Evacuação em
Barão de Cocais! “Só que o maior bem que nós
temos é a vida”, resumiu o Flávio Godinho
O Coordenador do Cedec-Mg, tenente coronel Flávio Godinho Pereira anunucia evacuação na barragem "Norte/Laranjeiras" durante a coletiva de imprensa (Foto/Heitor Bragança/Arquivo/ Divulgação) |
Barão de Cocais/Mg – Depois de três horas de reunião (presencial e virtual) com a Vale (S/A), Corpo de Bombeiros de Minas Gerais (CBMG), Polícia Militar (PM), Defesas Civis Estadual e Municipal, e com o Ministério Público (MP) na Universidade Aberta do Brasil (UAB) para a elaboração do plano de ação para traçar todas as devidas estratégias durante a evacuação dos moradores das Zonas de Auto Salvamento (ZAS) que residem em São José de Brumadinho que ficam nas proximidades da barragem “Norte/Laranjeiras”, da mina de Brucutu. Que acontecerá a partir de segunda feira (23) até sábado (28). “É a data limite para que todas as famílias sejam contactadas e que escolham os imóveis que elas [as pessoas] pretendem mudar. Quando a gente fala que essas famílias irão para as casas? O que está sendo ofertado para as famílias são sítios por quê elas moram em sítios. Então, elas tem muitos animais que vão com ela para esses novos locais. Mas, se elas não escolherem nenhum desses oito locais [mapeados], e elas podem apontar outro local”, explicou.
Em Barão de Cocais, Flávio Godinho anuncia o plano de ação na coletiva de imprensa (Foto/Heitor Bragança) |
Que estão em áreas de risco eminente que envolve as barragens
de mineração. Para que os 34 moradores das Zonas de Salvamento possam ter o
livre arbítrio de escolher as casas com data do aceite do local que vai até o
dia 03 de dezembro. Os 34 moradores das “Zas” ainda terão o prazo que foi
estipulado pela própria mineradora, e vão receber a ajuda financeira no valor
de “R$ 5 Mil” até o dia 18 de dezembro, do qual o acordo foi feito entre a
mineradora com os moradores das Zonas de Salvamento. “As outras indenizações
[extrajudiciais], e tem o escritório da Vale [S/A] e cada pessoa vai fazer o
contrato individualizado, e cada caso vai ser tratado individualizado”,
disse.
Para
que essas 34 famílias possam se acomodar até que a ordem se reestabeleça em
seus devidos locais de origem, sendo que os seus pertences e os seus moveis de suas
residências serão transportados com o prazo de duas semanas que foi estipulado
pela mineradora. “Por quê? Por que a Vale [S/A] pediu duas semanas para fazer
todas as obras de recuperação daquele imóvel, de reforma e até compra de
imobiliário. Se acontecer na hora de transportar e vier estragar algum
imobiliário, e ela pediu duas semanas para fazer esse trabalho, sendo que foi
delimitado a última data para que as pessoas serem evacuadas até o dia 18 de
dezembro. Então, até o dia 18 de dezembro deverá ser concluído toda a
evacuação”, esclareceu.
Flávio
Godinho falou sobre os sentimentos dos moradores dos
moradores de São José de Brumadinho que ficam nas proximidades da barragem “Norte/Laranjeiras”, da mina de Brucutu. Onde os
moradores residem na zona rural há mais de décadas. “Na verdade é lógico que
retirar as pessoas de suas casas. Isso é complicado por quê a pessoa tem um
pertencimento com aquela terra, e recebeu do Pai e recebeu de família. E existe
um pertencimento que se identifica muito com aquela região, e a casa da pessoa
a gente tem que respeitar isso. Só que o maior bem que nós temos é a vida.
Então, a gente tem que oportunizar para essas pessoas, e que elas sejam
tratadas de forma humanizada e dar para elas todas as seguranças. Na verdade, a
defesa civil [estadual e municipal] ela trabalha na preservação da vida, e quando
ela tem qualquer indicativo que demonstra que a vida uma pessoa ela possa
correr tipo de risco. Essa é a ação da defesa civil”, defendeu.
Para o Flávio Godinho há um estudo técnico sobre as trincas da barragem “Note/Laranjeiras”, sabendo que poderá ocorrer sérios riscos através de um rompimento desta barragem a qualquer hora e a qualquer momento. Caso, a barragem “Note/Laranjeiras” se eleva para o “Nível 3” a qualquer instante a todo o momento. “Então, se tem um estudo técnico de uma mancha de inundação. Caso, aconteça um rompimento [da barragem ‘Norte/Laranjeiras’], e poderá passar naquele local, e as pessoas tem que se conscientizar que a vida é em primeiro lugar. Então, que elas recebam bem as pessoas da Defesa Civil do município e discutam o termo, e tem que discutir mesmo e entender o processo e fazer as perguntas. Mas, que realmente se aquela residência foi apontada que a solução é a evacuação, e que elas façam evacuação. E quando se acontecer se a barragem for retornar para o ‘Nível 1’, e que elas retornem para a sua terra e continue com a sua vida ali naquele local que é um local que ela escolheu para viver”, acrescentou.
