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terça-feira, 13 de abril de 2021

“Sempre um Papo-Itabira” – Sobre o “Poeta Maior”! Zuenir Ventura vai falar de sua entrevista com o “Drummond” nesta quarta-feira durante o encontro virtual

 

O Jornalista e escritor Zuenir Ventura participa do encontro virtual nesta quarta-feira (Foto/Arquivo pessoal/Divulgação)


Itabira/Mg-Por iniciativa do Instituto Cultural Vale chega a Itabira, aos 35 anos de existência, um dos programas de incentivo ao hábito da leitura mais prestigiados do Brasil, o “Sempre Um Papo”. E chega com propósito alongado: traz com ele a primeira edição do Festival Literário de Itabira (Flitabira), em data a ser definida.

Afonso Borges será o mediador do  “Sempre um Papo-Itabira”
(Foto/Infinito Fotografia/Divulgação)
Planejado para se realizar mensalmente, o primeiro convidado é um ícone do jornalismo e literatura brasileiros, Zuenir Ventura, que faz a avant-premiére do livro “Minhas Histórias dos Outros”, em edição revista e ampliada, editado pela Companhia das Letras. Com destaque para a entrevista que Carlos Drummond de Andrade concedeu ao jornalista.

Como o programa vai acontecer virtual, devido à pandemia, a live será gerada da cidade de Itabira, onde estará o criador do projeto, Afonso Borges, numa forma inequívoca de demonstrar que o “Sempre Um Papo” pertence à cidade, sem perder a geolocalização. Essa ação poderá ser alterada seguindo as recomendações dos governos estadual e municipal quanto ao deslocamento e isolamento social. 

O evento terá a mediação de Afonso Borges, idealizador do Sempre Um Papo. O encontro com Zuenir Ventura será nesta quarta-feira (14), às 19h, com acesso gratuito e transmissão no Youtube, Instagram e Facebook do Sempre Um Papo. A conversa contará com intérprete de Libras. 

O “Sempre Um Papo – Itabira” é viabilizado com o patrocínio do Instituto Cultural Vale, com recursos da Lei Federal de Incentivo à Cultura, da Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo. O projeto conta com o apoio da Prefeitura Municipal de Itabira (PMI), por meio da Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade (FCCDA). 

 

“Minhas Histórias do Outros” (Cia das Letras)

Neste livro, Zuenir Ventura recorre às recordações de amigos, cadernos de anotação e consultas a jornais e revistas para preencher as lacunas da memória e apresentar personagens que conheceu, como Betinho, Nelson Rodrigues, Brizola, Darcy Ribeiro, Drummond, Carlos Lacerda, João Goulart, Leon Hirszman e quatro Antônios geniais — Houaiss, Callado, Candido e Tom Jobim. 

Em meio a lembranças pessoais e coletivas, Zuenir retrata as mudanças comportamentais, políticas e sociais por que passou o Brasil desde o começo dos anos 1950. Ele relembra experiências dolorosas, como o assassinato de Vladimir Herzog na prisão, fala sobre o convívio com Hélio Pellegrino na cadeia, sofre com a agonia e morte do amigo Glauber Rocha, comenta dilemas éticos do jornalismo, como a decisão de não noticiar o suicídio de Pedro Nava, expõe momentos surpreendentes, como o registro acidental que fez da calcinha branca de Jacqueline Kennedy, e revela frustrações, como a entrevista exclusiva que ele e Rubem Fonseca fizeram com Fidel Castro e que foi proibida de ser publicada.  

Nas páginas de “Minhas Histórias dos Outros” desfilam momentos marcantes de um país que alterna depressão e euforia, desencanto e esperança. Zuenir Ventura traça um amplo painel que vai da ditadura militar à redemocratização, do atentado ao Riocentro à anistia, da revolução sexual à chegada da Aids, dos anos dourados à explosão do narcotráfico. São mais de sessenta anos de uma trajetória que começa na faculdade, entre professores como Manuel Bandeira, Alceu Amoroso Lima e Celso Cunha, continua nas redações de jornais, passa por Paris, Saint-Tropez, Cannes, Sintra, Lisboa, Viena e Havana, segue pelos labirintos das favelas cariocas e chega até a Amazônia, onde o jornalista conhece Genésio Ferreira da Silva, testemunha chave da morte do líder ambientalista Chico Mendes. Para impedir que o garoto fosse assassinado, Zuenir acolheu-o em sua casa e o manteve sob sua tutela, dos 13 aos 21 anos. Nesta nova edição, revista e ampliada, o leitor terá uma agradável surpresa: o final feliz dessa que foi a mais difícil história das histórias de Zuenir.



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