a geografia da nação
sequer diante da exploração do trabalho a troco de comida, pão e agua para
sobreviver com os escravos que eram exportados diretamente dos continentes da África
e Europa, onde a mentira foi pregada dizendo que os negros se adaptaram facilmente
com a escravidão, antes da princesa Isabel Cristina Leopoldina Augusta
Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga promover a
abolição da escravidão durante sua terceira e última regência para a assinatura
da Lei
Áurea em 1888, antes do Brasil ser o pais
da monarquia em 1889. E o padre Eugênio de Lima ainda declarou aos seus fieis
dizendo que tinha muita vergonha das pessoas que diziam que os negros eram
fáceis para serem escravos, do qual o pároco foi vitima de racismo ainda
estudante durante a sua juventude a escola e na universidade.
“Quando eu era estudante na escola, e vocês não pegaram esse tempo graças a Deus! Mas, a gente tinha até vergonha no que dizia para nós que o nosso povo negro se adaptou muito fácil com a escravidão. E a gente engolia essa mentira que foi passando para nós de que nós negros nascemos para serem nativos da índole de escravos. Então, portanto aceitamos e não nos contavam por que até os 30 anos atrás praticamente não se contava a verdadeira história do povo negro. Por isso, que muitos de nós do meu tempo e entre outros (as) (pessoas), às vezes tínhamos vergonha e sofríamos por ser negros por que não tínhamos uma referência. E nos não tínhamos heróis (negros), e os heróis eram todos brancos. Roubaram o padre ciclo do padre porre com as crianças, e também roubaram isso de mim! Por que eu só fui aprender quando eu estava lá na universidade. E roubaram a minha infância! Assim como de tantos outros como no meu tempo não nos levando a sentir o orgulho de ser (mos) negro (s), e sabendo de que nos temos uma história. E viemos de um lugar que o nosso povo estava organizado. E que nós não vivíamos como ensinavam feito selvagem no sentido negativo (...) Essa história não era contada para mim e da minha geração! O passaram para mim que o nosso povo já eram escravos na África (do Sul) e vieram para cá e se adequaram facilmente! E esqueceram de contar a verdade que o nosso povo lutou! E que muitos (escravos) até chegavam a praticar o autoextermínio ou uma forma de se libertar para voltar para a África (do Sul) de onde eles (os escravos) foram arrancados! Então nunca aceitaram passivamente, e muitas revoltas. E aconteceu por que ficaram escondidas para vender essa história de que o nosso povo eram povos afeitos a escravidão para ser cego eu nasceram para isso, e esqueceram! (...) Imaginam! O negro não pode! E esconderam isso da gente! Como esconderam tantos heróis? Quando eu seria porto que na minha infância desde o beabá da escola tivesse apresentado para mim essa história! Com certeza eu não ia ficar beijando o cabelo liso da minha professora que não me beijava, e achava que eu era mais bonito (...) E tudo isso foram escondido para nós por que não interessava! E graças a Deus as coisas mudaram! E ainda precisa mudar! Mas há 30 anos atrás nas escolas a gente não aprendia nada. Eram histórias fabricadas para poder manter-nos por baixo da estima”, desabafou.
“Quando eu era estudante na escola, e vocês não pegaram esse tempo graças a Deus! Mas, a gente tinha até vergonha no que dizia para nós que o nosso povo negro se adaptou muito fácil com a escravidão. E a gente engolia essa mentira que foi passando para nós de que nós negros nascemos para serem nativos da índole de escravos. Então, portanto aceitamos e não nos contavam por que até os 30 anos atrás praticamente não se contava a verdadeira história do povo negro. Por isso, que muitos de nós do meu tempo e entre outros (as) (pessoas), às vezes tínhamos vergonha e sofríamos por ser negros por que não tínhamos uma referência. E nos não tínhamos heróis (negros), e os heróis eram todos brancos. Roubaram o padre ciclo do padre porre com as crianças, e também roubaram isso de mim! Por que eu só fui aprender quando eu estava lá na universidade. E roubaram a minha infância! Assim como de tantos outros como no meu tempo não nos levando a sentir o orgulho de ser (mos) negro (s), e sabendo de que nos temos uma história. E viemos de um lugar que o nosso povo estava organizado. E que nós não vivíamos como ensinavam feito selvagem no sentido negativo (...) Essa história não era contada para mim e da minha geração! O passaram para mim que o nosso povo já eram escravos na África (do Sul) e vieram para cá e se adequaram facilmente! E esqueceram de contar a verdade que o nosso povo lutou! E que muitos (escravos) até chegavam a praticar o autoextermínio ou uma forma de se libertar para voltar para a África (do Sul) de onde eles (os escravos) foram arrancados! Então nunca aceitaram passivamente, e muitas revoltas. E aconteceu por que ficaram escondidas para vender essa história de que o nosso povo eram povos afeitos a escravidão para ser cego eu nasceram para isso, e esqueceram! (...) Imaginam! O negro não pode! E esconderam isso da gente! Como esconderam tantos heróis? Quando eu seria porto que na minha infância desde o beabá da escola tivesse apresentado para mim essa história! Com certeza eu não ia ficar beijando o cabelo liso da minha professora que não me beijava, e achava que eu era mais bonito (...) E tudo isso foram escondido para nós por que não interessava! E graças a Deus as coisas mudaram! E ainda precisa mudar! Mas há 30 anos atrás nas escolas a gente não aprendia nada. Eram histórias fabricadas para poder manter-nos por baixo da estima”, desabafou.