Sobre
a distribuição das cartilhas explicativas referente a situação da barragem “Note/Laranjeiras”
que foram confeccionadas pela própria Vale. Para dar todos os esclarecimentos
sobre as ações que serão desempenhadas pela própria mineradora através da
Defesa Civil Estadual e Municipal, Flávio Godinho ainda afirmou durante a
coletiva de imprensa que os moradores terão os atendimentos individualizados com
cada família nas residências durante a distribuição destas cartilhas, e
explicar sobre o fato ocorrido nas Zonas de Salvamento da comunidade São José
de Brumadinho e dos moradores que moram próximos desta barragem.
“Na
verdade é um contato individualizado com cada família para explicar pra ela
essa reunião ‘o quê que aconteceu?’, e entregar para ela uma cartilha que já
está pronta com as ações e com todo o esclarecimento para que a pessoa não
tenha dúvida alguma sobre o processo que está sendo feito em função das saída dela
de suas casas. O mais difícil foi planejar um operação dessa envergadura pra
retirar pessoas, a logística, tempo e ‘como que isso vai acontecer?’. Agora o
planejamento ele foi feito e agora executar o que foi feito, e os municípios
tem plena condição de fazer isso”, reiterou.
Comparações
Sobre as diferenças da barragem “Sul Superior”, da mina de
Congo Soco que já se encontra em “Nível 3” desde março do ano passado, e entre
a barragem “Norte/Laranjeiras”, da mina de Brucutu que se encontra
atualmente em “Nível 2”. Flávio Godinho explicou
durante a coletiva de imprensa que a barragem “Sul Superior” possui o Método
Construtivo (MC) a montante, e a barragem “Norte/Laranjeiras”
possui um solo compactado em etapa única por ser a barragem construída com o
material a jusante que poderão se romper a qualquer hora e a qualquer momento.
Caso, a mineradora fazer toda a retirada do rejeito de minério para serem
totalmente reaproveitado para a fabricação de tijolo e asfalto.
“Então, é uma barragem um Método Construtivo [MC] diferente
como a segurança bem diferente da mina de Congo Soco, e ela [a barragem ‘Norte/Laranjeiras’]
foi levada a ‘Nível 2’, de forma preventiva. Em função de uma trinca a jusante
da barragem na ombreira esquerda da barragem, e por quê que ela foi levada a
‘Nível 2’? Por quê até o momento a Vale [S/A] não conseguiu apresentar um
estudo técnico de um ‘por quê’ daquela trinca, e a trinca ela já foi selada. Hoje, basicamente não existe mais. Mas,
ocorreu essa trinca, e então precisa-se de um trabalho de sondagem, e um
trabalho de geotecnia e de engenharia para verificar o ‘por quê’ daquela
trinca. Apesar dos geotécnicos afirmarem que a trinca ela não tem nenhuma
consistência no maciço principal, e não trazendo qualquer tipo de risco de
rompimento para essa barragem”, comparou.
Estes são os principais assuntos da reunião
Tenente coronel Flávio Godinho Pereira se reune com o prefeito de Barão de Cocais Décio Dentista e com os demais agentes empreendedores (Foto/Heitor Bragança) |
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Instalação do Posto de Comando 20 de novembro
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Reunião para criação do plano de ação (Vale, Defesas Civis Municipais e
Estadual, Ministério Público, Polícia Militar, Prefeitura de Barão de Cocais)
20 de novembro
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Continuação das visitas às famílias da ZAS (Vale, Ministério Público e Defesas
Civis Estadual e Municipal) 20 e 21 de novembro
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Abordagem às famílias para escolha das moradias 23 a 28 de novembro
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Realocações vão acontecendo à medida que as famílias forem escolhendo as
moradias
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Conclusão das realocações até 18 de dezembro
A Vale apoiará a Defesa Civil no atendimento às orientações de prevenção da pandemia do Covid-19, protegendo as equipes e os moradores com todas as medidas recomendadas pelo Ministério da Saúde. Haverá triagem médica na abordagem individual de cada núcleo familiar, além da disponibilização de kits de higienização e de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). O transporte será realizado com apenas 50% de ocupação.
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