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quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019

Tragédia em Brumadinho – “Os parentes que chegam ao IML para reconhecer os corpos, e não são amparadas por ninguém no local”, desabafou o Carlos Estevam

Caravana em Brumadinho é corrdenada pelo vice-presidente do Sindicato Metabase, Carlos Estevam "Cacá" (Foto/Acom Metabase) 
Apesar de estar em viagem em Bogotá, na Colômbia. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Extração do Ferro e Metais Básicos de Itabira e Região (Metabase), vereador André Viana Madeira (Podemos) tem demonstrado bastante preocupação com a situação em Brumadinho-Mg. André Viana ainda nomeou uma comissão formada por diretores que são composta por sua própria mesa diretoria do Sindicato Metabase que se reuniram nesta manhã desta quarta-feira (30) com a direção do Sindicato Metabase de Brumadinho, onde foi o palco de mais uma tragédia humana e ambiental por rompimento de barragem depois de Mariana-Mg, em 2015. Os diretores do Sindicato Metabase foram até a cidade atingida para um grande encontro com os ambientalistas e demais representantes de entidades de classe e da população. Para discutir e debater sobre o futuro dos trabalhadores da mineradora, e contratadas da Vale S/A.

Casas invadidas pelas lamas do rejeito de minério durante o rompimento
da barragem de Brumadinho (Foto/Acom Metabase)
Segundo o coordenador da caravana, o vice-presidente do Sindicato Metabase, Carlos Estevam “Cacá”, ele afirmou que a reunião foi para fazer uma avaliação da real situação da barragem de Brumadinho. Ainda de acordo com o Carlos Estevam, as famílias ainda não estão sendo assistidas como a mineradora tem divulgado durante a coletiva de imprensa que foi concedido pelo Diretor Executivo de Finanças e Relações com Investidores, da Vale, Luciano Siani Pires nesta segunda-feira (28). “Assistência médica, psicológica e financeira ainda não está satisfatória e pior, os parentes que chegam ao IML [Instituto de Médico Legal] para reconhecer os corpos, e não são amparadas por ninguém no local. O choque que são submetidos ao reconhecimento de seus familiares é muito grande e não há ninguém no plantão para dar uma assistência à essas pessoas... muito triste”, desabafou.

Caravana do Metabase de Itabira entram em diálogo com
 sindicalistas  (Foto/Acom Metabase)
De acordo com o Carlos Estevam, é necessária uma mobilização de grande porte na cidade para quebrar a “caixa preta” que a Vale implantou, a lei do silêncio, como fez em Mariana. “A Vale continua fechada, insensível, difícil acreditar...” disse. 

Ainda de acordo com o presidente do Sindicato Metabase de Brumadinho, Agostinho José de Sales, ele ainda pediu à Vale "há pelo menos dois anos", a mudança de local das instalações administrativas e do refeitório de mineradora que foram atingidos pela lama do rejeito de minério durante o rompimento da barragem de Brumadinho. “Em reunião, representantes da Vale disseram que existia um projeto pronto para a transferência, o que não ocorreu a tempo de evitar essa tragédia. Hoje, sequer temos acesso ao local do acidente, queremos colaborar, conhecíamos praticamente todos os trabalhadores mortos ou desaparecidos”, completou.

Em tom desanimador, o diretor de relações exteriores, Flávio Serafim desabafa: “Encontramos uma cidade arrasada psicologicamente, olhares espantados e tristes. A cada momento que um helicóptero pousa gera expectativa na população, pois todos aguardam a triste notícia de mais um corpo encontrado”, disse.

Segunda-feira (4) o Metabase Itabira irá iniciar o cronograma de ações a serem tomadas devido ao acidente com a barragem da mina Córrego do Feijão. De acordo com o presidente do Sindicato Metabase, André Viana, ele ainda esclareceu que serão feitas todas as providencias cabíveis com relação às medidas judiciais e humanitárias após a tragédia em Brumadinho. O Sindicato Metabase acompanhará de passo a passo toda a assistências; financeira e psicológica da mineradora aos familiares dos  trabalhadores itabiranos mortos durante o trabalho, do qual foram vítimas desta tragédia, em Brumadinho. “Cabe à empresa cumprir, e fielmente as normas de segurança e medicina do trabalho conforme manda a lei [federal], e isto está claro que a Vale não cumpriu [até o momento]. A lei ainda diz que a empresa é responsável pela adoção e uso de medidas coletivas e individuais de proteção e segurança da saúde do trabalhador. Vamos até o fim, essa luta não será apenas dos familiares, essa luta é uma questão de honra para o [Sindicato] Metabase”, finalizou.

Assista a matéria sobre a barragem do Itabiruçu, e a entrevista coletiva do presidente da Vale, após a tragédia em Brumadinho:





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