Padre Eugênio de Lima
ainda avisou aos fieis e os pais que estiveram presentes durante a missa
comemorativa do “Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra” para que os (as)
seus (uas) filhos (as) não tenham medo, orgulho e vergonha de serem negros com
caráter, humildade, honestidade, dignidade, ética e transparência prevalecendo
todo o respeito aos próximos sem se importar com as cores e raças alheias dos
seres humanos, e evitando julgamento da semelhança da cor e raça dos outros evitando
denegrir a imagem dos seres humanos, sabendo que há desigualdade social no país
diante do preconceito racial e social através de tratamentos diferenciados no país.
“A gente tem que reconhecer que há tratamentos diferenciados, e que nós
precisamos lutar para que isso não aconteça mais! Para que os nossos filhos da
minha geração e os filhos de vocês possam viver sem ter os cabelos ser a
necessidade de ficar alisando para não ter vergonha da nossa etnia, e que as
nossas crianças tenham orgulho, e também não tenham a vergonha de brincar com a
boneca negra. É isso! Que nós precisamos lutar para que elas (as crianças)
possam viver melhores e sejam respeitadas com dignidade! E não julgadas por
causa da cor da pele. Mas, tratadas como gente! É isso que nós queremos, e se
nós hoje estamos aqui por que muita gente antes de nós lutou e morreu, e muitos
antes desde o ‘Zumbi dos Palmares’ e tantos outros, e nós somos herdeiros dessa
história! E nós não estamos aqui por acaso, e não é por acaso que conquistamos
alguns direitos! Não? É uma história de luta, de sangue, de suor, de lágrimas,
de gritos das senzalas, e gritando por Nossa Senhora (do Rosário) e de gritos
enquanto os chicotes batiam e enrascavam a carne deles (dos escravos), e eles
gritando por nós, e nós estamos aqui por eles! E somos herdeiros deles! Da sua
luta, do seu sangue, do seu martírio! E nós não podemos esquecer isso! Sobre o
risco de quando nós morrermos escutar deles: ‘não conheço vocês!’ ”, defendeu.
Para o padre Eugênio
de Lima foi uma experiência muito boa ao celebrar a missa comemorativa do “Dia
Nacional de Zumbi e da Consciência Negra” juntamente com uma boa parte da
comunidade negra da cidade. E o padre Eugênio ainda afirmou que a igreja do rosário
é um lugar muito simbólico e significativo para a comunidade negra que construíram
a igreja matriz do rosário. “Por que normalmente a igreja do rosário é uma
igreja dos homens negros. Normalmente nas cidades históricas era o local onde (os
negros) eles se reuniam, e construído por eles (pelos negros). E foi uma experiência
muito grande para mim e foi muito marcante estar celebrando com aquela
comunidade”, comemorou.
Sobre os grandes desafios para o combate contra o racismo no país. Padre Eugênio
de Lima afirmou que o combate contra o racismo começa pela educação nas escolas.
“Então, é isso! Passa pela educação dessa meninada, da formação deles (as) para
aprender a enxergar o diferente com respeito! Nós somos diferentes! Da cor, da
ideologia política, de religião. Mas, temos uma coisa incomum que é a nossa
dignidade humana e a nossa humanidade. Então, isso precisa ser reforçado, e
passa pela educação, e não tem outro caminho não!”, destacou.
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