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sexta-feira, 7 de abril de 2017

Altamente “Forreggae” - Os Coletivos culturais e as outras formas de viver de arte

Antecipado o feriado - "Macaco Véi" e "Trio Conceição" se apresentam amanhã no "Filé di Gato" 

Macaco Véi se apresenta amanhã no "Filé di Gato" [Foto/Divulgação]

“Com a perda do poder de realização até da estrutura pública e a gente vai nessa terceira via para fazer a cidade viver pulsar”, disse o  publicitário e produtor Fernando Sampaio. Ele explicava a nova tentativa dos coletivos culturais itabiranos de captar recursos dos comerciantes. E essa foi a fórmula encontrada para a realização do “ForReggae”, evento organizado pelo Coletivo Altamente, que acontece amanhã [8] no Filé di Gato, a partir da 15h, com cobrança de ingressos.


Trio Conceição [Foto/Divulgação]

Com apresentações de Macaco Véi, de Governador Valadares se apresenta pela primeira vez em Itabira, banda que tem influências do soul, ska, reggae, e do itabirano Trio Conceição - que leva o forró pé de serra. O evento ainda terá a participação da Bateria Calangodum (Unifei), Dj Ibituruna (GV), Dj Casa de Jah (Itabira), Vj Video Makino (BH). Essa é a terceira produção do grupo este ano, que já fez intervenções ocupando espaços como a escadaria da Cobal, quando apresentaram o “Altamente Samba Reggae” oferecido de forma gratuita.

“Naturalmente a gente já fazia coisas coletivas, a gente só não tinha um título como coletivo”, a frase de Juninho Ibituruna, músico nascido em Governador Valadares, dá o tom sobre como têm se formado os coletivos culturais, em especial os de Itabira. Também presentes nesta conversa sobre a crescente formação dos grupos de artistas na cidade, os itabiranos o jornalista Mário Brito, do duo de DJs da Casa de Jah, e o produtor Carlos Cabeça, do Coletivo Arredaí. Eles estão na cena musical da cidade há mais de cinco anos e contaram estar sempre envolvidos ou influenciados por ações de outros coletivos culturais.

O Arredaí é um grupo que organiza intervenções em praças com foco em cidadania e sustentabilidade. O coletivo, que também promoverá evento este mês (ainda a ser divulgado), nasceu da vivência que Carlos Cabeça teve enquanto morou no Rio Grande do Sul - como as Casas Fora do Eixo, criadas em 2005 para fomentar a produção artísticas fora do eixo Rio-São Paulo. Ele que já trabalhava com música contou que tratou de criar um CNPJ para o coletivo facilitando o acesso a editais de financiamento.

A Casa de Jah começou em 2012, depois de Mário Brito e Paulo Pessoa “Cebola”, morarem juntos. Mario Brito conta que ambos pesquisavam sobre música jamaicana. E, aos poucos foram se envolvendo em eventos ou mesmo os promovendo. O coletivo itabirano tem forte influência do DeSkaReggae Sound System - grupo belo horizontino, criado em 2011,  inspirado nos sistemas de som que se tornaram popular na Jamaica nos anos de 1950 - com o qual mantém constante contato.

Sobre a participação nas intervenções e as formas de obter recursos, os três concordaram haver uma efervescência artística que esbarra na geração de renda. Segundo eles, a interação com outras iniciativas como a bateria Calangodum, o grupo Latrupe e com pessoas que atuam na cena do Rap - a exemplo do coletivo O Cardume - é facilitada. De modo geral, cada coletivo participa de boa vontade nas iniciativas uns dos outros, contam eles.

Juninho Ibituruna, Carlos Cabeça e Mário Brito também convergem ao falar sobre a captação de verba. “A expectativa é que venha através de editais do poder público e de iniciativa privada, mas isso num futuro”, explica Carlos Cabeça. Sem citar os valores, os três concordam que que, atualmente, as intervenções têm alcançado apenas um “empate” nos gastos através da venda de bebidas e de “passar o chapéu”.

Fernando Sampaio, que contribui com a parte visual das iniciativas, ressaltou o papel dos patrocínios e a “surpreendente” receptividade do comércio com o marketing cultural. “A gente nem sabia dessa abertura, chegamos para pedir apoio no comércio e a resposta era: é claro eu sei que você estão fazendo”, exemplificou Juninho Ibituruna. Para eles, o ganho ainda se concentra na parte de produção cultural, mas permite outra formas de se pensar formas de viver de arte.

Os coletivos culturais - A formação destes grupos se popularizou nos últimos 10 anos e, em geral, eles são compostos por pessoas que organizam atividades culturais. Os coletivos culturais possuem referência direta com o Circuito Fora do Eixo, rede de coletivos culturais com que variadas produções artísticas exibidas em diversas regiões. Os primeiros núcleos estavam nas cidades de Cuiabá (MT), Rio Branco (AC), Uberlândia (MG) e Londrina (PR). Em 2012, o Circuito englobava 72 coletivos culturais presentes em 106 cidades do Brasil.

Informações sobre a venda de ingressos: https://www.facebook.com/coletivoaltamente/


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