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sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Fundação Cultural abre exposição e mostra a rica história da Banda Euterpe Itabirana ao longo de seus 150 anos

 
Preocupada em resgatar e recontar a história de uma das entidades que vem ajudando a construir a cultura tradicional local, a Prefeitura Municipal de Itabira, por meio da Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade (FCCDA), no próximo sábado, dia 23, às 17h, na Fazenda do Pontal, comemora os 150 anos da Sociedade Musical Euterpe Itabirana.

As comemorações ao sesquicentenário buscam fazer jus à riqueza histórica e simbólica da Banda Euterpe, traçar ações de salvaguarda que assegurem sua transmissão e incentivar a banda a se apropriar de seu passado. Para tanto, a Fundação Cultural vem empreendendo, desde junho de 2013, uma série de atividades que culminam no próximo sábado.

A homenagem feita à banda durante o 39° Festival de Inverno de Itabira foi apenas o primeiro passo. Durante os últimos 6 meses, a Fundação Cultural desenvolveu um longo processo de pesquisa, resgate, restauração e catalogação de grande parte do acervo histórico da banda. Todo o trabalho de pesquisa foi realizado pela historiadora Maria Cecília Alvarenga e pelo musicólogo André Guerra Cotta.


Criação e marcos históricos

Acervos da Banda Euterpe Itabirana totalmente digitalizados, em prol da nossa preservação da história de nossos aspectos culturais que emana o nosso município (Foto/Arquivo/Fccda)   

A criação da banda data de 22 de novembro de 1863 e acredita-se que foi escolhida em homenagem ao dia de Santa Cecília, padroeira dos Músicos. Fundada por Emílio Soares Gouveia Horta Junior, então chefe da Guarda Municipal Itabirana, a Banda Euterpe se constituiu – inicialmente - como uma banda paramilitar. Erudito e influente, professor de português, francês, latim e matemática, além de compositor, Emílio Soares foi quem transmitiu os primeiros conhecimentos musicais aos membros da corporação, ajudando a delimitar o núcleo básico do que viria a ser a Sociedade Euterpe.
 
Partitura da música Avé Maria escrita pelo Antônio Silva Ferreira na década de 40, um de seus acervos musicais históricos (Foto/Arquivo/Fccda)

Nesses 150 anos, as relações familiares e de amizades prevaleceram como elemento de união dos membros da Banda, onde é possível encontrar até quatro gerações de músicos em uma mesma família. Muitos começaram acompanhando os pais aos ensaios e tocatas ou como carregadores das partituras. 

Ao longo dos anos, diversos maestros assumiram o comando da corporação dedicando seu trabalho e talento ao crescimento dos músicos e à reputação da banda. Pessoas como Silvério Faustino, memorável maestro clarinetista, que integrou a Euterpe por quase 60 anos. E João Evangelista, conhecido como Zizito Malta, que foi presidente da Banda por três décadas.

Um dos marcos na história da Euterpe foi a inauguração da atual sede, em 1969, que contou com uma singela homenagem do então prefeito de Itabira, Daniel Jardim de Grisolia, que pintou, pessoalmente, a fachada da nova sede que viria a se transformar em um local emblemático para toda comunidade itabirana.


Exposição “Banda Euterpe: 150 anos de música e história”

A Banda Euterpe Itabirana passou por diversas formações durante a sua existência durante décadas em seus tempos áureos e hoje comemora 150 anos de sua existência, mesmo após a banda não exercendo as suas atividades, e tendo a sua sede abandonada (Foto/Arquivo/Fccda)   

Agora, chegando aos 150 anos, a Banda Euterpe recebe uma homenagem merecida. Ao montar a exposição “Banda Euterpe: 150 anos de música e história”, a Fundação Cultural busca reconhecer a Sociedade Musical como patrimônio cultural e a ressaltar a riqueza de seu acervo. 
 
Partitura que é uma de suas grandes riquezas de seu patrimônio histórico e cultural, que serão exposta na Fazenda do Pontal em comemoração de seus 150 anos de sua existência  (Foto/Arquivo/Fccda)
 
O processo de montagem dessa exposição envolveu levantamento de fontes bibliográficas, acesso a documentos e fotografias e pesquisa em jornais no Arquivo Público de Itabira. Mas os depoimentos orais – coletados em entrevistas individuais – se fizeram essenciais. Isso porque as informações originárias vem sendo transmitidas ao longo do tempo pela tradição oral, em histórias e casos contatos de pai para filho.

Quem for à Fazenda do Pontal terá a oportunidade de apreciar importantes partituras da música barroca e colonial, como dobrados, marchas, modinhas e lundus. Além disso, também estarão expostos uniformes usados ao longo desses anos e diversos instrumentos. O visitante terá, ainda, a oportunidade de assistir ao um documentário com depoimentos de diversas pessoas que fazem parte da história da Euterpe.

As festividades começam às 17h, como uma palestra do musicólogo André Guerra Cotta. Em seguida, a Banda Santa Cecília de Itabira presta suas homenagens à Banda Euterpe que, logo depois recebe convidados para uma bela apresentação.

Outras informações pelo telefone 3835-2102 ou pelo site www.culturalemitabira.com.br.

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